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Os Senhores dos Dinossauros | Uma história mediana para uma trama meio épica

Quando li a sinopse de Os Senhores dos Dinossauros, de Victor Milán, minha criança interior já estava surtando, misturar cavaleiros, dinossauros, reis e deuses era como um sonho se tornando realidade. E lá bem grande na capa ainda dizia a frase do mestre da fantasia George R. R. Martin “A união entre Jurassic Park e Game of Thrones.” Então não me contive, tive que começar essa belezinha o mais rápido possível!

O romance se passa no império de Nuevaropa, continente claramente inspirado na Europa do século XIV. Cultura, costumes, religião, confrontos políticos, tecnologia e armamento são compatíveis com o último período da Idade Média. Mas neste mundo, construído pelos Oito Criadores, os gigantes répteis pré-históricos também fazem parte do arsenal de guerra. Tricerátopos, alossauros e tiranossauros marcham em batalhas épicas, enquanto pterodátilos voam rasante, como fariam dragões em lendas medievais.

Começamos a história já em grande estilo, uma poderosa batalha. Onde somos apresentados a alguns dos personagens como o Conde Jaume, capitão-general da Ordem dos companheiros, Rob Korrigan um bardo e mestre e cavalheiro dos dinossauros, Karyl Bogomirskiy comandante da temida legião do Rio Branco e o Duque Falk Von Hornberg com seu tiranossauro rex albino. De um lado, temos a legião do Rio Branco juntamente com Conde Jaume das tropas imperiais, contra a comitiva dos príncipes onde está Duque Falk e Rob Korrigan. Após uma traição o resultado da batalha é alterado e as vidas dos personagens muda para sempre.

Acompanhamos então a história dividida em núcleos que às vezes até se encontram e se modificam. Temos o Conde Jaume e seu romance com Melodía, a filha do imperador Felipe Delgao, Falk e sua vontade de cair nas graças de Felipe. Rob que após perder o emprego é contratado para achar um lendário cavaleiro e Karyl que enfrenta suas próprias provações. As histórias vão se intercalando, às vezes de forma tão abrupta que chega a confundir a leitura. Mas de certa forma funciona para a narrativa, pois te mantem curioso sobre o que acontecerá a seguir.

Aos poucos vamos conhecendo mais os personagens, criando empatia com uns e raiva de outros. Rob e Karyl se unem em sua jornada para a salvação de Providence, uma cidade de paz que enfrenta saques dos vizinhos bárbaros, enquanto isso temos Conde Jaume lutando entre o seu dever e o seu senso moral e tendo que seguir as ordens do imperador. E ainda temos uma conspiração sendo arquitetada nas sombras de tudo isso.

Por si só todas as histórias dos núcleos diversos são bem interessantes, prendem a atenção e te fazem querer saber mais do que vai acontecer. Ficamos ao longo das 477 páginas presos à curiosidade da sequencia da história. O que é bom para balancear os pontos negativos do romance.

Um ponto que tem que ser citado é a escrita do romance usa-se de embelezamentos de linguagem de forma excessiva, deixando o livro muitas vezes cansativo. Sem contar o uso de palavras não tão comuns como, por exemplo, “inexorável”, “estoicas” e “perfídia”. E as descrições dos lugares, sentimentos e até dos dinossauros por vezes é tão detalhada que se torna enfadonha. Faz parecer que Victor Milán (ou os tradutores) tentaram demais criar um universo rico como é o do Game of Thrones ao qual o livro é comparado.

Por outro lado, podemos sentir o crescimento de alguns personagens ao se depararem com as mudanças na trama, como acontece com Jaume e seu duelo entre o que é seu dever e o que ele acha que é certo, em Karyl e Rob na sua empreitada em Providence, e até em Melodia, que no começo parece uma princesa muito egocêntrica, mas tem a sua redenção até o final do livro. Isso faz com que o leitor se veja mais na obra, consiga entrar em contato com como ele agiria, com as emoções da leitura.

Outro ponto que devo citar é a edição, a capa é maravilhosa, assim como todos os livros da Darkside Books, vemos o amor empregado na edição dele. As gravuras dos dinossauros também são belíssimas e bem gráficas e estilizadas. Assim como cada começo de capitulo é super bem cuidado e bonito. Porém, apesar de tudo isso, temos um problema com a tradução e revisão, existem diversos erros de ortografia e gramática. E muita coisa que nem traduzida foi, e que se você não manjar um pouquinho de espanhol vai ficar sem entender. Senti falta também de um mapa de Nuevaropa, pois com algumas das descrições tão absurdamente detalhadas o que acontece é que você ao invés de entender as fronteiras das cidades fica é mais confuso ainda.

Não é uma história ruim, na realidade o cerne da história é muito boa, a gente consegue sentir que poderia ser real mesmo com os dinossauros. Vemos a dualidade, a ganancia, amor, desejo em cada um dos personagens e nos identificamos com eles. E com certeza deixa um gosto de quero mais, quero continuar a trilogia. Acredito, inclusive, que os próximos dois devem ser melhores que este inicial, uma vez que pelo final do livro temos a impressão que os seres divinos entrarão na história na sequencia. Num super-resumo, o livro vale a leitura, mas se prepare para trabalhar a paciência e aprender novas palavras no meio tempo.

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Escrito por Débora Mello

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