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Caça-Fantasmas (2016) | Sim, nós vamos chamar: Ghostbusters!

YES! Estreia hoje (14), finalmente, o filme mais carregado de backlash e chorume dos últimos tempos: Caça-Fantasmas. Dirigido por Paul Feig , conta com o elenco feminino composto por Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Leslie Jones e Kate McKinnon, com participação de Chris Hemsworth.

O filme causou furor na mídia, quando anunciado no final de 2014, pois se trata de uma releitura do original de 1984, dirigido por Ivan Reitman e estrelado por Bill Murray, Dan Arkroyd, Ernie Hudson e Harold Ramis (R.I.P.) e que fez parte do DNA de cultura pop de muitos de nós, trintões. Talvez por isso, os fanboys, detentores exclusivos de toda a sabedoria e julgamento sobre cultura pop no mundo (#SQN), decretaram aos quatro ventos internéticos que seria uma bomba, entre outros adjetivos menos agradáveis e amistosos. O diretor recebeu inúmeras mensagens de ódio e as atrizes então, nem se fala. Foi treta.

MAS… adivinhem só?

O filme é INFINITAMENTE MELHOR que o de 1984. Não, não só pelo fato do elenco ser composto por mulheres. Não por isso. Ele não é uma primazia de roteiro, ainda carrega a vibe “Sessão da Tarde”, muita coisa não faz o menor sentido, algumas pontas estão soltas, e tudo bem, a história é previsível, mas é maravilhosamente DIVERTIDA. Puro entretenimento. Para ver com toda a família, comendo pipoca e se matando de rir. Um dos filmes mais divertidos de 2016.

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Os diálogos são nitidamente mais inteligentes e rápidos que os do primeiro. Os efeitos especiais são de encher os olhos, graças à evolução de 30 anos em tecnologia, com relação ao primeiro, e as interpretações estão FENOMENAIS.

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A decisão da produção de criar um novo enredo com elenco inédito, composto por mulheres, traz um enorme frescor à formula da franquia e foi corajosa e certeira. A sintonia e timming entre as atrizes são perfeitos, No começo, Melissa McCarthy e Kristen Wiig parecem assumir o protagonismo, mas ao longo da trama, Patty (Leslie Jones) e a IMPAGÁVEL Jillian Holtzmann (Kate McKinnon, tresloucada, minha PREFERIDA, de longe) roubam completamente a cena e as interações se equalizam. Até a participação de Chris Hemsworth é, em certo ponto, uma surpresa, para quem está acostumado a associá-lo ao monossilábico e impetuoso Thor, em Vingadores.

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As meninas estão BEM bad-ass, não fazem feio, muitos gadgets são criados para combater os fantasmas, abrindo a possibilidade de um marchandising absurdo do filme. Eu mesma já quero umas três arminhas dali – preparem os bolsos, nerds!

Entrevistamos a equipe!

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Em entrevista via Skype, realizada pela Sony Pictures para alguns jornalistas de entretenimento no último dia 11 de julho com o diretor Paul Feig e as atrizes Leslie Jones e Kate McKinnon, da qual o MinasNerds teve o privilégio de participar, alguns pontos foram abordados, tais como: a participação de Chris Hemsworth como estereótipo de “loiro burro”, um papel que, durante quase toda a história do cinema, coube às mulheres, a problematização do papel de Leslie Jones, como mulher negra (na história, assim como no primeiro filme, ela é a única que não é cientista na turma, trabalha no Metrô), sobre a inspiração de Paul Feig para dirigir um remake sob tanta expectativa e ainda sob o peso do primeiro filme e sobre o backlash que a equipe sofreu, desde que o filme foi anunciado.

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Sobre a participação de Chris, todos foram unânimes. “Chris é um ator muito versátil e incrivelmente engraçado. Muitas das piadas que ele faz são improvisadas, são cacos, não estavam no roteiro e funcionaram muito. Acho que a palavra “vingança” (sobre o estereótipo do homem sendo burro) é uma palavra muito forte, só queríamos que ele fosse divertído” – disse Paul Feig.

“Chris é, na vida real, um cara muito engraçado. Ele fazia altas palhaçadas no set, nos divertíamos muito” – Disse Leslie Jones. “Chris é um anjo – disse McKinnon – Um anjo incrívelmente LINDO” – completou, entre risos de todos.

A história se baseia no roteiro do primeiro filme, com algumas mudanças, sempre para melhor. Três cientistas que não encontram seu lugar, nem na academia, nem na indústria, decidem, levadas por fatos “estranhos” que acontecem na cidade, investir em uma antiga paixão, sobre a qual estudaram a vida inteira: a pesquisa por fenômenos sobrenaturais. Temos também um vilão (Neil Casey) e a escolha de sua personalidade achei particularmente sensacional: ele é um NERD, infeliz e ignorado por todos, que quer se vingar da humanidade pelo bullying que sofre. COINCIDÊNCIA? ACHO QUE NÃO ? se formos analisar um furo no filme, eu diria que é a batalha final com os fantasmas na Times Square. É longa e parece não ir para lugar algum, e de repente rola um deus ex machina ali e tudo se resolve ,sem mais nem menos. Poderia ter sido melhor trabalhada.

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Enfim, perguntei à Leslie Jones sobre o fato de ela ser a única personagem negra e que não é cientista. Ela revirou os olhos, em enfado, obviamente por já estar CANSADA de responder a essa pergunta e por colocá-la em uma situação delicada perante a produtora e elenco, mas precisei fazer. “Bem, nem todo mundo precisa ser cientista nesse filme. Me sinto muito orgulhosa de minha personagem. Ela é uma típica nova-iorquina, representante da classe trabalhadora. Você tem alguma coisa contra pessoas que trabalham no Metrô? Em um próximo filme posso fazer o papel de uma cientista, sem problemas” – afirmou.

Sobre o backlash, Paul Feig quis enfatizar o outro lado da história: “Infelizmente a internet parece fazer aumentar o número de pessoas que disseminam discurso de ódio, mas recebemos muitas mensagens de apoio também, nos dando força, agradecendo por mais um filme, muitas mulheres, tem sempre o outro lado, não podemos nos esquecer dele”

“Dirigir uma franquia tão amada quanto Ghostbusters foi sim, um desafio e tanto. Mas recebemos muito apoio da equipe original e principalmente do elenco do primeiro filme. Vê-los chegando no set foi um momento muito emocionante. Eles nos ajudaram muito”. – Completa o diretor.

Ah sim, o filme é LOTADO de fanservice. Agrada tanto um novo público quanto aos saudosistas. Esperamos, realmente, que ele possa marcar a vida de crianças e adolescentes, como o primeiro Caça-Fantasmas marcou as nossas.

A tradição é inimiga da mudança e da evolução. Respeito pelo trabalho feito é crucial, mas dá sempre pra fazer melhor. E foi isso que Paul Feig fez com nosso tão querido Caça-Fantasmas.

PS: FIQUEM PARA CENAS PÓS-CRÉDITOS!

Resenha crítica escrita por Gabriela Franco e publicada originalmente no Minas Nerds. A Gabriela é jornalista especializada em cultura pop, cineasta e criadora do MinasNerds.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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