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O Franco Atirador (2015) | Sean Penn e o heroísmo de carregar um filme nas costas

Estamos no ano de 2006 em plena República Democrática do Congo, vivendo momentos de Guerra Civil. Algo aparentemente normal – aliás em outros filmes temos um cenário parecido como  em Jardineiro Fiel (2005) e Diamantes de Sangue (2006). Um país totalmente dominado por exploradores de minérios, ações humanitárias envolvidas no calor da guerra e alguns mercenários que garantem a segurança das multinacionais que vampirizam as riquezas que contemplam o país africano.

Martin Terrier (Sean Penn) é um desses “seguranças”, Martin levava uma vida bacana no país africano, tinha uma bela namorada chamada Annie ( Jasmine Trinca), uma médica que trabalha numa ONG, e alguns amigos que também faziam a segurança da multinacional, todos comandados por Felix (Javier Bardem).

Certo dia o Ministro de Minas resolve dar uma declaração que afeta diretamente os interesses das mineradoras. Obviamente o trabalho de todos os envolvidos seria prejudicado. Para solucionar este inconveniente, Felix juntamente com alguns políticos e os executivos de uma das empresas afetadas, acham que matar o ministro é a melhor saída. Como eles vão fazer isso? Simples, um franco atirador resolveria tudo.

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A missão é dada, mas existe algumas regras. O franco atirador escolhido para matar o ministro terá que deixar o continente logo após a sua morte. Martin é o escolhido por Felix para executar a missão, Felix tinha interesses pessoais nesta escolha. Após matar o político, Martin deixa o continente sem dar explicações, inclusive para Annie, sua namorada, e desaparece sem deixar  rastros.

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8 anos se passam após o feito realizado dentro de um hotel congolês, Martin volta à República Democrática do Congo dessa vez para trabalhar como perfurador de poços artesianos. Ele  está aposentado da função de matador e pretende se redimir de todo mal que cometeu no passado. Mas a vida tem suas surpresas e para deleite de Martin, seu futuro começa a ficar comprometido quando um grupo de homens, tentam contra sua vida enquanto ele trabalhava na perfuração de um dos poços num local protegido por uma ONG que participa de uma das ações humanitárias. Martin desconfia que seus antigos empregadores querem a sua cabeça e resolver ir à caça e acabar com eles primeiro.

A partir dai, começa a ação do thriller que é baseado no romance policia “The Prone Gunman” (2002), escrito por Jean-Patrick Manchette.

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O longa tem seus problemas como qualquer outro – no começo ele é um pouco confuso e demora para fazer o espectador entender como será a trama e como os conflitos vão se desencadeando para dar liga ao enrendo. Ele é muito previsível, um país africano que vive uma guerra civil, empresas estrangeiras explorando esse país, milhares de civis doentes, ONG’s e ações humanitárias por todo o canto, miséria, violência e etc. Parece que na Africa não existe outro mundo além deste.

Outro ponto fica ruim fica por conta dos clichês dos filmes que retratam a vida de um franco atirador sendo perseguido o tempo todo.  Para se disfarçar, Martin usa óculos escuros, uma jaqueta de guerrilheiro e um boné com a aba abaixada para esconder a face. Algo que toda pessoa que quer se esconder faz. Acredito que se ele estivesse trajando qualquer outra roupa não faria a menor diferença. Mas estamos falando de um filme de ação certo? Então, tudo que é inverossímil não importa, pois as cenas de ação vão fazer você esquecer de tudo isso.

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A atuação de Sean Penn está perfeita como em qualquer outro filme de sua carreira. Ele está com um físico bem diferente dos filmes que estamos acostumados a ver, eu mesmo, que tinha a imagem dele de Milk (2008) e Na Natureza Selvagem (2007), achei ele totalmente diferente em O Franco Atirador. Ele trabalhou bem nas cenas de ação e nas coreografias dos embates corpo a corpo. Em nenhum momento você percebe que ele está fazendo algo forçado, ao menos isso deu um ar positivo ao filme. Além de protagonizar o longa, Penn assina como corroteirista e coprodutor, ao que tudo indica teremos grandes projetos estreando nas salas de cinema  assinados pelo ator.

Javier Bardem estava muito genérico, parecia mais um daqueles personagem que servem para tapar buraco. Ele é essencial para o elenco? Sim até é, mas não fede nem cheira. Mesmo quando sua atuação sugere importância ele parece não dar a minima.

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O Franco Atirador melhora do segundo ato em diante, mesmo com todos os problemas que eu apontei no inicio. O enredo vai se transformando numa cama de gato e tudo parece piorar a cada frame, cada momento de tensão gera um envolvimento maior do espectador, algo que não existia no inicio do longa. Daí em diante fica muito mais fácil de suportar o filme. Detalhe para participação de Idris Elba que sempre dá um brilho a mais em qualquer produção.

Sem sombra de dúvidas Sean Penn carrega este filme nas costas, seu heroísmo não fica marcado na sua atuação diante dos 116 minutos de filme, mas também em todo o esforço que ele fez para esse longa acontecer.  Mas no geral é mais  um daqueles filmes com os aposentados do crime ou da vida policial, que têm seus 50 anos e que acaba perdendo coisas importantes da sua vida, como ente queridos, pessoas com a qual se relacionam, animais de estimação e etc. Pelos inimigos que adquiriu no passado. Por conta disso, resolvem dar uma de herói e acabam com meio mundo até chegar ao final feliz e edificante.

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Roteiros como este tem sido bem comum em Hollywood e muitos estão  falando de um novo gênero chamado de “Pai”. Filmes como John Wick, The Equalizer e Taken, carregam essa mesma premissa.

O Franco Atirador estreou nesta quinta-feira (07) nos cinemas de todo o país e para promover a estreia do longa a Paris Filmes convidou 16 blogueiros para viver um dia de Sean Penn em O Franco-Atirador. Eu fui um dos convidados e estava no campo de batalha vivendo um dia Martin Terrier.  Assista como foi no vídeo abaixo:

Leia mais:
Resenhas Cinematográficas
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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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