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HQ do Dia | Spawn #250

Conforme anunciado pelo próprio criador de Spawn, Todd McFarlane, a única certeza sobre esta edição #250 de Spawn é que Al Simmons está de volta. Nesta edição comemorativa com tamanho triplo (70 páginas) temos o clímax do arco atual e o início de uma nova fase na publicação do soldado do inferno.

O principal problema é que o argumento de Todd McFarlane para esta edição não é nem um pouco convidativo para novos leitores e nem para antigos fãs. Portanto se você nunca leu Spawn ou mesmo se leu as primeiras edições e em algum momento largou a publicação Spawn #250 não terá piedade da tua ignorância. Apesar da história não ser ruim, o fato desta edição ser a conclusão umaHQ do Dia | Spawn #250 história em andamento já contribui para alienar parte de uma audiência mal acostumada com tantos títulos com #1 na capa. A história segue os moldes dos quadrinhos antigos da década de 1980 nos quais o leitor pegava o “bonde andando” mesmo e tentava entender o contexto sem página de recapitulação ou alguma apresentação dos personagens (existe sim uma recapitulação, mas ela fica estranhamente no final da edição). O que vemos nesta edição são os eventos de Spawn #243 a #249 culminando em um showdown entre os principais protagonistas e um final com ares de recomeço. Na história o atual Spawn, Jim Downing se vê no meio de uma Nova Iorque infestada por pragas das mais diversas enquanto luta contra seu simbiótico e demoníaco uniforme por sua vida. Se você não conhece Jim Downing ficará confuso com algumas coisas a seu respeito sim, mas essas pequenas dúvidas não impactam tanto a leitura. McFarlane escreve praticamente da mesma forma como você se lembra na década de 1990 – voice boxes narrativos em terceira pessoa descrevendo as motivações dos personagens como em um romance e a todo o momento temos o protagonista sofrendo e o tom dramático e urgente impera durante toda esta edição. A dupla de detetives Sam e Twitch continua praticamente a mesma também, sempre um passo atrás dos acontecimentos da revista servindo somente para contextualizar a leitura e dar uma visão mais humana dos acontecimentos na trama.

A arte nesta edição é um excelente trabalho de Szymon Kudranski. O traço do artista regular de Spawn é foto-realista na medida certa, deixando a revista com um tom menos caricato do que outrora, mas sem puxar muito para o realismo. Um equilíbrio bem delicado em uma publicação com protagonistas sobrenaturais com é o caso de Spawn. Felizmente a HQ tem um visual incrível e cativante, principalmente para quem não estava acompanhando o trabalho do ilustrador neste título.

A realidade sobre Spawn #250 é que a revista é muito mais uma conclusão de arco do que um recomeço para o título. Temos sim o esperado retorno de Simmons no final da edição, mas em grande parte o autor gasta páginas tentando deixar mais grave a situação em Nova Iorque e finalizando a passagem de Jim Downing na publicação. Algumas pontas soltas permanecem e isso é até um ponto positivo para o futuro da revista, mas o fato é que não dá pra ler Spawn #250 como uma edição número 1 pois ela não é. A arte por sua vez é caprichadíssima e totalmente de acordo com o tom do roteiro de McFarlane. Por muitas vezes vemos o Spawn sob a ótica de outros personagens, o que dá um novo ar ao personagem, o tornando mais estranho e misterioso do que suas encarnações prévias. As cenas de batalha são magníficas e o final, apesar de meio abrupto é sim empolgante pra quem curte Al Simmons. O saldo é o seguinte: Spawn #250 não é ruim, mas também não é fácil de ler. Temos muita coisa confusa para novos leitores assim como leitores que pararam de acompanhar o título na década passada. Apesar disso a história é boa e suas 70 páginas passam voando. Mesmo não sendo uma edição brilhante (mesmo porque McFarlane nunca foi um exímio roteirista) a proposta deixada pelo autor na publicação é garantia de histórias no mínimo interessantes no futuro próximo.

Veja minha última resenha: HQ do Dia | O Despertar

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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