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God of War | Entre a bela narrativa e transcrição de um universo singular

Icônico não apenas para os amantes do PlayStation como também para a própria história dos games, a franquia God of War criou uma base sólida e fiel de fãs desde o lançamento do primeiro título, em 2005. Daí então, acompanhamos a envolvente trama de Kratos, o Deus da Guerra, embasada numa estrada de vingança e muita fúria contra os deuses do Olimpo. Até que tudo mudou em 2018.

Não diferentemente da obra base em que se inspira, a novelização do último game de God of War nos põe de frente a Kratos, que agora embarca em uma nova e desconhecida jornada como nunca antes vista na franquia, então encharcada de valores pessoais ante as terras nórdicas, junto ao filho da divindade sem lar; Atreus. Mais do que lutar pela sua própria sobrevivência, Kratos deve ensinar seu filho Atreus a conviver em um mundo hostil e cheio de desafios enquanto empreendem uma jornada empolgante e de incríveis descobertas.

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God of War | Entre a bela narrativa e transcrição de um universo singular

Em 424 páginas a sua disposição, o autor responsável por essa novelização, J. M. Barlog, em certo traz uma narrativa franca e de fácil imersão por quem aqui aventura-se junto a Kratos e Atreus. Nesse sentido, é com uma atmosfera mítica e filosófica que não tira tanto o pé do chão assim que Barlog consegue nos presentear com os elementos divinos dessa nova jornada de seus protagonistas sem perder, sequer, o elemento base de humanização dos mesmos. Ou seja, nos vemos ante uma narrativa que satisfatoriamente prende o leitor aos contextos e circunstâncias ocorrentes, assim nítidas pela prosa florida aqui necessárias para aprofundar personagens e nuances de um complexo universo ainda virgem de descobrimento por parte não só de Kratos e Atreus, como do próprio leitor que o acompanha.

Entretanto, é notório que Barlog naturalmente não traz uma perspectiva necessariamente diferente da apresentada no game em que se inspira, com o autor transcrevendo de maneira fiel e bela o universo sob o qual executa esta obra literária. Ainda sim, é interessante ver que o autor abusa sempre que possível, da sua liberdade literária para reforçar conceitos e contextos que outrora podem ter ficados abertos a interpretações no jogo, assim reforçando elementos e/ou momentos que sequer os jogadores podem ter dado a devida atenção em um momento de jogatina (especialmente no que se refere a como Kratos e/ou Atreus se sentem em determinados momentos da jornada, ou até mesmo algumas consequências de seus atuais feitos, por exemplo).

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O autor tampouco se preocupa em responder questões que o jogo possa ter levantado, ainda que vez ou outra traga efêmeras pistas de um futuro planejado pela Santa Monica Studios. Contudo, Barlog nitidamente recompensa todo o tipo de público que decida se aventurar na leitura dessa obra. Digo, se você teve a oportunidade de jogar o título, facilmente acompanhará a jornada, terá mais informações sobre o universo que desbravou e muito provavelmente, passará por muitos momentos em que desejará jogar o título novamente (como eu o fiz). Agora caso você não tenha sequer visto nada sobre o jogo, a novelização te acolherá com bom gosto ante a fiel transcrição do universo em que se inspira, bem como te fará ansiar pela chance de jogar God of War.

Por fim, God of War é um livro que se expressa bem entre a bela narrativa e transcrição de um universo singular, ao qual recomendo a todos que tenham interesse por uma jornada literária com bons desafios e a mitologia marcante já conhecida nos jogos da franquia do Deus da Guerra. 

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Escrito por Isaias Setúbal

All I hear is doom and gloom. And all is darkness in my room. Through the night your face I see. Baby, come on. Baby, won't you dance with me?

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