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HQ do Dia | Tarzan: Contos da Selva

O prefácio escrito por Robin Maxweel, autora de oito romances de ficção histórica – e também autora da aclamada obra “Jane: The Woman Who Loved Tarzan”, um livro que conta a história do mito pelo ponta de vista de Jane – fala exatamente da importância do Tarzan para a literatura mundial. O herói das selvas tem pouco mais de dois bilhões de leitores, é uma das figuras mais reconhecíveis da história da literatura.

Seu criador, Edgar Rice Burroughs, escreveu 24 livros com diversas histórias do Tarzan dos Macacos. Fato é, que nós conhecemos as história do herói das selvas através das séries, filmes, desenhos e outros produtos da grande mídia adaptados  dos contos de Burroughs. Mas tem algo que Robin Maxweel diz em seu prefácio que deve ser levado em consideração. Ao menos que você tenha lido as obras originais, seu conhecimento sobre a vida de Tarzan dos Macacos é minimo. De certa forma ela tem razão.

Eu mesmo só conhecia o Tarzan das histórias da Disney, sempre achei que se tratava de um conto de fadas. Hoje um pouco mais velho, eu ainda acredito que se trata de um conto de fadas. Apesar de muitos não concordarem com isso. Mas chega de blablablá e vamos falar do que realmente interessa.

hq-do-dia-tarzan-contos-da-selvaChegou em minhas mãos “Tarzan: Contos da Selva“, uma graphic novel com 12 histórias completas do Tarzan dos Macacos. Foram escolhidos diversos artistas para ilustrar cada uma delas e trazer uma variedade de pontos de vista sob como é reproduzir de fato uma lenda heroica como essas. A lista compõe os seguintes artistas:

O Primeiro Amor de Tarzan – Diana Leto
A Prisão de Tarzan – Pablo Marcos
A Luta pelo Balu – Lowell Isaac
O Deus de Tarzan – Will Meugniot
Tarzan e o Garoto Nativo – Nik Poliwko
O Médico Feiticeiro Busca Vingança – Steven E. Gordon
O Fim de Bukawai – Jamie Chase
O Leão – Terry Beatty
O Persadelo – Mark Wheatley
A Batalha por Teeka – Sergio Cariello
Uma Piada da Selva – Tomás M. Aranda
Tarzan Resgata a Lua – Carlos Arguello

Nesta primeira edição publicada pela Pixel, conhecemos o Tarzan antes de Jane. Tarzan antes do momento de ele ter consciência de que é, de fato, humano e não Mangani –macaco antropoide-. Apenas Tarzan, através de suas aventuras, criando a lenda que precede a chegada do homem branco à sua selva. Em Contos da Selva, há a contribuição de grandes artistas, que ilustram Tarzan em estilos diferentes e que ao mesmo tempo permanece tão fiel quanto possível ao centenário material original.

A maioria das histórias são breves e carregam a premissa do conto, nada muito aprofundado, uma história com começo, meio e fim escritas em poucas páginas. A maioria dos artistas evidenciaram mais a musculatura de Tarzan, algo que realmente me incomoda, mas eu entendo os motivos pelo qual o herói foi desenhado desta forma e também as referências que esse tipo de técnica faz aos quadrinhos dos anos 80/90. Porém, alguns se destacaram por trazer um homem-macaco mais suavizado e mais próximo da realidade. Diana Leto, Mark Wheatley, Nik Poliwko e Terry Beatty, são exemplos de abordagem que merecem um pouco mais de atenção para quem gosta de ver o herói desta forma. A HQ retrata Tarzan como eu falei acima, das mais variadas formas, logicamente com o objetivo de agradar uma parcela maior de leitores.

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Já os roteiros depende muito das histórias. Tem história que carrega uma dramatização maior como “O Deus de Tarzan”, outras com um pouco mais de aventura e também de aprofundamento na mitologia do personagem como “Tarzan e o Garoto Nativo”, “O Médico Feiticeiro Busca Vingança” e “O Fim de Bukawai”. A maioria delas tem “Deus ex Machina” como trope, ou seja, além de tornar tudo meio previsível, você saberá que a qualquer momento o Tarzan dos Macacos vai aparecer para resolver tudo, salvar a pátria e enfrentar os animais mais fortes da floresta operando todo mundo com a faquinha que foi deixada pelos seus pais. Mas isso é Tarzan, o rei da floresta essencialmente é assim e foi desta forma que muita gente se simpatizou com o personagem.

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Ou seja, não dá para esperar muita coisa de algo datado como as histórias de Edgar Rice Burroughs, mesmo porque, depois que a sua obra caiu em domínio público vários autores escreveram sobre seu personagem. O que aponta que você provavelmente  já deve ter visto muitas coisas sobre Tarzan, e quando chegar a ler essa HQ não vai se surpreender e pode até achar simples demais. Ainda porém, acredito que os jovens da velha guarda vão gostar bastante dos Contos da Selva de Tarzan.

A HQ que foi lançada pelo grupo Ediouro, sob o selo Pixel Media, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2015, pode ter uma procura maior com a chegada de uma nova adaptação de Tarzan para os cinemas. Essa edição possui 148 páginas, com acabamento de luxo em capa dura.

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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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