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Maze Runner – Correr ou Morrer (2014) | Resenha

Eu não esperava nada desse filme, aliás, até o dia que o Proibido Ler recebeu o convite para assistir a cabine exclusiva para imprensa, confesso que não conhecia nada sobre ele, muito menos sobre a saga escrita por James Dashner. Então, fui totalmente leigo para exibição do longa, isso me ajudou bastante, não criei nenhuma expectativa e fui ver o filme pelo filme.

E o que eu achei de tudo que eu vi? Bom, agora você vai ficar sabendo!

O pensamento de muitos pode ser: “poxa, mais um filme igual Jogos Vorazes e Divergente?”. Eu diria algo diferente. É mais um dos filmes que veio da “escola Battle Royale”, e quando digo isso, não é pelo simples fato de ser inspirado no longa japonês, mas sim, pela premissa do mesmo. Um ambiente apocalíptico, utópico e futurista, com jovens selecionados para viver um jogo, onde alguns morrem e outros sobrevivem, mas sempre existe um escolhido que é o salvador da pátria.

Maze Runner é assim? Em tese, sim! Só que tem suas diferenças e peculiaridades. Dirigido por Wes Ball e com um elenco jovem de peso, Dylan O’Brien (Teen Wolf), Kaya Scodelario (Skins), Alm Ameen (Harry’s Law), Will Poulter (As Crônicas de Nárnia), Thomas Sangster (Game of Thrones), entre outros.

The Maze Runner - Correr ou Morrer (2014)Thomas (Dylan O’Brien) é um jovem que acorda em uma caixa de metal com a memória apagada e, aos poucos, percebe que está em um elevador de carga. Quando as portas se abrem, ele se depara com vários garotos, alguns mais jovens, outros um pouco mais velhos que ele e é introduzido à sociedade local, localizada em uma clareira onde se dividem as tarefas do dia a dia. O ambiente é todo cercado por um grande muro, cujas portas se abrem uma vez por dia. Assim como ele, nenhum dos outros sabe como foi parar ou por que está ali. Ele fica curioso para descobrir o que está além daquelas portas, sendo informado pelos habitantes que se trata de um labirinto, que é explorado todos os dias por corredores em busca de uma saída. Os responsáveis pela clareira tentam convencer Thomas a seguir sua vida de trabalho, mas ele não se conforma em não buscar uma solução para aquilo. Os garotos são surpreendidos pela chegada da primeira garota à clareira, e com a mensagem misteriosa que ela tem sobre o protagonista.

Como eu disse lá no início, o filme tem suas peculiaridades em relação aos filmes usados como referência comparativa, uma delas é a questão do mistério. Enquanto você assiste ao filme, a vontade que se tem é de saber o que vai acontecer com Thomas, o que vai surgir na Caixa, como será a saída daquele lugar? Você passa a sessão inteira cheio de anseios e não vê a hora de tudo ter um fim, de rolar o desfecho, da galera da clareira encontrar uma saída. O pior é aguentar os primeiros 30 minutos, pois são focados na convivência dentro da clareira e pouco no que se tem no labirinto. Seus anseios vão ficando mais fortes, e mais fortes e mais fortes… Você começa a se fazer uma série de perguntas, assim como Thomas: como eles foram parar lá? Por que eles foram para lá? Quem comanda tudo? Enfim, o sentimento é esse, ou seja, quer coisa melhor que um filme que prende a atenção do espectador? Maze Runner consegue fazer isso.

Os personagens possuem uma química incrível, acredito que muitos estão mais preocupados em saber como Dylan e Kaya se saíram atuando juntos, e posso dizer que fluiu muito bem. Eu vi muito do Stiles (personagem de Dylan O’Brien na série Teen Wolf) em Thomas, toda a atrapalhação que ele tem para fazer as coisas, a vontade de ajudar e o jeito de correr me lembraram esse personagem, talvez isso faça parte dele mesmo.

The Maze Runner - Correr ou Morrer (2014)

Will Poulter (Eustáquio, de As Crônicas de Nárnia) que faz o Gally, é um cara chato, o papel dele é tão impactante que ele entrega a premissa do “vilão”. Você passa a sessão inteira com raiva dele e esperando ele se ferrar de uma forma épica. Só de olhar para a cara dele dá uma raiva danada.

Blake Cooper (Ethan, de Necessary Roughness) que interpreta o Chuck, é o garotinho mais novo da clareira, mas é aquele típico personagem previsível. Quando você olha para ele, já imagina o que vai acontecer com ele ao longo da trama. A forma com que o ator desenvolveu o personagem foi exatamente como o autor James Dashner descreveu no livro.The Maze Runner - Correr ou Morrer (2014)

Aml Arneen (Malcolm, de Harry’s Law) faz o papel de Alby, e é aquele coadjuvante que dá o tom à trama. A história precisa dele para ter um desfecho e isso foi muito bom no filme.

Os efeitos especiais são bons, você fica imaginando como que fizeram para dar um ar de “realidade” ao labirinto e não ficar tão tosco como em alguns filmes que esse tipo de efeito parece uma imagem de Chroma jogada lá de forma porca. Os efeitos sonoros também são bons, principalmente nos barulhos que os muros fazem ao se deslocar durante a noite e também pelo fechamento das portas de saída da clareira.

A adaptação é o grande dilema dos filmes cuja origem são livros, mas com Maze Runner não pisaram na bola. Assim que acabou o filme, pude perceber que se tratava de uma adaptação (como eu disse no início, não sabia de nada quando fui ao cinema), mas assim que soube,  fui correndo para uma livraria adquirir o primeiro livro, que leva o mesmo nome do filme,  Maze Runner – Correr ou Morrer. Fui me certificar se o que eu acabara de assistir estava coerente com o que o autor publicou no livro, e ao ler 16 capítulos, me certifiquei que eles acertaram na adaptação e as mudanças que foram feitas não atrapalham em nada. É difícil falar do que mudou e do que não mudou para não dar “spoilers”, mas no geral, o filme está bem melhor que muitos que já foram adaptados para o cinema.

“Nossa Rodox, mas esse filme não tem coisas ruins?” Claro que tem, ultrajovem. Vou falar disso agora:

Os corredores que deveriam ser um dos focos principais do filme, por exemplo, não dão tanta ênfase. Tudo que se vê até o dia que Thomas passa a ter mais contato com Minho (Ki Hong Lee, Hector, de New Girl), são eles entrando para o labirinto e saindo dele. Mostram cenas bem de longe e você não vê nenhuma ação deles antes dessa intervenção de Thomas. Tudo que se sabe é que são corredores, ou melhor dizendo, os “runners“, e que ficam decorando as zonas dos labirintos para tentar achar uma saída. Deixaram muito a desejar nesse quesito, tudo só passa a acontecer quando o “escolhido” é aceito na ordem.

The Maze Runner - Correr ou Morrer (2014)

Os verdugos, ou se preferir, “Grievers“, me lembraram muito as criaturas de Tropas Estelares e No Limite do Amanhã, mas o que são eles? E a apresentação deles? Quem não leu o livro, não vai saber. Ficaram estranhos, também, os efeitos que eles causam quando ferem algum corredor. O que seria aquilo? A pessoa vira zumbi ou são apenas meras semelhanças com os comedores de cérebros?

As cenas de ação são boas? Sim! Mas eles focam tanto na coisa do “mistério” que o que se tem de ação não é tão esperado quanto o desfecho da história.The Maze Runner - Correr ou Morrer (2014)

Alguns personagens da clareira permanecem até o final como figurantes, mesmo fazendo parte do elenco principal. O caso do Caçarola é um deles, e tem mais um outro que eu não vou lembrar o nome. Você fica se perguntando o que diabos eles estão fazendo ali. É a mesma questão que você faz em relação a Teresa, talvez, no caso dela, a intenção fosse apenas de introduzi-la na história e terá mais importância no filme seguinte. Ela tem sua função no filme? Claro que tem, mas pra mim não passou de um processo introdutório para a personagem.

O filme enrola um pouco até pegar no tranco, mas acredito que isso seja normal para todos os filmes que contam o início de uma saga.

No geral, The Maze Runner é um bom filme, toda a sensação de “mistério” e “do que vem adiante” deixa a trama instigante e o final é um soco na cara da gente para morrermos de ansiedade em assistir ao próximo. Vale a pena assistir o filme mesmo que você não tenha lido o livro, como eu fiz. Digo mais: assim como eu, você sairá da sala de cinema correndo para uma livraria.


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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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