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Homem-Aranha: Longe de Casa (2019) | Ação e bom humor seguram novo filme

Eu comecei a escrever resenhas de filmes no Proibido Ler por causa de “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro” (2014) e faço isso desde então. Minha relação com o Peter Parker e o Homem-Aranha é de longa data e não só nos cinemas, mas também nos quadrinhos e nos games.

A cada filme novo do “Amigo da Vizinhança” é um misto de ansiedade, apreensão e euforia. Ainda mais pela importância que “Homem-Aranha: Longe de Casa” (2019) tem para o universo cinematográfico da Marvel, por falar sobre as possibilidades de um multiverso e responder algumas questões de como seria o mundo pós “Vingadores: Ultimato” (2019), deixou a atenção sobre a sequência de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017) um pouco maior do que pode ser considerado normal.

Homem-Aranha: Longe de Casa” se passa após os eventos de “Vingadores: Ultimato” (2019), mostrando um pouco das consequências do retorno à existência daqueles que viraram pó pelas mãos de Thanos. E os que morreram “pra sempre” (no universo dos super-heróis o morrer não é permanente, ou seja, em algum momento alguém pode ressuscitar de alguma forma) ganham uma homenagem bem engraçada dos alunos da escola onde Peter estuda, que foi a forma que a Marvel Studios e a Sony Pictures acharam para começar o filme com uma energia boa e não tão pesada quanto foi Ultimato.

E o longa continua nessa pegada ao embalar na jornada de Peter e seus amigos da escola saindo para uma Eurotrip, onde o jovem pretende relaxar um pouco e esquecer a responsabilidade de ser um Vingador. Mas como nada na vida de Peter Parker acontece do jeito que ele quer, Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece para atrapalhar os planos do garoto de viver como Scott Mechlowicz em “EuroTrip – Passaporte para Confusão” (2004) e convoca ele para uma nova missão.

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O novo objetivo do Homem-Aranha envolve combater as criaturas chamadas de ‘Elementais’, presentes justamente no solo europeu. Para ajudá-lo, entra em cena o enigmático e poderoso Mysterio (Jake Gyllenhaal). Nessa nova aventura, ele vai descobrir que nem tudo que passa diante de seus olhos é real, que o fardo da responsabilidade sempre estará sobre seus ombros e que cada escolha é uma renúncia.

Enquanto o primeiro longa do herói estrelado por Tom Holland tem um pouco mais de pés no chão e traz um tom mais parecido com os filmes de John Hughes, aqui o diretor Jon Watts prefere ir para um lado diferente e puxa para um tom de filmes como “Show de Vizinha” (2004), “The Inbetweeners: O Filme” (2011), além do já citado e que provavelmente será mais lembrando, “EuroTrip”. Esses filmes não deixaram de ter uma influência do trabalho de Hughes, mas que trouxeram um novo olhar em relação a comédias com jovens fora do ambiente escolar.

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Optar por ampliar o tom em “Homem-Aranha: Longe de Casa“,  causa algumas derrapadas principalmente quando ele tenta nos convencer da carga dramática que envolve os dilemas de Peter. Seja em querer ter uma vida pelo menos por um momento igual a de seus amigos e não conseguir, ou quando ele demonstra as dificuldades que têm quando o assunto é contar o que sente para MJ (Zendaya). E esses pontos do longa ficam apagados, devido a outros dois que se sobressaem do início ao fim. Ação e humor. Pela segunda vez consecutiva, os vilões mais espetaculares do Universo Cinematográfico da Marvel estão em um filme do Homem-Aranha. Abutre meteu a pau em “De Volta ao Lar” e Mysterio faz outro trabalho excepcional em “Longe de Casa”.

A interpretação de Jake Gyllenhaal está ótima e o roteiro montado pra ele, conseguiu criar uma atmosfera de suspense durante boa parte do filme. Em dado momento, você não sabe mais se o Homem-Aranha está lutando em algo real ou se é uma ilusão criada pelo Mysterio. As cenas de ação são ingredientes fortes para esse bolo, além de megalomaníacas, elas geram aquela empolgação que uma boa cena de ação nos faz sentir e surpreende se comparado com o primeiro filme.

Para finalizar, Jon Watts presenteia o espectador com boas surpresas em relação ao universo do Homem-Aranha e também o que rodeia outros filmes da Marvel. Pode parecer um filme superficial assim como é os sentimentos e a vida de um adolescente, mas tudo isso tem seu valor. Era necessário quebrar o peso de um evento grandioso como foi “Vingadores: Ultimato” (2019). E nada melhor que o Homem-Aranha pra fazer isso, né?

“Homem-Aranha: Longe de Casa” estreia em 4 de julho de 2019.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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