Igor Tavares É isso aí, DCnautas. Se a sua sede por histórias cósmicas ainda não foi saciada pela enorme quantidade de títulos da linha dos Lanternas talvez essa nova saga envolvendo todos os portadores de anéis e os Novos Deuses possa resolver o teu problema. Em Godhead os autores Van Jensen, Justin Jordan, Robert Venditti, Charles Soule e Cullen Bunn finalmente introduzem o conceito das equações da vida e morte no Universo DC pós-Novos 52.
Na primeira edição da saga vemos o Pai Celestial de Nova Gênese buscando a todo custo a tal equação por conta da ameaça iminente de Darkseid ao Multiverso.
Temos uma introdução curta, mas não menos épica das origens da guerra entre Apokolips e Nova Gênese. No entanto é a descoberta da “Fonte”, representada pela muralha nos limites do Multiverso, e a relação entre a muralha e o personagem Relic (apresentado no último arco dos títulos dos Lanternas) que coloca os Novos Deuses em rota de colisão com todas as Tropas de Lanternas do espectro emocional.
O roteiro é relativamente tranquilo de acompanhar e apesar da imensa quantidade de personagens (que vão desde o panteão dos Novos Deuses até Larfleeze). A equipe de roteiristas, após introduzir a premissa, já divide a história em pequenos núcleos nos quais cada um dos Novos Deuses entra em “conflito” com um portador do anel. Então apesar de se tratar de um tema com um escopo muito abrangente, a HQ não se perde em devaneios Multiversais e felizmente temos bastante ação aqui. Destaque nesta primeira edição principalmente para Metron (que tem as melhores falas), Orion e o Próprio Pai Celestial. Os novos personagens de Nova Gênese tem uma introdução um pouco pobre e ainda não temos muita noção de quem são. De qualquer maneira as 39 páginas desta edição inicial passam voando e a leitura é bastante dinâmica.
A arte é uma colaboração entre Ethan Van Sciver, Martin Coccolo, Goran Sudzuka, Chriscross e Pete Woods. A divisão das cenas do roteiro é feita de maneira que o leitor não sinta tanto o impacto entre um artista e outro. Enquanto Van Sciver faz uma introdução épica do arco, Coccolo cuida da situação no quartel general dos Lanternas e Sudzuka mostra um pouco da organização de Nova Gênese. E assim a fluidez da narrativa é mantida mesmo com artistas com estilos bem distintos e a qualidade gráfica não é prejudicada em nenhum momento.
Godhead é um evento que chegou um pouco despercebido entre os fãs de quadrinhos, no entanto é a primeira aparição dos Novos Deuses clássicos protagonizando uma saga nos Novos 52. O evento além de introduzir vários conceitos “Kirbyanos” aos novos leitores, anuncia a volta de Darkseid com força total e ainda dá uma boa chacoalhada nos títulos do Lanterna Verde que andavam em um grande marasmo desde a saída de Geoff Johns da mensal principal. Uma boa leitura para novos fãs da DC e de quadrinhos e uma início empolgante para fãs antigos da mitologia cósmica da editora.
