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Liga da Justiça | Barry Allen como pilar do DCEU

Além de um filme convincente, obviamente depois de tudo que foi falado sobre Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), nós, fãs, esperávamos por três coisas em Liga da Justiça (2017): como seria as atuações de Barry Allen, Cyborg e principalmente do Aquaman. Esse era o ponto. Nós já vimos como a tríade funciona juntos, nós já vimos como a Mulher Maravilha funciona sozinha, mas faltava esse três.

Digo mais, pra mim faltava especialmente saber como que o Velocista Escarlate iria se comportar em tela. E pra minha surpresa, Ezra Miller mostrou ser um Flash totalmente diferente daquele que estamos atualmente acostumados a ver nas telinhas. Longe de mim dizer que Grant Gustin não é bom para o papel que ele desempenha na série da CW, mas era necessário ver até que ponto uma abordagem diferente mostraria um Flash tão carismático quanto o que vimos em Liga da Justiça.

Muitos dizem que o Flash de Gustin tem muito do Wally West e pouquissimo do Barry Allen dos quadrinhos. Na realidade, eu nem me importo. O que houve no meio do caminho com a série da CW foi o medo que Barry Allen passou a ter de tudo. Sempre existia um vilão mais rápido que ele, ele sempre se contendo pra não quebrar a cara e machucar as pessoas e, no fim, ele se precavia tanto que acabava bagunçando a linha de tempo de todo mundo. Entenda linha de tempo não pela forma literal, mas como a vida das pessoas em si. Ele fazia dar tudo errado, nem sempre com a intenção de cometer tais atos, mas acontecia e, no final, acabava carregando um sentimento de culpa tão grande quanto o medo que ele carrega de tudo.

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No filme do Zack Snyder, nós fomos contemplados com outro Barry Allen, um cara mais ingênuo, mais atrapalhado, que tenta a todo momento dar orgulho para o pai,  encontrar um emprego que o mesmo julgue ser a sua altura ou melhor dizendo, um “emprego sério”. Muitos pais chegam a dizer isso para os filhos, já rolou comigo algo do tipo: Filho, quando você vai arrumar um emprego de verdade? É assim com Barry do Ezra. Ele é um cara que apesar de todos os seus problemas está lutando para entender quem ele é e qual é seu papel no mundo, que não tem medo de errar, que curte aprender e que carrega um carisma na alma como ninguém. 

Juntando todas essas qualidades demonstradas por ele no longa, ficou muito mais fácil para o diretor aliviar o peso da abordagem que ele dá para as obras que cria envolto ao universo da editora. Barry foi necessário para trazer luz ao filme, e por incrível que pareça, por mais que ele carregue um raio no peito e quando corre milhões de raios passam pelo seu corpo, a claridade do filme só acontece quando o Superman está em tela. É ruim? Não. Mas parece que o único cara que pode fazer aparecer um pouco de sol nos filmes da DC é o jornalista. Tá errado? Também não! Porém, existem outros super seres que têm a mesma luz que o utópico Super Homem.

Ezra Miller foi capaz de viver as cenas mais espontâneas de Liga da Justiça, o alivio cômico protagonizado por ele, funcionou muito melhor que as inúmeras frases de efeito do Batman, funcionou mais que toda maldade que o Lobo da Estepe tentou impor tela, e fez com que todo o comercial da L’Oréal Paris nas cenas do Aquaman ficasse em segundo plano. Tudo que eu queria era muito mais cenas com Barry, muito mais cenas dele salvando pessoas ou agindo para atingir com mais propriedade os objetivos da prematura Liga da Justiça.

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Ainda porém, em poucas cenas ele mostrou o quão importante é para o Universo Cinematográfico da DC Comics, mostrou também que seu filme solo pode ser tão bom quanto foi o de Mulher Maravilha e que talvez pelo fato do personagem ser mais fácil de se trabalhar e, por não carregar nenhum dos estigmas e arquétipos da tríade, o produto final ( analisando o que foi apresentado em Liga da Justiça) possa ser uma trama engraçada, leve e que te joga pra dentro dela e te deixe empolgado do começo ao fim. Quer dizer que vai ser uma comédia? Não. Mesmo porque o que tem se falado, é que o filme será chamado de “Flashpoint” – um dos arcos mais importantes da história do velocista. Não tem como transformar uma história dessas num filme de comédia, né? Ainda mais se tratando de tudo que vimos até agora, o único filme que conseguiu usar essa técnica ( do alívio cômico) pra quebrar o gelo,  foi Liga da Justiça, pois Esquadrão Suicida não passou nem perto de fazer alguém rir, só chorar mesmo!

Barry Allen mostrou em Liga da Justiça que é um pilar para o DCEU, mostrou também que se souberem explorar o melhor do personagem, teremos um caminho promissor para os filmes da editora. Isso porque talvez de longe, bem de longe, Liga da Justiça foi um acerto. E se Bob Z, mais conhecido como Robert Zemeckis, for confirmado como diretor do filme solo do herói, teremos mais uma esperança de que o velocista vai aquecer um pouco o coração amargurado dos fãs da Dc Comics.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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