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Horizon Forbidden West | Uma continuação melhor que seu antecessor

Mesmo com algumas falhas, continuação merece destaque

“Horizon Zero Dawn” foi um grande lançamento de 2017, apresentando uma experiência diferenciada para os jogadores de Playstation 4 e amantes de um bom jogo de mapa aberto. A história de Aloy, nossa protagonista, é algo para se inspirar não desistindo da ideia de entrar para o clã dos Nora e mostrar seu valor, sendo uma diferença para a tribo – já que vive como uma exilada por ser uma “sem mãe”. Sendo apenas cuidada por seu protetor, Rost que é designado pelas guardiãs da tribo, já sendo um exilado.

Temos uma ótima trama e desenvolvimento, nela conhecemos um mundo cheio de máquinas mostrando um ar primitivo tecnológico na vivência humanos e máquinas. Porém, existe todo um motivo por trás daquilo, em que essas máquinas e até lugares, são conhecidos por serem do que eles chamam “Os Antigos”. 

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Após os ocorridos do primeiro game, já rolava uma torcida pra uma continuação das aventuras de Aloy, a fim de descobrir mais sobre seu passado. Nasceu então “Horizon Forbidden West“. Nele, continuamos a saga de descobertas com nossa protagonista e conheceremos um lado ainda mais obscuro dos humanos que viveram no passado naquela Terra em que habitamos.

+ Assista ao trailer dando play no vídeo abaixo.

Em nossa nova jornada, Aloy decide seguir os passos de Elizabeth na intenção de reverter os erros que foram feitos na Terra, envolvendo as máquinas e a perda de Gaia, encontrando a possibilidade de resgatar aquela que pode ajudar no controle e renovação do planeta. Antes de iniciarmos a jogatina, somos levados por palavras de Sylens, que chega narrando para os jogadores os ocorridos do jogo anterior e suas intenções quando “ajudou” Aloy mostrando um pouco de seus planos por trás de tudo.

Nossa história em Meridiana se expande, em que exploraremos um novo mapa e conheceremos novas tribos. Continuamos nossas relações com os Carja e a amizade com o Rei Sol, mas ao passar pela linha divisória, novas pessoas estarão em nosso caminho, sejam elas boas ou ruins.

A tribo Tenakth é a que aparece com grande destaque, sendo de grande importância em boa parte do mapa, mas que mantém uma grande barreira contra os Utarus. Também conheceremos os Quens, uma tribo que fica ao mapa de São Francisco e que teriam herdado o foco dos antigos, em que “videntes” é quem apenas têm e usam para estudo do passado, que podem ajudar no presente.

Mas algo que será importante durante nossa campanha, não apenas conhecendo todos que estarão ali e formando laços, mas o quanto todos estão ali querendo a mesma coisa que Aloy: salvar a vida na Terra e recuperar aquilo que está sendo perdido. Mesmo que alguns estejam apenas atrapalhando ou seguindo pensamentos semelhantes aos dos Zeniths, que saíram do Planeta Sirius em busca de respostas deixadas na Terra.

 

As missões que enfrentaremos neste segundo game estão muito melhores, e posso dizer isso com tranquilidade sendo alguém que achava muito repetitivo e às vezes sem emoção algumas missões – principalmente as secundárias ou tarefas de acampamento. A grande maioria não dava nenhum tipo de norte na história, dando apenas trabalho para Aloy e quem estava segurando o controle. Porém em Forbidden West temos uma grande renovação, em que muitos ganham destaque e aparecem novamente em algum momento, mostrando uma continuação para aquela trama de missões já feitas, dando mais vida e importância. 

Outro ponto que fez diferença nessa continuação, foi quanto o mapa sofreu mudanças significativas. Antes rolava um leve tédio ao caminhar pelo mapa vendo apenas mato e neve. Porém, agora temos uma variedade de ambientes que tornam tudo empolgante e até mais colorido ao caminharmos pelo mapa, não dando vontade alguma de utilizar a viagem rápida. E a perfeição criada também ganha um crédito, principalmente os ambientes em que temos o mar ou apenas muita água por conta de estarem submersos.

Minha fobia com água e construções/grandes itens submersos, dificultou um pouco alguns momentos da minha campanha, mas não digo isso de maneira negativa, já que o impacto causado em mim mostrou o quão perfeito foi desenvolvido. Os calafrios e arrepios valeram a pena quando se tratava de uma missão ou exploração no mar.  

Somos introduzidos às velhas máquinas já conhecidas, porém conheceremos novas máquinas que podemos chamar de assustadoras, já que muitas delas têm um tamanho significativo para as batalhas, principalmente três deles – mas deixarei você descobrir quais são. Alguns não sabemos ao certo o que fazem com o ambiente para sua melhora e preservação, mas que teremos esse momento ao usarmos o foco e analisar sua ficha, principalmente ao conhecermos suas peças que serão úteis para criação de itens e melhora deles – sejam das armas, bolsas e armaduras.

A caçada e paciência será necessária novamente, principalmente se deseja avançar de maneira forte na história com Aloy e até mesmo conquistar alguns troféus para a sempre desejada platina. Será um caminho cansativo, porém vai valer a pena, te mantendo sempre próximo das máquinas e sentindo até dó de destruí-las em alguns momentos. Porém, será necessário para nossa sobrevivência, mesmo que sendo possível convertê-las.

Trazendo um pouco mais o tópico sobre a campanha, sentimos uma Aloy diferente nessa sequência, mesmo que muitas características suas ainda estejam presentes. Um amadurecimento ocorreu, principalmente com a quantidade de conhecimento que obtivemos em Zero Dawn, sendo a chave para sua jornada e mais descobertas sobre GAIA e as mudanças climáticas que ocorrem.

A história segue, de fato, uma continuação e que consegue ser ainda mais interessante do que nos é contato em Zero Dawn. Mesmo que toda a trama seja incrível, em relação a criação desse mundo arcaico, mas que ao mesmo tempo é futurista, já que nossa civilização provocou uma grande catástrofe, temos uma perspectiva melhor e explicações convincentes sobre o que poderia ser até mesmo nosso futuro um dia, caso os humanos insistem em seus erros.

Aloy conhece todos os tipos de pessoas, sejam elas com superstições ou até mesmo que acreditam que nasceram para ser a reencarnação de alguém importante dos povos antigos. O conhecimento sobre cada um será importante, já que muitos tópicos abordados são uma realidade atual nossa, seja sobre o machismo, mudanças climáticas e avanços tecnológicos.

Mesmo que já tenhamos visto isso em filmes, séries e outros games, acredito que Horizon aborda isso de maneira até mais humana, sendo um ponto importante na hora de contar essa história. Nós conseguimos nos identificar com o desconhecido e o quanto nosso cérebro pode processar informações, sendo um crescimento que necessita ser passado, porém ensinando os erros para que eles não ocorram novamente no futuro.

O girl power sempre existiu em Horizon, porém presenciamos isso ainda mais forte em “Horizon Forbidden West”, sendo de extrema importância para aqueles fãs homens que acham que games precisam de protagonistas masculinos e a mulher que recebe ajuda dele.

Aloy mostra ser melhor que todos, dando sempre mais atenção para as mulheres e perdendo a paciência com os homens da história. Devo admitir que me identifico e acho extremamente compreensível as atitudes dela, passando um pano aqui com tranquilidade.😉 Ele é um tapa necessário para a intolerância e machismo que ainda precisamos aturar em pleno 2022, em que o conhecimento é desenvolvido, mas o machismo persiste na sociedade, sendo ele protagonizado pela maioria dos homens e por algumas mulheres também, mesmo que seja num grau bem menor.

Porém nem tudo são flores em “Horizon Forbidden West”, mesmo que grande parte possa ser. Tive a experiência de jogar em um PS4, mostrando que a “antiga geração” ainda persiste e o quanto a desenvolvedora, Guerrilla Games, teve uma preocupação com todos aqueles que iriam consumir o game. Mesmo com alguns leves bugs, que ocorreram no máximo três vezes apenas e um leve delay com alguns movimentos na hora da escalada, não podemos reclamar do esforço conquistado. Os gráficos são de tirar o fôlego, seja em cores, detalhes no ambiente e personagens e tudo que está presente.

Porém o carregamento as vezes pode demorar alguns segundos para renderizar, apresentando aquela falta de rapidez às vezes, e até mesmo o cabelo de Aloy continuar atravessando seu corpo e mexendo quando não se tem nenhuma briza de ar passando. Podem ser detalhes bobos para alguns, mas aqui está meu trabalho fazendo efeito. No PS5, isso pode estar corrigido, mas alguns pequenos detalhes ainda precisam de tempo e polimento para o PS4 também.

Mesmo com grandes inovações na história e melhoras significativas, “Horizon Forbidden West” segue a receita de sempre, o que para alguns pode não ser nada satisfatório. Até compreendo isso e também senti durante minha campanha, parecendo às vezes que estava jogando o primeiro game com algumas atualizações. Não que seja ruim, mas que talvez não deixe qualquer jogador animado, parecendo desnecessário gastar R$ 300 reais para jogar algo que já foi lançado em 2017. Porém deem essa chance, seja com preço cheio ou promoção, que vai valer 100% a pena.

“Horizon Forbidden West” foi o acerto da Guerrilla Games para o Playstation, apresentando a verdadeira face da nova geração e que ainda pode fazer algo incrível com a velha. Com uma história aperfeiçoada, críticas necessárias e personagens fortes, a exploração com Aloy será ainda mais  interessante e satisfatória, em que teremos a conclusão que todos necessitavam e que deixa aquele gostinho de quero mais. Então prepare seu fôlego, deixe o medo de lado e explore o antigo futuro que, infelizmente, se não tomarmos cuidado pode ser nossa Terra.

“Horizon Forbidden West” se encontra disponível para PS4 e PS5.

Escrito por Guta Cundari

Do cinema para o jornalismo. Amante de filmes e games, fã filmes de terror trash e joguitos que duram meses. As Premiações pelo mundo todo que me aguardem e os noobs que sofram.

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