Rafael Tanaka “Locke & Key” ficou estabelecida doze anos em um hiato absurdo, de estúdio em estúdio, mão em mão, ninguém parecia ter o desejo de adaptar a HQ de Joe Hill e Gabriel Rodriguez para o cinema, muitos assumiam que era praticamente impossível filmar devido a um grau de profundidade em sua história. É claro que a Netflix conhecendo os potenciais apostaria em produzir a HQ para uma série.
Criada Meredith Averill, Aron Eli Coleite e Carlton Cuse, a série imprime de uma maneira segura toda a essência de seu quadrinho, é claro que tudo isso é feita de maneira leviana pois aposta no caminho seguro de transformar a história sobrenatural e cheia de terror em um trama juvenil e colegial para englobar e atrair melhor seu público.
Após uma trágica situação, a família Locke perde o patriarca Rendell (Bill Heck), vítima de um terrível assassinato. A mãe Nina (Darby Stanchfiel) e os filhos Tyler (Connor Jessup), Kinsey (Emilia Jones) e Bode (Jackson Robert Scott) se mudam para a casa Key House, herança deixada em uma cidade do interior estado de Massachusetts, na forte esperança de recomeçarem suas vidas.
A princípio para todos os membros as coisas se desenrolam até que muito bem, apesar da carga emotiva pesada deixada pelo experiência fatídica. Tudo parece conforme com a nova vida no colegial e suas novas experiências positivas e negativa. Entretanto, um estranho fato começa a perpetuar com a presença de chaves místicas encontradas dentro da Key House e seus misteriosos poderes.
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Seu roteiro usa do artificio do “flashbacks” para intercalar situações e razões para entendermos as personalidades de cada personagens no decorrer da trama. O que pode desgastar é a necessidade da narrativa subutilizar os dilemas da juventude para integrar o sobrenatural, não ao contrário, o que no fim tal artimanha acaba sendo demasiada cansativa.
As ideias de poder inimaginável e fantástico das chaves trazem um brilho para os momentos que a série entrega suas qualidades. E mesmo com um primeiro episódio recompensador e apresentável para tal mundo do sobrenatural, o resto de toda trama, uma soma de 10 episódios é morna e cansativa, muitas vezes perde seu foco para entregar dramas desnecessários.
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A narrativa e sua condução pode atrapalhar, mas os personagens conseguem carregar alguns momentos crucias e entregam em sua maior parte uma atração. Bode é aquele personagem carismático que entrega sorrisos, mas a trama fica presa nos irmãos mais velhos Kisney e Tyler que, apesar de prender em dilemas da vida juvenil devido ao roteiro, ainda trazem boas curiosidades para um futuro melhor aprofundamento.
O que fica claro é que o sobrenatural e fantástico que carregam o terror são meras parênteses para dar a razão na fórmula que os criadores desejariam contemplar, o amadurecimento de cada um depois de situações trágicas em conjunto com a necessidade de auto proteger ao lado de sua família mesmo que você se sinta deslocado.
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Sem esquecer o processo de criação para criar o ambiente nada habitual e fora do normal da casa, um personagem à parte. A produção caprichou nos detalhes artísticos e especialmente na parte visual dos eventos, tanto as experiências reais como as lúdicas, a direção de arte sempre direciona nossos olhos para contemplação dos resultados.
Percebemos que a primeira temporada de “Locke & Key” é marcada com um potencial tremendo, mas que derrapa em abordar em jogar todos suas cartas na mesa logo no início do jogo onde melhores decisões poderiam ser melhores tomadas, aquela zona de segurança como sempre, o habitual que em entregar também não tão sobrenatural mas juvenil que pode atrapalhar se você procura algo mais estrondoso.
Todos os episódios de “Locke & Key” já estão disponíveis na Netflix.
