Rafael Tanaka Completando um ano de seu lançamento, decidi revisitar Resident Evil 2 Remake, um dos melhores jogos de 2019. Para início de conversa, ele comprova o que um remake precisa necessariamente ser, uma evolução e inovação, sem esquecer o legado criado pelo produto original. Em toda sua concepção, o jogo não entrega somente o que precisávamos mas o que merecíamos.
O jogo original foi lançado em 1998 e apresentou uma nova face do terror, ampliando os horizontes do primeiro, em vez apenas de um ambiente claustrofóbico da mansão, temos a cidade de Racoon City e os horrores causados pelo T-Vírus. Considerado pelos fãs um dos melhores da série, ele apresentou uma trama de um novelista japonês e podia ser jogado em dois CDs, uma novidade para os conceitos do primeiro Playstation. Sem dúvidas, sua revolução não apenas impactou a série como também os futuros do estilo Survival Horror.
Com saída do criador Shinji Mikami durante a produção de Resident Evil 4 (2005), a CAPCOM se perdeu na identidade da série, os outros jogos não fizerem nem jus do que a franquia havia representado, parecia que ela mesmo tinha perdido o tom de um de seus poderes mais fortes. Entre trancos e barrancos, Resident Evil Revelations 1 e 2 consegue trazer um pouco da essência, mas foi na aposta de Resident Evil 7 que enxergaram o que haviam perdido. A resposta simples ecoou em suas cabeças. O que fazemos quando se perdemos? Resposta: Voltamos às origens.
Para relembrar, quando Resident Evil 2 Remake foi anunciado em 2015 , foi recebido com uma euforia de surpresas, tanto porque a CAPCOM trazia um dos melhores games da série, fora que prometeu que seria algo totalmente diferente em jogabilidade mas sem esquecer o material base. A própria demo disponibilizada semanas antes do lançamento oficial, já apresentavam um novo olhar para o horror, mas foi apenas no produto completo que os jogadores se entregaram para a experiência. Muitos amaram essa nova percepção, porém uma pequena parcela odiou algumas mudanças.
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As campanhas de Leon S. Kennedy e Claire Redfield retornam – diferentes é claro – ambos trilham a mesma jornada, com algumas nuances em seus caminhos. Enquanto Leon, esteja muito pautada na ação, Claire recebe o lado investigativo e questionador, sem esquecer que temos novas áreas como o Orfanato e novos monstros, alguns ficaram de fora, era de esperar pois não conversaria com a nova identidade que o remake trouxe.
O que reparamos de início como apontei, foi o caminho que a diferença quis demonstrar, um belo trabalho de Kazunori Kadoi e Yasuhiro Anpo, ambos transformaram a apresenta da história em algo muito mais imersivo e amedrontador, isso declaro na medida que o jogador avança no jogo, a curiosidade e medo das surpresas são sentidas na sua pele, você pode até reconhecer ambientes mas nunca pode imaginar o que lhe espera.
Os roteiristas humanizaram Leon e Claire, contribuindo com razões pautáveis para os dilemas que cada um enfrenta. Leon é um novato e deseja provar tanto para si quanto para todos porque entrou para a polícia, ser a mudança que gostaria de enxergar e isso é sentido em momentos chaves. Claire é a moça em busca do irmão, que encontra seu papel dessa vez de irmã mais velha ao cuidar de Sherry Birkin, com sua garra, destreza e responsabilidade de ser o porto de segurança para a criança. Ambos os desfechos são gratificantes que crescem ainda mais com a realização do segundo caminho de cada personagem.
Desta vez a câmera fica atrás dos ombros (obrigado Resident Evil 4), o que deixa de lado a maneira tanque com os personagens andavam e atiravam, mas essa mudança não apenas ajuda, ela também reduz o olhar que o jogador possui do campo de cenário, como isso somos receptíveis a sustos e presenças inesperadas. Trate de economizar sua munição, apesar de um amplo conjunto de armas, as munições tem que ser bem efetuadas, os zumbis aqui não morrem facilmente com um tiro na cabeça, e logo você aprenderá que não precisa eliminar tudo e passar na miúda é sim uma boa alternativa.
Zumbis, seres grotescos do esgoto e homens planta, nada se compara ao poderoso, bicho ruim e cabra mal da peste, o Tyrant intitulado Mr.X. Agora, o monstrão a lá “Exterminador do Futuro”, aparece logo na primeira parte do jogo, diferente do seu original que fazia uma ponta nos caminhos secundários. A ansiedade e medo tomam conta de você, pois ele não pode ser derrotado e porque ele o persegue em quase todo o canto, menos na sala de save. Tente resolver um enigma com esse tropeço e vendedor de cartão da C&A na sua cola. Ao mesmo tempo que intriga é um dos melhores pontos que o jogo oferece, afinal este não é um passeio no parque.
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Sem dúvidas, Resident Evil 2 Remake é um das melhores experiências que você pode conseguir em um jogo desse gênero. A maneira correta de entregar um remake, com evolução, singularidade e emoção pautadas nas experiências de um passado, podemos concretizar que presenciamos uma bela homenagem e uma revitalização e renovação para fazer jus a série. O que pelo contrário nos deixa com grandes expectativas e apreensivo para o Resident Evil 3 Remake nos reserva.
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