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Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo

Quando foi anunciado em 2016, Death Stranding trouxe um ar de mistério e questionamentos em seu trailer na E3. Sua história foi guardada a sete chaves e despertou muita curiosidade entre os admiradores de Kojima. Mas, no fim das contas, e depois de uma longa espera, o resultado final foi primoroso. 

Criado por Hideo Kojima (visionário, talvez?), responsável pela franquia Metal Gear Solid, o jogo é o seu primeiro trabalho com sua produtora, a Kojima Productions, e escolheu a Sony para ser um exclusivo (pelo menos por enquanto). Sem amarras e nada convencional em sua maneira de contar histórias, Kojima entregou uma inovação para o mercado de games em um título que foge totalmente da zona de conforto. 

Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo
O vasto mundo de Death Stranding

Uma explosão  ocasionou a morte de quase toda população mundial, o próprio tempo como conhecemos foi alterado. A chuva além de ser ácida, afeta temporalmente os seres humanos ou animais de uma maneira gradativa com envelhecimento precoce. E outra coisa, o mundo dos vivos e dos mortos vivem em conexão o trouxe a presença dos espíritos chamados de “EPs”.

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Sam Porter Bridges ou “O Homem Que Entrega” como muitos o conhecem, não é afetado por esse temporais pois seu DNA é diferente dos outros humanos. Responsável por efetuar entregas, ele deve conectar as comunidades que ainda existem e vivem isoladas em seus pacatos lugares. Em sua jornada encontrará estranhos rostos, alguns amigáveis e nada bons. Enquanto precisa sobreviver aos “EPs”, mas para isso terá ajuda de um bebê chamado “BB” (muito criativo) o único capaz de identificar essas entidades.

Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo
Os perigosos “EPs”.

Apesar de indicar algo simples, sua narrativa acontece de uma maneira complexa. A própria jogabilidade se baseia em maneiras de entregar diferentes cargas ao mesmo tempo que você precisa conectar as comunidades com uma nova rede de comunicação. Os caminhos são diferentes e a cada nova jornada, somos apresentados a novos equipamentos que podem ajudar ou atrapalhar como motos ou caminhões e situações que despertarão nosso desbravamento, seja ele bom ou ruim, sua sobrevivência é crucial até mesmo que é capaz de aguentar em sua mochila.

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Esses caminhos podem ser tranquilos ou tensos, depende muito do que irá encontrar nessa jornada, por isso o game não se torna cansativo, pois sempre apresenta algo novo ao jogador. Sejam as MULAS, humanos viciados em entregas que farão de tudo para obter a sua, ou a sobreviver as entidades de EPs contando apenas com a sorte e avisos de seu BB. Todos desafios são maneiras de explicar como o mundo atual se tornou corrosivo seja para nós humanos ou para os espíritos, tudo se perdeu em algum momento.

Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo
Deadman e Sam admirando o BB.

Essa conexão não serve apenas em ajudar os personagens do jogo como também outros jogadores que enfrentarão o mesmo caminho que você. Escadas, pontes e caixa-postais pode ajudar outros players e com isso ganhará pontos e curtidas que ajudarão a melhorar sua habilidades, até mesmo encomendas perdidas por terceiros quando entregadas ao seu destinatário formam conquistas. O segredo e visão é manter a conexão ativa, pois todos estamos no mesmo barco e a empatia é a chave para evolução.

Mesmo que no decorrer da campanha somos apresentados às armas, Death Stranding sabe bem como questionar seus atos. Mate alguém e será punido por novos EPs que poderão causar um estrago feio em algum lugar. Ajude amigos e construa coisas e será recompensado com novos pontos. Claro, em momentos decisivos você precisará lutar e se manter vivo, traumáticos e cheios de ansiedade, você optará em sua mente por continuar entregando as remessas, uma maneira viciante de continuar o gameplay. 

Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo
Sam tentando sobreviver

A trama complexa traz à tona um tom filosófico e espiritual para a jornada de Sam Bridges, a imensidão e o silêncio dos lugares que percorre faz sua plenitude ser seu alicerce, pois nessa jornada é importante estar em equilíbrio para chegar ao fim dela. Em Death Stranding, a solidão não é sentida como algo negativo mas é vista como evolução e nossa consciência é a arma que mantém o foco.

Inegável não ver referências a outros jogos de Hideo Kojima, tanto no visual como na maneira de contar a história, a sensação que dá é que estamos dentro de um filme. Vale lembrar que depois de sua saída da Konami, Kojima passou por maus bocados e só conseguiu montar seus estúdios com ajuda de um gerente de banco que era fã de seu trabalho. Todo esse esforço foi traduzido em cada detalhe de  Death Stranding. Uma espécie de carta de amor e sua última aposta para as coisas darem certo.

Death Stranding | A empatia é a chave para um novo mundo
O veículo é o mão na roda em Death Stranding

Até mesmo a presença de Norman Reedus, Guilhermo Del Toro e Mads Milkenssen, foram devido ao amor por seu outros trabalhos e confiança, não tanto pelo valor financeiro que poderia surgir desse projeto. Justamente por essa visão que todo o jogo se torna uma tremenda aposta e uma clara visão do acerto das mãos livres de Kojima que não vive preso mais a outros estúdios e agora pode traduzir sua visão de mundo em games. 

Death Stranding é um marco no mundo dos games, seja por sua inovação em apresentar novas jogabilidades ou por uma narrativa mais imersiva. Não que o game não seja para todos, mas talvez não seja para o atual tempo da pessoa, pois no futuro quem sabe até mesmo você dará uma chance. No fim, Death Stranding é sobre conexão! Aquela que havíamos esquecidos para a harmonia do conjunto, a necessidade de trazer vida para todos e para sobrevivermos aos perigos que nos rondam enquanto nos preparamos para o mundo de amanhã.

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Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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