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Tartarugas Até Lá Embaixo | Um retrato realista da adolescência e do TOC

Chegou a hora de falar sobre o novo livro do autor queridinho de todo jovem apaixonado e sonhador, Tartarugas Até Lá Embaixo, do John Green. Já partimos da certeza de que esse vai ser mais um daqueles livros que vai ganhar um espaço cativo em nossos corações, mas vamos nos aprofundar nessa maravilha em forma de livro, né?

Em Tartarugas Até Lá Embaixo acompanhamos a história de Aza, uma adolescente de 16 anos e Daisy sua melhor amiga, juntas elas decidem investigar o desaparecimento do vizinho milionário se aproximando do filho dele, em busca principalmente da recompensa de 100 mil dólares. Aza sofre de TOC, transtorno obsessivo compulsivo, e nos leva em uma jornada agoniante de desespero do que se passa na mente dela, além dos problemas típicos de uma adolescente, amor, amizade e perdas.

John Green usa toda a sua bagagem para criar esse enredo, com todas as referências à cultura pop, Star Wars e, principalmente, o TOC – doença que o próprio autor possui. Isso faz com que a narrativa seja extremamente honesta sobre como é esse transtorno. Poucos de nós têm conhecimento sobre como o TOC funciona e como as pessoas que possuem ele se sentem e pensam. É inevitável sentir compaixão após conhecer como é o dia a dia de Aza com suas obsessões, que para nós parece até besteira, mas para ela causa tantos problemas e sofrimentos. É realmente uma lição muito interessante que todo mundo devia ler e conhecer.

Cada um dos personagens é incrível por si só, Aza mesmo com todos os seus problemas é extremamente inteligente e seus questionamentos sobre o “eu” e sobre a vida são muito reais, não tem como não ler e não sair se perguntando o mesmo. Daisy é a amiga fiel, que ainda assim é uma pessoa da “vida-real” que apesar da sua lealdade e amor a amiga, também sente o peso e as dificuldades que uma amizade pode gerar. Porém não esmorece e não abandona sua amiga apesar do quão difícil isso possa ser. Davis, o menino rico de dinheiro, mas pobre de amor, com seus problemas familiares que nos mostra que nem só de dinheiro se faz a vida, e que possui uma humildade e insegurança que nos faz querer pegar ele no colo, sem contar o amor incondicional pelo irmão mais novo. Não tem como não se apaixonar por todos eles.

Além de tudo isso, o livro conta também com diversas citações e poemas reflexivos que só ajudam o leitor a questionar a si mesmo, sua própria vida e seus anseios. Uma das coisas que mais me marcou é que ao ler Tartarugas Até Lá Embaixo, vemos nossos próprios problemas sob uma luz diferente, percebemos que não é o fim do mundo, que temos que ter resiliência assim como a Aza, a Daisy e o Davis, porque no fim as coisas podem melhorar ou no máximo as coisas vão passar a ser mais suportáveis conforme formos aceitando tudo aquilo que a vida nos dá.

Mas não pense que é um livro “pesado”, é uma construção harmoniosa entre momentos de desespero e agonia de Aza, de conflitos de amizade e dores de perdas e de momentos alegres, de novos amores, amizade e de uma típica vida de adolescente. Chega a ser nostálgico para quem já passou dos 16 anos, pois como sabemos, toda a adolescência passa pelos mesmos questionamentos, aventuras e descobrimentos, independente de possíveis diferenças, o crescimento da adolescência é igual para todos. E essa soma de fatores faz com que Tartarugas Até Lá Embaixo seja um livro com ritmo certo, sem pesar nem ficar tedioso.

Como todos os livros de John Green a escrita é fácil, leve e divertida. As referências pop e ao universo de Star Wars é um deleite para todo fã e a construção do livro não peca em nada. Sem contar que a diagramação e o layout são lindíssimos. Palmas para a Editora Intrínseca. 

John Green acerta em cheio mais uma vez com Tartarugas Até Lá Embaixo, ouso dizer que é até agora seu melhor livro. Se você está na dúvida se o lê ou não, eu te digo com convicção de uma leitora encantada, leia e se apaixone também!

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Escrito por Débora Mello

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