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HQ do Dia | The Multiversity – Mastermen #1

Na sétima parte do nosso tour pelo novo Multiverso DC Grant Morrison se une ao renomado ilustrador e co-publisher da editora, Jim Lee para mostrar um pouco da Terra 10.

Em Mastermen somos apresentados a um Universo DC no qual o foguete que trouxe Kal El ao nosso planeta cai em mãos erradas na hora errada – As mãos de Adolf Hitler no auge da Segunda Guerra Mundial. Então você pode imaginar o pior.

O roteiro de Morrison se estende por quase sete décadas para contar a história da ascensão da Alemanha Nazista sob o ponto de vista de Overman – amasterman-cover encarnação do Superman neste Universo. A história faz paradas curtas pontuais através do tempo para definir a personalidade do protagonista através de eventos marcantes em sua carreira, mostrar a influência do Reich na cultura mundial e nos super-heróis da Terra 10 além de definir os antagonistas na forma de uma força de resistência liderada pelo Tio Sam.

Mastermen talvez tenha o roteiro mais linear e “normal” de todas as edições de Multiversity. Os personagens são bem definidos, a história tem um início meio e fim, quase não existe a metalinguagem aplicada nas outras edições, o autor se vale daqueles voice boxes cafonas com frases de efeito e as motivações e background de todos são bem explicados. Talvez por isso essa seja a edição menos empolgante da série. O fato da história se estender um por um longo período de tempo em contraposição a uma “fotografia” de um intervalo temporal curto torna a trama um pouco corrida e acelerada, perdendo um pouco o impacto necessário para um Universo tão dramático como o proposto pelo autor neste número. No fundo entendemos a intenção do roteirista em mostrar humanidade em Overman, mas talvez um outro formato de apresentação deixaria este arco muito mais épico do que o apresentado aqui.

A arte de Jim Lee em Mastermen é a mesma que você que é fã do trabalho do ilustrador desde os X-Men da década de 1990 está acostumado: Poses épicas o tempo todo, ruínas, rostos e corpos no pico da condição humana (até o próprio Hitler fica “gatinho”no traço de Lee), ruínas, splash pages épico-gigantes-desastrosas, ruínas, uma facilidade incrível para desenhar elencos com equipes de super-heróis e ruínas. Ou seja, bem vindo a Image Comics nos anos 1990. Tudo é grandioso, impactante, lindo, torneado, bem penteado e certinho no traço do artista. Até os Nazistas.

Mastermen está muito longe de ser uma leitura ruim. O ritmo narrativo é bom, temos uma trama interessante com bons protagonistas e uma premissa polêmica, apesar de não muito original isso tudo desenhado magistralmente por uma das lendas da indústria de quadrinhos. O intuito desta edição (além da puta chacota com o ditador Austríaco logo nas primeiras páginas) é mostrar que, independente do Universo DC, existe um pouco de humanidade em todas as versões de Kal El. O fato é que conhecendo o talento desta equipe criativa este mesmo conceito poderia ser apresentado em um formato muito menos “enlatado” do que este aqui. Um boa leitura, mas que ao contrário de muitas outras edições de The Multiversity, não vai explodir a tua cabeça.

Leia as resenhas individuais de cada uma das partes de “The Multiversity”:

– The Multiversity #1
– The Multiversity: Society of Super-Heroes
– The Multiveristy: The Just
– The Multiversity: Pax Americana
– The Multiversity: Thunderworld Adventures
– The Multiversity Guidebook
– The Multiversity: Ultra Comis
– The Multiversity #2

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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