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Future Man – 1° Temporada | Um loop contrastivo

Com estreia no final de 2017, Future Man é uma série que une comédia e ficção científica numa produção realizada pela Sony Pictures Television, disponibilizada ao público através dos serviços de streaming Hulu e, no Brasil, pela FOX Premium. O casting traz atores como Josh Hutcherson (Peeta Mellark de Jogos Vorazes), Eliza Coupe, Derek Wilson e outros mais para complementar a trama “carta de amor” aos anos 80.

Future Man explora uma premissa interessante, vemos nela o alheio zelador e nerd de videogame Josh Futterman (o então Future Man) virar a salvação da terra da noite para o dia, quando visitantes enigmáticos de um futuro apocalíptico lhe recrutam para evitar que a humanidade seja extinta com a ajuda de viagens no tempo. E essa é uma aventura que está apenas começando.

Future Man - 1° Temporada | Um loop contrastivo

Future Man explana um protagonismo tri-compartilhado entre Josh (Josh Hutcherson), Tiger (Eliza Coupe) e Wolf (Derek Wilson). Discorrendo isoladamente de um primeiro vislumbre de cada um deles nos deparamos com: Josh sendo caracterizado em um jogador nato e “diferenciado”, mas que em contrapartida é um “loser” que se sente parado na vida e tampouco com perspectivas para seu futuro; Tiger, uma bad-ass viajante do tempo oriunda de um futuro apocalíptico, é basicamente a “comandante” do grupo (e ela tem uma patente dessas, o que é super legal!), bem como a ranzinza e que constantemente se cobra em excesso devido a alguns de seus traumas passados.

Ambos os personagens Josh e Tiger soam captativos para a série e, idem, para a trama. Ainda que ocorra certa divergência entre essas características ao comparar um ao outro nesse sentido. Mas no decorrer da trama, os mesmos acabam por demonstrar uma crescente dificuldade de sinergia para com o público e o próprio enredo, mesmo que suprindo efetivamente suas necessidades ante a composição da tríade protagonista, da trama e da série como um todo. Digo, a sensação que se tem é de que você observa a série se desenvolvendo  num nível em que ambos os personagens parecem acompanhar um ritmo inferiormente dessincronizado.

Future Man - 1° Temporada | Um loop contrastivo

Por sua vez, Wolf é um guerreiro igualmente bad-ass que acompanha fielmente Tiger em sua jornada temporal para impedir que seu futuro apocalíptico ocorra. No entanto, Wolf é de longe o personagem da série, cujo destaque notavelmente se evidencia ante os demais personagens. Quero dizer, o personagem canaliza de forma estupenda uma formidável dose de comédia, marra e “incrívelbilidade” pessoal ante uma crise de identidade circunstancial. Desta forma, esses elementos trabalhados em conjunto a boa interpretação de Derek Wilson, fazem com que o espectador note um desenvolvimento nítido e natural no personagem e seja captado de tal maneira, que você vai querer ver mais de Wolf em tela. Contrariando, assim, o que se presencia nos demais protagonistas.

A trama desta primeira temporada para Future Man é devidamente interessante, mas trabalhada de forma nitidamente contrastante. De imediato a série traz um ar modernizado a temática de aventuras com viagem no tempo, sem esquecer de referenciar amorosamente elementos característicos de clássicas aventuras desse gênero (como Exterminador do Futuro, James Cameron, o valor e a importância da família [os pais do Josh são personagens incríveis e divertidos, por sinal!], entre outros). Ainda, a série apresenta uma boa comédia ante essa caracterização da ficção científica, mesmo que em certos momentos as circunstâncias exploratória dessa comédia não sejam lá das mais oportunas.

Em contrapartida, a série apresenta um questionável desenvolvimento construído em cima de um “loop”. Isto é, os personagens e contextos se desenvolvem na medida em que lidam com situações parecidas e/ou recicláveis. Desta forma, com o passar da série o enredo começa a demonstrar-se cansativo e seu desenvolvimento é posto a prova a partir do momento que os processos evolutivos de contextos e personagens ficam embaraçados e/ou dessincronizados a tal elemento. Não esquecendo de mencionar que a série evidencia uma falta de imersão significativa quanto ao futuro apocalíptico. Digo, mesmo que haja momentâneos flashbacks sobre, você simplesmente não é impactado por tal futuro. Portanto, esse futuro apocalíptico torna-se ambíguo no que: a) negativamente não se tem uma imersão total e significante da audiência; b) positivamente o telespectador não tem um norteamento e contextualização mais aprofundada, possibilitando plot twists interessantes.

Para finalizar, a primeira temporada de Future Man  em assistir uma série que propõe uma premissa diferenciada e modernizada quanto a aventuras temporais, explanando ainda de uma boa comédia, no qual o aparente loop contrastivo apresentado por tal temporada felizmente não resulta em uma série cujo tempo é gasto atoa. De fato, Future Man é uma boa pedida para aqueles que simplesmente querem entreter-se (no fim de semana ou não) com algo divertido e descompromissado.

Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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