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Review – MOAI: Build Your Dream – Game casual que homenageia clássico

Depois da análise do fantástico This War of Mine, decidi que seria interessante trazer outros jogos fora da liga das grandes produções, fora dos chamados triple A. Realizei em seguida a análise do divertidíssimo (porém não surpreendente) Far Cry 4, e a ideia ainda continuava lá, pedindo certa… atenção. E descobri meio que sem querer um jogo que mistura a característica de produção indie e outcentre, com a casualidade que se perdeu bastante hoje em dia.

Sempre reagi com certa curiosidade ao me deparar com os anúncios e telas de MOAI: Build Your Dream quando navegava pelo Steam (que para quem não sabe, é uma plataforma de compras online de versão digital de vários jogos de diversas desenvolvedoras e distribuidoras). Os desenhos simples, a temática tribal e o estilo de administração de recursos me chamavam atenção.

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Tenho de ser sincero: sou particularmente viciado em jogos de administração de recursos, construção/manutenção de vilarejos e cidades (quiçá reinos), e estratégia voltara a esse tipo de gameplay. Eu, como muitos de vocês, principalmente os mais velhos, passaram horas entretidos com esse tipo de game, seja aproveitando a casualidade que eles podem oferecer (inclusive como forma de aliviar o stress), ou em perspectivas um pouco mais “sérias”, em competições online e até mesmo locais. O inegável clássico Age of Empires, por exemplo, me proporcionou muitas horas de sono perdido, além de marcar finais de semana para jogar contra os amigos em conexões horríveis. Então, bem, não estamos falando de alguém que pegou um título do gênero pela primeira vez – por mais que hajam microdiferenças por grupo, como RTS, TBS ou ramificações específicas até mesmo dentro de cada um. E até mesmo os que não gostam desse tipo de game sabem reconhecer o peso e importância.

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Pois bem, ontem decidi aproveitar uma das promoções surpresa e comprei o jogo. Precisava de algo casual que, por bem ou mal, me faria passar o tempo. Resultado? 3h interruptas de uma das mais carinhosas homenagens aos gamers mais antigos e, principalmente, aos jogos do gênero. Na realidade, prefiro ser mais exato: a homenagem é clara – a divertida, icônica e inesquecível série Settlers.

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O game se baseia em curvas de aprendizado tranquilas (afinal há uma casualidade impressa), envolvendo linhas de recurso que funcionam dentro do mundo apresentado. São cinco as matérias-primas: Comida, Madeira, Pedra, Sandálias e Mana (além do contador populacional, que se limita aos trabalhadores). Cada construção básica, necessária ao funcionamento de cada pequena tribo – e para atingir os objetivos específicos de cada nível – demandam uma determinada quantia de recursos, e obviamente, geram determinado recurso dentro de ciclos específicos de tempo. Cada construção tem uma razão de estar durante o nível, e muitas vezes precisará ser demolida a fim de dar lugar a uma nova, o que torna  o jogo uma sucessão de pequenas escolhas e planos a curto e médio prazo.

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É um conceito simples e que funciona bem (sempre funcionou), mas demanda de quem joga administrar bem mais que a coleta e a construção, mas a ordem em que as coisas são feitas, a capacidade de lidar com mais de uma tarefa ao mesmo tempo e uma corrida contra um medidor de tempo, que fica no lado esquerdo da tela. Os controles são todos realizados pelo mouse, e funcionam de forma simples, eficaz e direta.

A cada nível há um leve aumento de dificuldade e o acréscimo de mais um elemento de micromecânica, seja em sistemas de troca para conseguir recursos que você precisa (com mercadores-diplomatas ou até no mercado, um dos edifícios fundamentais ao se avançar no game), ou na eliminação de inimigos durante a manutenção da tribo.

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A história base é a de um aventureiro que saiu viajando pelo mundo em seu balão, mas que acabou caindo em uma ilha e resgatado por seus nativos – baseados em indígenas polinésios. Recebemos então um background de que há tempos os nativos passaram por problemas naturais, terremotos, erupções e secas, e que estavam em processo de reconstrução à sua glória. O chefe, então, pede ajuda ao estrangeiro, e lhe fornece dois conselheiros – que nos fornecem instruções de como aquele mundo funciona.

Todos os elementos da história central são também distribuídos em pequenas histórias, como a fundação de novas tribos e vilas, histórias de amor e até mesmo guerra, que desempenharão papéis relativamente importantes e explicarão a ambientação específica de cada conjunto de níveis.

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Os gráficos são simples – mas não confunda simplicidade com falta de cuidado. O terreno é em duas dimensões com falsa profundidade, e os personagens em falso 3D.  Apresentado em uma visão fixa, como a de um observador a partir de um ponto mais alto (não somos um deus, nem um general como em alguns títulos do gênero), não podemos navegar pelo cenário, nem mesmo mudar o posicionamento da câmera no espaço. Controlamos as ações básicas de coletar pequenas quantidades de recursos como pedra, árvores (algumas que inclusive bloqueiam a passagem para novos recursos), lagos (onde se pode pescar) e baús, além de ditar ordens de construções dentre todos os aldeãos disponíveis. Dentre as opções de construção conforme o jogo segue, podemos incrementar edifícios a próximos níveis, e até mesmo demoli-los. Além disso, escolhas serão sempre necessárias: só sera possível construir em pequenos espaços pré-determinados.

De trilha sonora repetitiva, porém nada enjoativa, MOAI encanta pela simplicidade e a capacidade de diversão, além de ser uma enorme referência aos antigos jogos de estratégia, como o já citado Settlers – mas veja bem, de forma bem menor e mais localizada, tendo como finalidade a casualidade que tanto enfatizei.

Se você gosta do gênero e sente saudades desse tipo de jogo, além de querer passar um tempo de maneira casual aproveitando histórias de fundo leves e um gameplay que demanda estratégia simples, MOAI é uma boa pedida – até por não ser nem curto, nem enjoativo. O game está disponível apenas para PC.

Gostou? Tem mais!

Clique e leia: Review de Game

Escrito por Equipe Proibido Ler

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