Rafael Tanaka Para cada escolha que tomamos em nossas vidas acabamos por abrir mão de outras, para ganhar também é preciso perder, nossos caminhos são um eterno equilíbrio. Vamos viver as alegrias e tristezas dos caminhos que escolhamos seguir e não daqueles que abrimos mão. Afinal, essa também é a opção de seguir nossos sonhos e “Escolhas” traz essa profundidade.
Escrito por Felipe Cagno, com arte de Gustavo Borges e cores de Cris Peter, a idealização do gibi foi iniciada como um projeto do Cartase que força obteve até o dobro de sua meta. A parceria dos três forma uma história tocante que ressaltam a importância de carregar um sonho e suas consequências, tanto boas como ruins em mundo que irá subjugar suas habilidades e qualidades.
João Humberto desde sua infância nutre uma idealização pelo herói da TV Lobo Cinzento, para sua pessoa o personagem é tão real e primordialmente digno de habilidades que reluz tamanho heroísmo. O rapaz o enxerga como uma figura de futuro que ao crescer deseja ser como seu personagem, um herói, pois este não possui medo de nada.
Decidido e com o sonho instalado em sua mente e coração, João não desiste de se tornar um herói apesar de se machucar e sempre se meter em enrascadas, ele até mesmo pensa em criar uma fórmula capaz de torná-lo super rápido. Seus pais não gostam do rumas das coisas, pois o adulto não teve uma vida pessoal e nem profissional. As coisas apenas seguem por outro caminho, quando ele conhece ao acaso a simpática Nina.
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Logo no início da leitura percebemos que a história é uma singela homenagens as figuras heroicas que instalaram em nossos corações durante nossa infância, seja através da TV ou dos próprios gibis, muitos sempre desejaram ser uma delas. Essa emoção e nostalgia é colocada como aprendizado, pois mistura com um sentimentalismo em crescer e ainda carregar esse sonhos apesar de grandes derrotas pessoais.
Essas críticas são o ponto que toda pessoa precisa amadurecer em sua vida, em algum momento dela, mesmo que para isso seja necessário abrir mão de algo que ama tanto. Há que ponto isso se torna benéfico ou prejudicial ao nosso ser? Justamente porque queremos alcançar objetivos que para os outros parecem tão lúdicos.
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O acerto de Felipe Cagno está em trazer uma memória afetiva para usar como base carregada de simbologias e aprendizados. Especialmente aqui percebemos um dos seus melhores trabalhos ainda mais porque é algo bem pessoa e cheio de coração, compreendendo que ele deixou claro sua marca que todos devemos ser sonhadores em um mundo recheado de egoísmo.
A arte de Gustavo Borges esbanja puros sentimentos de encantamento, pois mescla a realidade e o lúdico da vida de João Humberto. Sua parceria com Cris Peter funciona novamente, pois ela soube pegar essas visões da arte e colocar em suas cores que realçam nos tons todos os sentimentos que perpetuam de alguma maneiro o subconsciente do personagem.
Acreditar e realizar um sonho por maior que seja, se torna algo necessário e eventual para cada um de nós. Apenas não percebemos que as vezes tal caminho pode trazer inúmeras frustrações, o que tende a muitos desistirem nas encruzilhadas e optarem pela segurança e uma vida acomodada.
“Escolhas” é uma HQ sobre seguir sonhos apesar de viver em um mundo egoísta que não perderá nenhuma oportunidade em fazê-lo desistir.
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