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HQ do Dia | Bucky Barnes: The Winter Soldier #1

O novo volume de Winter Soldier tem relação direta com os acontecimentos finais de Original Sin. Bucky Barnes agora é “O homem na muralha”, um assassino meio “Black Ops” com o propósito de “resolver” (quero dizer matando, tá?) os mais diversos problemas no Universo Marvel antes que eles de fato causem mais aporrinhação para o grande público e para os heróis do planeta. Nick Fury vinha fazendo isso há anos. Eliminando ameaças cósmicas, matando criaturas bizarras, roubando itens de poder incalculável e os usando para manter o Universo na “ordem” que ele se encontra atualmente.Bucky Barnes: The Winter Soldier #1

Na primeira edição o roteirista Ales Kot alterna entre diálogos até bem interessantes entre Barnes e a foragida e eterna coadjuvante Daisy Johnson e passagens com aqueles voice boxes filosóficos que eu particularmente não tenho mais paciência pra aturar. No geral a trama é bem genérica e sem grandes reviravoltas. Vemos o Soldado Invernal matando seres alienígenas bizarros e ajudando Namor a prender uns contrabandistas (na cena mais legal da HQ) submarinos. As passagens cósmicas são bem chatinhas e a filosofia barata do autor nas caixas de diálogo não me convencem nem um pouco. Ainda há a introdução de possíveis novos vilões espaciais que francamente não dizem a que vieram e no final um cliffhanger confuso que não pude entender muito bem.

A arte de Marco Rudy nesta HQ é linda. Todas as páginas são quadros simulando pintura a óleo e tem um impacto visual muito forte, deixando toda esta edição de estréia com cara de “gibi pra adulto”. No entanto o artista sofre de sérios problemas de sequenciamento e organização de idéias gráficas. Ao mesmo tempo em que temos lindas páginas o esforço em emular Jim Steranko (por vezes) e até J.H. Williams III acaba prejudicando e muito a compreensão do que está acontecendo na trama. O princípio básico de arte em uma HQ é que ela tem que servir a história. Aqui isto não ocorre. A arte serve somente às indulgências do ilustrador. Apesar de ser um trabalho soberbo a parte gráfica de Winter Soldier é disfuncional e acaba por deixar o roteiro confuso e sonolento.

Essa nova versão de Winter Soldier tinha bastante potencial. O conceito de um agente secreto exterminando criaturas fantásticas não é um primor de originalidade, mas se bem explorado poderia render boas histórias (como ocorreu em algumas passagens de Original Sin). O roteirista no entanto não consegue concatenar as idéias e entregar uma edição de estréia que prenda a atenção. A história é até legal, mas existem diversas outras HQs mais interessantes para se ler atualmente e talvez com um preço menos salgado que esta aqui. A arte de Marco Rudy é digna de exposição, não explanação e muito menos sequencialização (nem sei se esta palavra existe). Um festival de quadros lindos, mas que para esta história não querem dizer muita coisa e confundem bastante quem está interessado em saborear as aventuras do Soldado Invernal. Talvez a longo prazo a HQ engrene, mas a estreia para mim foi morna e não arriscaria acompanhar este material mensalmente.

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Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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