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HQ do dia | Lobo #1

Vamos falar sobre Lobo nos Novos 52. Desde que as primeiras imagens conceituais do Czariano mais amado da DC Comics brotaram nas “internerds” da vida em meados de 2013, os fãs da editora, que ainda estavam se recuperando do baque causado por outras atrocidades pós-Novos 52, meio que desistiram do personagem. Somente o visual “emo / galã / crepúsculo” já foi suficiente para alienar a imensa parcela de fãs do personagem na época. A editora não satisfeita com isso, começa a inserir a figura chamada agora de Lobo em pequenas participações em títulos DC como a sua recente aparição em Justice League United. Agora finalmente o que todos nós temíamos acontece: Lobo ganha um título solo.Lobo #1Em Lobo #1 o Czariano finalmente encontra o “impostor” (que na verdade é O Lobo pré-Novos 52 que todos nós amamos) e aparentemente dá cabo de sua vida miserável. Daí pra frente a HQ se torna um gibi de “contrato + alvos”. Ou seja, este Lobo diferente de seu antecessor é somente mais um mero mercenário no Universo DC perambulando pela galáxia e matando pessoas, de formas bem sem graça diga-se de passagem.

O roteirista Cullen Bunn não poderia ter sido designado para uma tarefa mais ingrata. Nesta primeira edição a desconstrução de toda a iconografia de Lobo é feita sem nenhum pudor e realmente agride qualquer um que já leu algo do personagem. Desde o modo de falar, até o modo de se vestir, passando por um backstory “romântico” e meio cheio de traumas (É isso mesmo) e finalmente até o modo de matar (e de não matar também) deste Lobo é um saco, uma desgraça e uma tremenda ofensa ao Maioral. Por vezes me parece que a descaracterização deste personagem é intencional e que em determinado momento teremos a volta do bom e velho Putardo em sua motocicleta ouvindo Death Metal, gargalhando e desmembrando o Lobinho enquanto se diverte. Mas pode ser só um devaneio de quem está aqui resenhando este material indigesto.

A arte de Reilly Brown não pode ser penalizada pelo erro que é o argumento de Lobo #1. O cara sabe desenhar direitinho e cumpre bem o papel determinado pelo autor. Cenários bem feitos, cenas de luta inteligíveis e bonitas, alienígenas bem estranhos e um visual bem bacana nesta edição de estréia.

Não dá para dissociar este Lobo DO LOBO DE VERDADE. Infelizmente a DC Comics e o roteirista do título escolheram colocar os dois personagens frente a frente nas duas primeiras páginas da edição de estréia da HQ. A comparação é inevitável e o velho Lobo ganha do Lobinho com os dois braços e as duas pernas decepadas. O título além de descaraterizar totalmente um dos personagens mais bacanas do universo DC ainda é sonolento, sem personalidade alguma e totalmente genérico. Somos testemunhas de um dos piores erros da história de uma editora que já teve sua cota desse tipo de decisão.

LEIA MINHA ÚLTIMA RESENHA: HQ do dia | Guardians 3000 #1

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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