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Planeta dos Macacos: O confronto (2014) | Uma sociedade completamente inversa

Eu me lembro de ir ao cinema assistir Planeta dos Macacos, aquele de 2001. Como eu tinha só 15 anos, tudo me fascinava e eu gostei muito do filme. Passados mais de 10 anos foi lançado um reboot, Planeta dos Macacos: A origem e eu acabei não assistindo na época de seu lançamento.

Mas como o terceiro filme sairia em breve, tive que correr atrás do tempo perdido para chegar na sala de cinema e poder entender toda a trama de Planeta dos Macacos: O Confronto. Assisti novamente o filme dirigido por Tim Burton, me odiei por ter achado tão legal lá nos meus 15 aninhos e, logo em seguida, dei o play em Planeta dos Macacos: A Origem

Aí, meu amigo… Tudo mudou!

Cheguei com uma expectativa enorme para ver o que seria de César e do novo mundo que eles construiriam na floresta próxima à San Francisco. Fiquei, também, na expectativa de saber como o seu criador – Will Rodman, interpretado por James Franco – estaria. Sei lá, eu fui cheio de “esperas”, anseios e curiosidade, até mesmo para ver macacos em cima de cavalos carregando metralhadoras.
Uma sociedade completamente inversa - Planeta dos Macacos: O confronto

Pois bem, depois desse nariz cera eu posso dizer que minhas expectativas para Planeta dos Macacos: O confronto foram superadas.

Após os eventos que ocorreram em Planeta dos Macacos: A Origem, se passaram 10 anos e César estava vivendo em uma sociedade no parque florestal próximo a San Francisco, que, por sua vez, estava totalmente dizimada. O mundo, agora, é pós-apocalíptico e habitado por duas raças: os macacos e os humanos que conseguiram sobreviver ao vírus proveniente do ALZ-113, conhecido como Símio. Numa sociedade, o que todos querem é viver bem, proteger sua família, amigos e etc. É o que encontramos do lado dos macacos, que estão caçando, aprendendo com os mais velhos e cuidando uns dos outros, tudo isso sob o comando de César (Andy Serkis). Desta vez, César está mais maduro, suas expressões estão mais marcantes e existe a preceita do líder, com todo aquele ar de superioridade junto com o lado “paizão” de todo mundo.

Uma sociedade completamente inversa - Planeta dos Macacos: O confronto

Do outro lado, temos os sobreviventes, liderados por Dreyfus (Gary Oldman) vivendo na cidade devastada e com os recursos escassos. E é por causa desse recursos escassos, pela sobreviência e da luta pela supremacia das espécies que os humanos e macacos vão viver um grande confronto.

O roteiro é assinado por Mark Bomback, Rick Jaffa e Amanda Silver e a direção fica por conta de Matt Reeves, diretor também de Cloverfield (2008) e Deixe-Me Entrar (2010). A trama é cercada de conflitos entre eles (macacos x humanos) e com eles (humanos x humanos e macacos x macacos). Mas como assim Rodox? Eu vou explicar:

Do lado dos humanos, existe a questão da sobrevivência, estão dizimados, precisam de alimentos, remédios, energia elétrica, água e etc, além da busca pela cura do vírus que matou geral. Entre eles, existe Malcolm e sua família, que acreditam que as duas espécies podem conviver tranquilamente e o confronto em si está como a paz e a guerra. Dreyfus, por sua vez, deseja acabar com todos os macacos e Malcolm acredita que os  problemas dos humanos, desejos e anseios são os mesmos que os dos macacos.

Uma sociedade completamente inversa - Planeta dos Macacos: O confronto

Do outro lado, temos uma sociedade quase perfeita como eu disse no início, mas aqui podemos parafrasear Rousseau e assim como o homem: “O símio nasce bom, mas a sociedade animal o corrompe”. Koba (Toby Kebell), um macaco cobaia de laboratório que não confia nos humanos por causa do que sofreu nas experiências do filme anterior, é a chave para todo o confronto acontecer.

Uma coisa me chamou muito a atenção: do lado dos macacos, quando César falava,  todos escutavam pacientemente. Já do lado dos humanos, nem com um megafone a voz de Dreyfus se fazia presente. Disso tudo já dá pra entender os contrapontos de cada sociedade.

Eu achei que o filme não tem muita conexão com o anterior,  deixo bem claro que isso não quer dizer que não tenha e sim que são pequenas, principalmente em relação ao passado de César. Lembra da expectativa que eu disse sobre o James Franco logo no início? Quase para o final do filme que são mostradas algumas dessas conexões que envolvem o ator e toda a trama iniciada anteriormente. Se você, por exemplo, não assistiu Planeta dos Macacos: A Origem, não vai sofrer tanto, pois todo o elenco foi mudado – exceto pela parte dos macacos.

Pontos positivos para a computação gráfica e para os efeitos especiais. Eu dou graças a Deus que chegamos num patamar tecnológico que nos permite realizar obras como essas e não percebermos, nem por um minuto, que seja computação gráfica ou que ali na tela o que eu estava vendo e o que você vai ver, não eram macacos. Eles são tão reais que contrastam bastante com a nossa evolução propriamente dita.

Uma sociedade completamente inversa - Planeta dos Macacos: O confronto

A forma com que a história foi contada e como o drama foi desenvolvida,  faz trabalho do diretor, produção e roteiristas quase perfeito. A todo momento, a única vontade que se tem é de ver essa situação de conflito iminente resolvida. O confronto, em si, é bacana, todos aqueles macacos fazendo absurdos com armas de fogo, em cima de cavalos, guiando tanques e usando outros utensílios bélicos são de tirar o fôlego, mas o que marcou, para mim, foi o drama, a questão de como César e Malcolm iriam, resolver o impasse criado entre as espécies, como encontrar a paz? A harmonia?

Por mais que existam duas sociedades, ser bom ou ser mau depende de cada um nós.

Uma sociedade completamente inversa - Planeta dos Macacos: O confronto

E o resultado geral do filme é um longa que entrega o que promete, que com certeza caminha para uma trilogia e que o trabalho, no geral, ficou bem bacana e vale muito à pena às 02:10h de duração. A Fox com certeza conseguiu, de uma vez por todas, apagar a tragédia cometida por Tim Burton e, ao mesmo tempo, homenagear de forma digna o primeiro longa da franquia, realizado em 1968.


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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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