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Mangá do Dia | Planetes – Makoto Yukimura

O que será do mundo quando as energias não renováveis acabar? Quais serão os limites para o homem buscar uma nova fonte? Que mundo teremos no futuro? Estas são algumas perguntas que Makoto Yukimura tenta responder na sua obra de ficção cientifica chamada Planetes.

Planetes é um mangá que começou a ser publicado pela Panini Brasil no primeiro semestre de 2015, são quatro volumes ao todo que completam a série que de lá para cá eles foram lançados bimestralmente. Planetes tem autoria de Makoto Yukimura, mesmo autor de Viland Saga, e foi publicado no Japão na revista seinen Morning de 99 até 2004. Além do mangá existe também um anime de 26 episódios exibidos entre 2003 e 2004.

resenha-planetes-nao-existe-limites-para-a-vontade-no-espaco-sideral3Planetes se passa no ano de 2068, onde ir para Lua é algo tão comum quanto uma viagem de avião para outro estado do Brasil ou qualquer país do mundo. Além disso, é possível viajar em voos pela órbita terrestre, o que faz qualquer um cruzar continentes e oceanos muito mais rápido que o modo que conhecemos hoje. Devido a escassez do petróleo, o homem descobre que na lua existe o Helio-3 Lunar – esse recurso se tornou o responsável por mais da metade da geração de energia terrestre. Mas a exploração espacial trouxe consequências, uma delas e muito importante para essa história, é o lixo espacial. O que acontece quando nós vamos viajar para qualquer lugar? Nós levamos uma mala com uma série de objetos, certo? Roupas, produtos de higiene pessoal, livros, jogos, e etc. Numa exploração espacial onde é criado um novo ecossistema ou melhor dizendo, onde são criadas novas cidades na superfície da lua, é claro que nós seres humanos entupiríamos o espaço de lixo. E não se trata apenas de lixo comum, mas de restos de foguetes, satélites desativados e uma série de outros materiais espaciais que ficam vagando pelo espaço e orbitando a nossa atmosfera.

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Se esses dejetos não forem devidamente recolhidos, graves acidentes podem acontecer com naves que fazem a rota TERRA-LUA. E foi exatamente isso que aconteceu com a nave Alnail-8  logo no inicio do mangá, momento que dá o start para a envolvente história de Planetes.

resenha-planetes-nao-existe-limites-para-a-vontade-no-espaco-sideral6Após os eventos com a Alnail-8, nós temos um salto temporal e vamos para o ano de 2075. Logo de cara, nós somos apresentados à nave Toy Box e seus integrantes, a piloto americana Fee Carmichael, e seus dois companheiros especialista em coleta de lixo espacial, o Hachirota Hoshino, o Hachimaki, um jovem astronauta japonês que tem como objetivo ter sua própria nave e russo Yuri Mihalkov, um dos sobreviventes do acidente da Alnail-8. A história de Planetes é focada em Hachimaki e por meio dela, Yuri e Fee vão ser membros importantes no objetivo do protagonista que é ascender como Astronauta. Hachimaki não é o tipo de cara que está contente com o que tem e sabe que precisa ser muito mais do que um simples lixeiro espacial para alcançar seu maior desejo, que é ter sua própria nave e o status de astronauta levado a sério. Em quatro volumes vamos acompanhar o que ele vai fazer para alcançar seu sonho e quais serão as consequências disso tudo.

Planetes é dividida em cinco capítulos e no inicio de cara um deles nós somos contemplados com algumas paginas coloridas. Eu vou começar falando do projeto editorial deste mangá, pois isso me chamou muita atenção. Como eu expliquei na resenha de Knights of Sidonia, estou focado em conhecer um pouco mais do que a cultura pop oriental tem produzido para o mundo. Resolvi pegar algumas edições de mangás para ler e resenhar para o leitor do PL. Desta forma, eu vou notando a diferença do projeto gráfico e editorial de cada um deles. Um ponto mais do que positivo, vai para o projeto editorial de Planetes. A primeira edição tem capa cartão com verniz localizado, orelhas com notas e sinopses sobre a obra, algumas paginas coloridas e uma arte muito, mas muito coesa e fluida. Além disso, conta com uma tradução e adaptação muito bem feita e montada quadro a quadro sem poluir, atrapalhar ou se fazer incompreendível. O pessoal da Panini manteve os termos originais  e muitos científicos no roteiro e também deixou no final do mangá, um glossário explicando todos eles de forma minuciosa para não deixar dúvidas pairando a mente do leitor. O único problema disso, é que ele fica no final e não começo. Então você lê a obra inteira para saber bem depois que ele existe.

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O mangá tem uma arte que me impressionou muito. Em dado momento você esquece que está lendo um mangá de tão limpa e detalhista que ele é. Cada enfoque da cena em alguns quadros, a captação das emoções dos personagens e até mesmo os “efeitos especiais” estão perfeitos. As onomatopeias funcionam, e finalmente eu tive a sorte de logo no segundo mangá que estou lendo este ano, encontrar personagens com expressões características da cultura pop oriental. Aquelas expressões espalhafatosas e exageradas que me lembram muito o jeitão do Kuwabara de YuYu-Hakusho.

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O mangá tem um roteiro envolvente, Makoto soube nos transportar para Planetes de forma bem tranquila, sem atropelamentos, sem correria, sem forçação de barras ou conflitos que não acrescentam em nada à trama. A leitura de Planetes é prazerosa e a cada capitulo você vai se identificando com os personagens e imergindo no mundo proposto por Makoto. Não enxerguei qualquer furo de roteiro ou problemas que trouxessem algum incomodo. Tudo é muito bem dividido o que faz a narrativa ser harmoniosa.

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Planetes é um mangá que foge de grandes lutas com monstros alienígenas no espaço, é um título que aborda muito mais o lado crítico e humano da evolução da nossa espécie e como nós lidamos com novos problemas, num novo mundo com novas fontes de energia, novas doenças, uma nova sociedade e etc. Do que a necessidade de transformar alguém em um guerreiro escolhido para salvar o planeta. Planetes mostra que não existe empecilhos para a evolução humana e nem limites para a vontade no espaço sideral.

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Planetes tem um total de quatro volumes e a coleção já foi concluída no Brasil.

Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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