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A Guerra que Salvou a Minha Vida | Uma história emocionante sobre amor e superação

Em abril saiu “A Guerra que me Ensinou a Viver”, o segundo livro da série lançada pela Darkside Books em 2017.  O primeiro livro estava na minha lista de leitura fazia um tempo e, para poder ler o segundo, eu tinha que começar do começo, não é mesmo? Portanto, tratei de devorar “A Guerra que Salvou a Minha Vida“.
O livro conta a história de Ada, uma garotinha de 10 anos (pelo menos é o que ela acha), que vive com a Mãe e o irmãozinho Jamie. Ada nunca saiu de casa, nunca frequentou uma escola, nem brincou com amiguinhos na rua, porque Ada tem um pé torto e uma criança assim não pode sair em público. Trancada no apartamento ela cuida do irmãozinho e tenta escapar dos maus-tratos diários de Mãe. Somando-se a essa guerra interna a Inglaterra está iniciando sua participação na segunda guerra mundial. Com os possíveis bombardeios, as crianças começam a ser evacuadas para que família no interior cuidem delas e as mantenham seguras. A princípio, Mãe não quer que Ada vá, mas Ada vê ai, sua oportunidade para que seja livre e tanto ela como Jamie e ambos partem para o interior em busca de uma vida melhor.
Ada e Jamie ao chegarem no interior estão tão sujos e maltrapilhos que não são escolhidos por nenhuma família, então são deixamos aos cuidados da Sra. Smith que mora sozinha com seu pônei Manteiga, solteira, sem filhos e que de começo não as quer. A partir daí, a história dos três passa por diversos altos e baixos, numa relação crescente de compreensão, amor, desconfiança e dor.
O livro é tocante, a dor que Ada sente por sempre ter sido rejeitada e humilhada pela mãe é de cortar o coração. O medo que ela sente de se deixar ser amada por Susan, a teimosia, a birra, a desconfiança são todos sentimentos que entendemos, que sofremos juntos com Ada. O trauma que a mãe causou nela por conta de tanto ódio é latente e não conseguimos nos distanciar disso, é um livro que te faz chorar. E são tantos os momentos de cortar o coração que não daria pra citar todos nem que eu quisesse.
Ao mesmo tempo vemos o quando Ada é forte, resiliente e como ela é corajosa com todas as adversidades mesmo que num primeiro momento ela perca o controle por medo. É uma baita lição de vida! Não dá pra não aprender que não podemos nos entregar aos maus momentos, não podemos julgar o desconhecido e principalmente não podemos subestimar a nossa própria força e a ajuda de quem nos ama.
Além da dor de Ada, temos as dores de Susan, com a perda de sua melhor amiga Becky, e que o livro deixa implícito ser sua companheira de vida. E como a convivência com Ada e Jamie a faz querer viver novamente, ter motivos para se levantar e para seguir a vida. É bonito de ver. Dá esperança a todos nós com a perda de um ente querido. Com a reconstrução da nossa vida e da beleza que é viver.
De pano de fundo temos a segunda guerra mundial, o interessante é que Kimberly Brubaker Bradle segue referências históricas reais para montar a história de A Guerra que Salvou a Minha Vida. É bem interessante de ler essas partes, enriquece bastante o cenário do livro. É também bem bacana ver a guerra através dos olhos de uma criança, como as coisas parecem tão mais assustadoras e ao mesmo tempo tão distantes da realidade.
Percebemos também, que a guerra que o livro fala não é apenas a Segunda Guerra Mundial, mas também todas as pequenas e grandes guerras que enfrentamos ao longo das nossas vidas. A guerra contra a dor da perda, a guerra contra os abusos e a tristeza, a guerra contra todos os que nos acham menos dignos de amor e a guerra contra os nossos próprios medos e inseguranças.
A Guerra que Salvou a Minha Vida é um daqueles livros que se lê de uma só vez, onde ficamos emocionados, tristes, angustiados, felizes e tudo ao mesmo tempo. Você termina com vontade de fazer parte da vida deles, de poder abraçar a Ada, o Jamie e a Susan (e de dar uns tapas na Mãe). É de deixar saudades e vontade de quero mais. Mal posso esperar para ler o segundo volume dessa história.
Se você se interessou pela obra de Kimberly Brubaker Bradle, compre um exemplar em promoção AQUI!

Escrito por Débora Mello

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