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5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis

Ao contrário do que o senso-comum pode nos fazer pensar, alguns autores mainstream de quadrinhos odeiam super-heróis. O que pode parecer uma baita hipocrisia. Afinal, não é este meio que paga as suas contas e os tornou conhecidos?

Na verdade, tais autores costumam carregar seus textos de ironias pesadas e críticas ácidas ao universo dos super seres vestidos em spandex colorido. Não é à toa que, muitas vezes, estes textos são reconhecidos como inovadores, são premiados e reconhecidos por todos os leitores, incluindo aqueles que, como eu, adoram os super-heróis.

Mas quais são os autores que mais odeiam os super-heróis?

O Pop Up And Away! fez uma lista com cinco autores que demonstram esse ódio. A lista está organizada por intensidade. Indo de uma leve cutucada à maior demonstração de repúdio às nossas divindades modernas.

Confira a seguir:

5 – A Pro

(Texto: Garth Ennis; Arte: Amanda Conner e Jimmy Palmiotti)

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Lançada por aqui em 2003 pela editora Devir, “A Pro” conta a história de uma prostituta que recebe poderes dados5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis por alienígenas, que apostaram que qualquer ser humano pode se tornar um super-herói. A heroína logo se torna conhecida e é chamada para fazer parte de uma superequipe nos moldes da Liga da Justiça, mas seus métodos talvez não sejam bem recebidos por lá.

Garth Ennis (Preacher), que já mostrou mais de uma vez que não está nem aí para os super-heróis, inclusive durante sua passagem pelo título do Justiceiro onde, sempre que podia, aproveitava a revista para esculachar coadjuvantes superpoderosos, cria uma HQ que é quase uma piada suja envolvendo heróis e heroínas. Como naquela clássica com a Mulher-Maravilha, o Superman e o Homem-Invisível

4 – Grandes Astros Batman & Robin

(Texto: Frank Miller; Arte: Jim Lee)

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O passado da dupla dinâmica é revisitado por Frank Miller (Batman: O Cavaleiro das Trevas) e Jim Lee (Batman:5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis Silêncio) em um “universo paralelo”, sem as amarras da cronologia oficial.

Frank Miller fez o seu nome ao escrever e desenhar como ninguém a revista do Demolidor, no início dos anos 80, e salvá-la do cancelamento. Com o sucesso da série, Miller foi convidado pela DC para “reformular” o Batman. Assim surgiu aquela que muitos consideram uma das maiores HQs de todos os tempos – O Cavaleiro das Trevas. Mas o que muitos não parecem notar, é o desprezo que Miller nutre pelos super-heróis. Podem chamar de revolucionário, de inovador, de audacioso, mas as melhores sagas escritas por Miller giram em torno de fazer um herói valoroso passar pelo inferno, ignorando as virtudes inerentes aos heróis mascarados e tornando-os meros humanos falhos e “reais”. Poderíamos ter escolhido qualquer história escrita por Miller envolvendo super-heróis, mas escolhemos esta série, que saiu por aqui pela Panini Comics em 2007 e, é considerada por muitos a pior do autor em termos de roteiro.

3 – The Boys

(Texto: Garth Ennis; Arte: Derick Robertson)

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Num mundo em que heróis uniformizados cortam os céus e vigilantes mascarados espreitam à noite, alguém tem5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis que zelar pela humanidade. Para isso, a CIA cria uma divisão secreta – Os Rapazes – cinco super-agentes responsáveis por surrar, chantagear e até matar, se necessário, “supers” que saiam muito da linha.

Garth Ennis faz de novo! Desta vez, Ennis cria um cenário povoado de super seres criados pela engenharia genética e sem nenhuma moral. Afinal, se qualquer pessoa pudesse ter poderes, ela os usaria para o bem? Ennis acha que não! Repleto de sexo, situações constrangedoras, absurdas e nojentas, “The Boys” é um grande “Foda-se! Não precisamos de vocês!” para os super-heróis. A série tem saído por aqui pela Devir desde 2010 e já está em seu quarto volume.

2 – Brat Pack

(Texto e arte: Rick Veitch)

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Quando Trueman, o maior de todos os heróis, desaparece, um novo grupo de mascarados deve proteger Slumburg.5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis Assim, Doninha Noturna, Senhora da Lua, Rei Rad e Juiz Júri, mantêm as ruas seguras empregando métodos extremos e violentos. Quando seus parceiros Chippy, Luna, Selvagem e Kid Vício são mortos, começa a procura por substitutos – afinal, há lucrativos contratos de licenciamento em jogo. Quatro novos garotos inocentes são selecionados e embarcam em um mundo de dor, desilusão e perversão.

Rick Veitch (O Monstro do Pântano) trabalhou com Alan Moore em outra série famosa por mostrar um lado mais obscuro dos super-heróis, Miracleman (ou Marvelman, se preferir), e após ter deixado a DC quando sua história sobre o encontro do Monstro do Pântano com Jesus Cristo na cruz foi censurada. Moore embarcou em diversos projetos autorais, sempre com a mesma vertente ácida e crítica. Em Brat Pack, Veitch escreve uma resposta ao meio dos quadrinhos, onde os personagens (e talvez os autores) são descartáveis e tratados como meros produtos por suas editoras. A história foi publicada nos EUA logo após a revelação da homossexualidade do personagem Estrela Polar nas páginas da revista da Tropa Alfa e pela morte do Robin, Jason Todd, nas mãos do Coringa, após uma votação popular que decidiu pelo fim do personagem. Tais eventos transparecem como inspiração nas páginas de Brat Pack, que foi publicada no Brasil pela HQM Editora, em 2007.

1 – Watchmen

(Texto: Alan Moore; Arte: Dave Gibbons)

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O ano é 1985. Os Estados Unidos são uma nação totalitária e fechada, isolada do resto do mundo. A presença de5 obras de autores mainstream de quadrinhos que odeiam super-heróis arsenais nucleares e dos chamados super-heróis, mantêm certo equilíbrio entre as forças do planeta, até que o relógio do fim do mundo começa a marchar para a meia-noite e, a raça humana, para um abismo sem fim.

Uma das maiores HQs de super-heróis de todos os tempos ocupa o primeiro lugar da lista por dois motivos: primeiro, porque o próprio autor, Alan Moore (V de Vingança; Do Inferno), já declarou seu ódio por super-heróis em entrevistas; e segundo, porque o sucesso de Watchmen gerou uma série de cópias baratas com heróis “realistas” e amargurados, mal-acostumando os leitores ao redor do mundo, que esqueceram que histórias em quadrinhos sobre heróis mascarados, são fantasias escapistas sobre seres superiores, ícones e símbolos que, supostamente, deveriam inspirar o melhor em nós. A série já foi publicada no Brasil diversas vezes e, atualmente, a Panini relançou a Edição Definitiva de Watchmen.

Na matéria original, publicada no Pop Up And Away!, o autor finaliza este texto afirmando que “O mercado de quadrinhos de super-heróis hoje é sustentado, em sua maioria, pelos mesmos leitores que acompanhavam as revistas vinte ou trinta anos atrás. Desta forma, as histórias deixaram de lado o tom divertido e descompromissado daqueles tempos para tomar ares mais sombrios e realistas, à medida que os próprios leitores iam deixando a fantasia de lado enquanto cresciam. O mercado não se renova e se baseia na crença de que quanto mais violenta e depressiva a história, mais interessante ela é.”

Nesta parte, não concordo totalmente com ele.

Ele não mente quando afirma que “as histórias deixaram de lado o tom divertido e descompromissado daqueles tempos para tomar ares mais sombrios e realistas”, mas afirmar que o mercado não se renova é um erro. A mudança drástica anunciada pela DC Comics, há poucos meses atrás tem como objetivo aumentar a diversidade em seus títulos e alcançar mais leitores. A Marvel Comics tem se reinventado bastante e, assim como a rival, também está em processo de mudança, com “Guerras Secretas”.

O mercado de quadrinhos não tem mais cores, tom divertido e descompromissado?

Tem sim! Basta dar um rolê no google e você encontrará títulos que esbanjam alegria, cores, histórias com roteiros leves e divertidos – que não deixam de ser cativantes – como a Batgirl de Cameron Stewart, Brenden Fletcher e Babs Tarr; a Miss Marvel de Sana Amanat, G. Willow Wilson e Adrian Alphona; entre outras. O mercado está se adaptando, e tem espaço pra quem quer ver alegria, bem como pra quem prefere as histórias mais sombrias e adultas. Tem quadrinho pra todo mundo!

Veja também: Equipes obscuras da Marvel que você talvez não conheça

Escrito por Louise

Amo, respiro e me alimento de quadrinhos, acho completamente normal se envolver emocionalmente com personagens de séries e filmes, e já vou avisando: NÃO MEXA COM MEUS HERÓIS!

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