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Coração Satânico | Um suspense arrastado e carregado de clichês das histórias de detetives

Como uma verdadeira “darksider” que sou, quando vi o lançamento do livro Coração Satânico do William Hjortsberg, corri pra devorá-lo do começo ao fim. Ainda mais com uma carta de referencia do mestre do gênero, Stephen King, assinando que o livro valia a pena ser lido, não tive muita escolha.  Porém minha animação inicial foi se dissipando ao longo das páginas.

Coração Satânico se passa em Nova York, em 1959. Harry Angel é um detetive particular contratado para encontrar Johnny Favorite, um músico famoso que desaparecera após a Segunda Guerra Mundial. Psicologicamente transtornado com os campos de batalha, Johnny retornaria aos Estados Unidos em estado catatônico. Dias depois, ele some do hospital de veteranos, sem deixar rastros. O caso leva Harry Angel a se envolver com seguidores do vodu, assassinos e um cliente que não ousa perdoar velhas dívidas.

Se pensarmos na obra como suspense, ela realmente acerta em cheio, dá facilmente pra ficar até quase o finalzinho do livro ansioso querendo descobrir afinal, aonde o tal de Johnny Favorite foi parar? E que diabos é o tal de Cypher que contrata o detetive para descobrir o paradeiro do Johnny? Adicione a isso o universo de vodus e magia negra e a coisa fica muito mais interessante. Você até esquece que o livro se arrasta nas descrições dos detalhes e nos acontecimentos de tão curioso e nervoso que você fica para saber o que está acontecendo e o que está por vir.

Outro ponto que podemos destacar é o romance com a Epiphany, uma das suspeitas iniciais e praticante de vodu que ajuda o detetive Harry Angel –  que até cria uma empatia conosco mesmo carregando o clichesão dos detetives que nós estamos cansados de ler por aí –a encontrar e entender o universo da religião Obeah e suas práticas pagãs. Até alegra mais o livro esse romance, pois traz um pouco mais de humanidade que faltava em Harry.

Mas, novamente, vem uma certa decepção. O final me pareceu mal trabalhado e isso bem aos 45 do segundo tempo, lá no finalzinho do livro. Parece que o autor precisou correr pra terminar a obra e não podia ultrapassar uma determinada quantidade de páginas. Meio sobrenatural a lá Stephen King, mas sem a construção do mestre.  Apesar de matar a curiosidade e ter o seu final “surpreendente”,  só não é tão empolgante quanto o livro prometeu ser. O acabamento como sempre é de primeira, ele carrega um ótimo trabalho gráfico estampado em capa dura e a leitura em si, é simples e fácil. Mais um ponto positivo também para a diagramação criada pela editora.

Vale a leitura? Até que vale. Mas baixe as expectativas e assim você conseguirá aproveitar melhor a viagem maluca de Hjortsberg. 

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Escrito por Débora Mello

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