Juliane Rodrigues (Exuliane) Foram divulgadas as primeiras imagens da animação do israelita Ari Folman, que gira em torno da história de Anne Frank. A jovem judia, vítima do Holocausto, que morreu aos quinze anos em um campo de concentração, e que deixou como legado seu diário.
A história de Anne Frank, menina que viveu escondida dos nazistas em um sótão em Amesterdã, antes de ser capturada pelos nazistas, já foi várias vezes contada. O seu diário já foi adaptado para o cinema e para TV: A mais famosa, a biografia The Diary of Anne Frank (1959), com Mille Perkins como Anne, ganhou três Oscars, incluindo o de melhor atriz secundária para Shelley Winters. O telefilme de 1980, baseado na vida de Anne Frank, com Melissa Gilbert como Anne e Maximilian Schell como seu pai Otto, recebeu várias nomeações aos prêmios Emmy. Atualmente está sendo filmado (em imagem real) a primeira produção cinematográfica alemã baseada na história verídica da jovem judia. Com a assinatura de Hans Steinbichler, o filme conta com a jovem Lea von Ackeren no protagonismo, sendo acompanhada por Martina Gedeck e Ulrich Noethen no papel dos pais de Anne.
Mesmo com todas essas adaptações, nunca se imaginou um trabalho como o de Ari Folman sobre a história. Começando pela delicadeza que o cineasta trabalha, em animaçãos com técnicas stop-motion (como 
aconteceu em Valsa com Bashir – 2008) qual ele relata o inferno de toda geração de israelitas que viveu de perto os massacres de Sabra e Chatila. Um inferno que era o seu também. Folman contou a invasão de Israel ao Líbano, em 1982, mergulhando nas suas memórias da época. O filme, que acabou em várias listas dos melhores de 2009, era assumidamente autobiográfico.
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Na história da nova animação, a protagonista não é Anne Frank mas Kitty, a sua amiga imaginária. Ari Folman volta a nos impressionar com tamanho tato para animações marcantes, dessa vez imaginando Kitty ao descobrir o diário da pequena Anne. Através da animação, ele da vida à biografia e à tragédia de uma menina que ainda hoje emociona o mundo com sua sensibilidade.
Nas imagens reveladas, podemos ver os bonecos, os equipamentos, assim como a sua versão final em 2D. Confira:
Para a criação dos bonecos, o realizador contou com Andy Gent, que trabalhou, por exemplo, com Wes Anderson em O Grande Hotel Budapeste e em O Fantástico Senhor Raposo. David Polonsky, com quem Folman trabalhou em Valsa com Bashir é o diretor de arte e ilustrador.
Para fazer o filme, o israelita teve acesso integral e ilimitado aos arquivos de Anne Frank – criados em 1963 pelo único sobrevivente da família de quatro judeus alemães que se refugiou num anexo em Amesterdã – Otto Frank. São documentos que permitem observar o antes e o depois dos acontecimentos narrados no diário publicado postumamente, em 1947, acompanhando a mudança dos Frank para a Holanda e a deportação de Anne, primeiro para Auschwitz e depois para Bergen-Belsen – onde morreu aos 15 anos, de tifo – poucas semanas antes da libertação do campo de concentração pelo exército britânico.
O Diário de Anne Frank, livro que conta sua história real, foi publicado em diversas línguas e arrematou uma legião de leitores que se emocionam até hoje com a sua experiência de vida. Recentemente um estudo sobre a data de morte de Anne Frank foi revelado, trazendo informações completamente novas sobre sua morte: a jovem morreu um mês antes do que se tinha conhecimento. Segundo relatos de testemunhas e alguns documentos de época, chegou-se à conclusão que Anne morreu em fevereiro de 1945, e não em março, como todos imaginavam.
Em 2013, quando anunciou este novo filme, Folman – que é filho de pais judeus sobreviventes do Holocausto – destacou a importância de manter viva a memória de Anne Frank através de novas formas artísticas para se chegar a gerações mais novas. A animação baseada no livro “O Diário de Anne Frank”, que ganhou o mundo ao contar o terror do holocausto aos olhos de uma menina, ainda não tem data ou previsão de estreia, nem nome oficial. O que se sabe é que Folman está trabalhando muito para agradar crianças e adultos.
