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Game indie da semana | Lifeless Planet

A beleza de se contar uma história vai além da história em si. O ato de se contar uma história, por exemplo, é um feito à parte que sempre deve ser levado em conta (seja lá qual for a mídia e até mesmo o público alvo).

Quando prestamos atenção em todas as histórias já contadas percebemos que a maioria esmagadora pode ser resumida e reduzida (não negativamente) em tipos e tramas básicas que todos nós conhecemos de alguma maneira, seja por autores/as célebres, roteiristas e/ou diretores/as famosos, ilustradores/as, desenvolvedores/as de jogos, compositores/as e a lista segue englobando cada criador/a de conteúdo por narrativa possível.

E ainda há de se estender isso tudo à maneira como uma história é contada: a narração clássica não é (e talvez nunca tenha sido) a única forma de se fazer isso; e talvez agora, mais do que nunca, existam tantas outras maneiras claras (assim como inúmeras possibilidades de se levar algo em frente).

Lifeless Planet pode ser sintetizado, enquanto experiência narrativa, como uma série de histórias que se conectam bastante com quem lê, ouve e joga. O game indie da semana cria conexões incríveis a partir de medos, ilusões, sentimentos e desafios humanos sob o avatar indefinido e desconhecido de um astronauta perdido em outro planeta.

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Mais do que isso, é uma excelente metáfora não só do processo e das possibilidades de se contar uma (ou várias) história (s) (e da afirmação óbvia de que não existe uma fórmula bem definida ou obrigatória), é a possibilidade de se conectar com temas delicados pelos quais todo mundo passa: o envelhecimento, a perda de alguém, o medo do desconhecido, etc.

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Lifeless Planet é o tipo de criação que pontua muito bem o porquê de games serem formas impressionantes de expressão e, sem dúvidas, obras de arte tridimensionais (com o perdão do trocadilho). O mote é simples assim: um astronauta acorda em um planeta desconhecido e se depara com formas de vida dos mais diversos tipos (além de aparatos e construções soviéticas, e talvez frutos de algum experimento que deu errado).

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Seguindo o preceito de um sci-fi clássico muitíssimo bem narrado, com elementos de aventura e puzzles muitíssimo bem empregados (seja em elementos específicos dentro daquele mundo ou a própria jogabilidade – propositalmente transformada em puzzles em mais de um momento) cria nesse mundo aberto uma experiência diferente de muita coisa criada até então.
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A jogabilidade é bem simples e é baseada no movimento em um planeta com gravidade reduzida. Os controles (muito bem responsivos) são determinados, basicamente, pelas setas direcionais e/ou WASD comandam a movimentação básica, e as demais ações (apresentadas e às vezes tiradas do/a jogador/a) são inseridas pouco a pouco durante o game, como um jetpack bem simples ou a capacidade de interagir com o ambiente.

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O gráfico não é incrível quando comparado ao nível estonteante de títulos triple A (e até mesmo em muitos grandes títulos independentes que se vê por aí). O visual também conta uma história, e a sua simplicidade faz parte desse modo de narrativa – mas não se preocupe, a parte gráfica não vai lhe decepcionar.

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Embora haja uma trilha sonora (muitas vezes extremamente sutil), grandes pedaços do gameplay serão absortos no silêncio esmagador do seu traje espacial, que produzirá sons abafados em relação às suas ações – e aproveitando, bem, os sons, também utilizados para criar uma atmosfera crível de imersão, são simples, mas extremamente poderosos e efetivos.
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O jogo flui muito bem, e vai lhe parecer curto quando você atingir a complexão (mas sou da opinião pessoal que ele tem o tamanho que deveria ter – sem mais, sem menos). Ele vai demandar que você preste bastante atenção no vazio ao seu redor e em detalhes relacionados ao amor e ao esforço que os/as desenvolvedores/as colocaram ali, como pegadas na areia, a poeira moldando vultos no vento, etc.

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Lifeless Planet se passa, ao mesmo tempo, em um território desconhecido em um planeta extremamente distante da Terra e em um futuro indefinido, e dentro da cabeça do personagem central – e é a partir disso que o jogo vai evocar muitas coisas aos que se permitirem ler, ver, ouvir, jogar e, por que não, viver, uma excelente história.

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Desenvolvido pela Stage 2 Studios, e publicado pela Lace Games (parte da KISSL lmtd), o game lançado inicialmente em 2013, ganhando uma versão definitiva em junho de 2014.

Lifeless Planet, um dos melhores jogos (pessoalmente falando) que tive o prazer de descobrir em 2014 está disponível para PC, Xbox One e PS4; e foi por todos os motivos que eu listei, a escolha para o game indie dessa semana.
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Escrito por Equipe Proibido Ler

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