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13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi | O pequeno acerto de Michael Bay

A data de 11 de setembro depois de 2001 nunca mais foi a mesma para o mundo. A Terra praticamente se cala neste dia e vive o luto continuo que é lembrado ano após ano. 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi conta a história dos acontecimentos de 11 de setembro de 2012, quando terroristas atacaram o Complexo de Missão Especial do Departamento de Estado Dos EUA e a base da CIA, conhecida como Anexo, em Benghazi, na Líbia. Uma equipe de seis soldados – Mark “Oz” Geist (Max MArtini), Kris “Tanto” Paronto (Pablo Schreiber), John “Tig” Tiegen (Dominic Fumusa), Jack Silva (John Krasinski), Dave “Boon” Benton (David Denman) e Tyrone “Rone” Woods (James Badge Dale) – foram os designados para serem uma espécie de “Task Force” secreta do governo americano.

A função desses soldados, além de proteger os americanos que lá trabalhavam, era entrar em campo quando a merda estivesse fedendo pra caralho. Ou seja, basicamente são ex-militares de elite, treinados para responder com urgência e eficácia a um ataque sejam quais forem as condições. Nas 13 horas que se sucederam ao atentado no Complexo Especial do governo americano, eles foram a única esperança que o Tio San pode dar aos americanos que dedicaram parte da sua vida à missão na Líbia.

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13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi não é o melhor filme que você vai assistir que aborda a guerra ao terror. Também não é o longa mais patriota dos EUA sobre as vitórias e conquistas no oriente médio. Mas é uma visão um tanto superficial sobre às 13 horas infernais que seis soldados americanos tiveram em suas vidas. Para alguns, essas horas foram as últimas e, eles morreram no maior clichê de filme de guerra – servindo a pátria. Para outros, receberam o maior presente que uma guerra pode dar, a volta para a casa.

Michael Bay tentou e se esforçou em retratar o atentado terrorista ao complexo e ao anexo em Benghazi da forma mais real possível, ele teve um livro para auxiliá-lo, teve também a consultoria dos soldados sobreviventes de Benghazi e todo um aporte de produção das que estamos acostumados a ver em Hollywood. Com roteiros de Chuck Hogan baseado na obra original de Mitchell Zuckoff, Michael Bay se distância dos Autobots e Decepticons e apresenta um filme com cenas de ação muito consistentes nos longos 144 minutos de exibição. E quando eu falo em cenas de ação consistentes, é justamente para frisar que a melhor parte deste filme é exatamente essa.

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A marca registrada do diretor – as explosões – fazem sentido neste filme e estão primorosas. Afinal eles estão num ambiente de guerra, não é mesmo? Os efeitos sonoros fazem você sentir cada tiro passando ao seu lado, até mesmo é possível sentir o impacto de cada bala penetrando o corpo de um soldado ou de um terrorista. A edição e o estilo de filmagem tentam a todo momento trazer o espectador ao cenário de guerra, ao nervosismo de cada um do elenco e ao clima de tensão típico do gênero.

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A fotografia, a trilha sonora de Lorne Balfe e os efeitos especiais estão dentro do esperado. A trilha por vezes silencia nos momentos de combate e depois aumenta nos momentos de tensão e isso dá outra cara ao que passa diante dos seus olhos.

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Mas como estamos falando de Michael Bay, e isso já deixa muita gente com o pé atrás, o filme tem seus problemas que dependendo do ponto de vista não são pequenos e podem até comprometer sua expectativa sobre o longa. Por exemplo, ele voltou a apresentar um filme longo demais e que pode cansar o espectador. Como qualquer outra adaptação literária, o filme tem problema de desenvolvimento de personagens e de aprofundamento nas motivações de cada um deles e também no enredo de uma forma geral. Além de tudo isso, ele carrega o clichê do americano fodalhão que está a beira da morte, todo fodido, sem eira nem beira, mas que se salva e que independente do seu estado físico ele mantém a arrogância e o patriotismo acima da sua condição física e até mesmo humana. A montagem deixou a desejar em algumas cenas e você vai ficar um pouco confuso. A todo momento fica aquele clima de antecipação, você sabe que dos seis soldados presentes nem todos vão sobreviver e às vezes isso fica implícito no discurso e nos semblantes dos personagens.

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Ainda sim, 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi é um filme que tenta mostrar de forma verdadeira e mais próximo da realidade a versão que muitos não conheciam sobre o dia 11 de setembro de 2012 em Benghazi. Além de todo esse sentimento e vontade, o longa quer mostrar o viés dramático de cada um dos soldados e o quanto este dia impactou em suas vidas e também quanto foi a preocupação do governo americano para com eles.

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13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi é mais um filme que acima de todo o entretenimento dado ao espectador, tem a intenção de fazer uma crítica ao governo americano e suas decisões nas incursões pelo Oriente Médio. É visível o esforço que Michael Bay teve para desmitificar ou amenizar o que a crítica fala de suas produções até aqui, mas ainda é um pequeno acerto diante de tudo que ele já apresentou até agora. Os soldados Secretos de Benghazi até convence o espectador com sua trajetória de amor, drama e dedicação a um bem maior, a pátria. É de longe, de longe mesmo, o melhor trabalho do amante das explosões e dos carros que se transforam em robôes, Michael Bay.

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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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