Isaias Setúbal “Um homem precisa encarar seus Demônios… mas também precisa ter talentos que garantam sua sobrevivência. E John Constantine tem talentos como ninguém!”
O lendário e emblemático ocultista dos quadrinhos, John Constantine, continua a trilhar por seu próprio caminho continuamente demarcado por suas sinas características neste segundo volume da republicação da fase Origens. Ou seja, entre o simples e complexo, Constantine lida com novas e estranhas aventuras da melhor maneira que lhe convém, sem se esquecer, é claro, dos cigarros, das bebidas e do humor ácido.
O encadernado Hellblazer — Origens Vol.2: Triângulos Infernais apresenta, entre as originárias publicações das edições #7 e #10 de Hellblazer (além das edições #76-#77 de Monstro do Pântano), um despreocupado e um tanto quanto imoral ocultista inglês vindo de uma família de origem operária da cidade de Liverpool que se tornou um herói… Ou melhor: um anti-herói capaz de chegar ao topo usando um misto de habilidades distintas, como sorte, truques e magia.
As histórias trazidas neste run, bem como para a fase propriamente dita, exploram dos melhores e piores momentos de Constantine no começo de sua carreira solo. A interpretação do personagem e dos elementos do título aqui executadas por Jamie Delano é devidamente interessante e atrativo.
Deparamos-nos, ao acompanha-lo através dos “bastidores de sua mente”, com um Constantine que constantemente vai do fundo do poço ao extremo e infinito vazio universal. Particularmente, vejo como irônico, e um tanto quanto cômico, que John Constantine de DELANO, se mostra como um homem de anseios simplistas que “lida” com as complexidades de um insano universo. De toda forma, um charme a mais para o título.
Jamie Delano possui um estilo de escrita adorável, de narrativa impecavelmente atrativa e mítica. Ele nitidamente entende bem dos seus personagens, contextos e demais elementos. Consequentemente, Hellblazer — Origens Vol.2: Triângulos Infernais, possui um roteiro bem desenvolvido — apesar de algumas nuances — e de uma qualidade fundamentada na atmosfera do “simples e complexo”, preservando assim o charme nas misturas dos elementos baixos e altos.
Por sua vez, a arte de Hellblazer — Origens Vol.2: Triângulos Infernais tem o ar clássico em seus traços que conta com a assinatura de John Ridgway, trazendo uma simplicidade formidável que dá vida a proposta de roteiro sem o diminuí-lo, mas engrandecendo-o. Por sua vez, as cores também trazem uma tonalidade adorável, de uma bela vibração simplista e nostálgica em uma sincronia harmônica para com o traço do artista e a trama do roteirista.
Hellblazer — Origens Vol.2: Triângulos Infernais é um encadernado cuja leitura mostra-se captativa e agradável. É uma leitura madura, de fato, que explana a simplicidade e ao mesmo tempo confronta o complexo. Junto a isso, tem-se um fabuloso encorpamento entre roteiro, arte e cores resultando num volume que vale e muito a leitura.
Se interessou pela HQ? Adquira AQUI!
