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Mangá do Dia | Planetes #2

O que será do mundo quando as energias não renováveis acabar? Quais serão os limites para o homem buscar uma nova fonte? Que mundo teremos no futuro? Estas são algumas perguntas que Makoto Yukimura tenta responder na sua obra de ficção cientifica chamada Planetes.

Planetes é um mangá que começou a ser publicado pela Panini Brasil no primeiro semestre de 2015, são quatro volumes ao todo que completam a série que de lá para cá, eles foram lançados bimestralmente. Planetes tem autoria de Makoto Yukimura, mesmo autor de Viland Saga, e foi publicado no Japão na revista seinen Morning de 99 até 2004. Além do mangá existe também um anime de 26 episódios exibidos entre 2003 e 2004.

Em Planetes #1 – você pode ver a resenha aqui – o lixeiro espacial Hachimaki tem o sonho de se tornar um astronauta de renome e o poder de um dia ter a sua própria nave.

resenha-planetes-2Já em Planetes #2, a história começa em novembro de 2075 com o pai de Hachimaki fugindo do Sr. Locksmith, o responsável pela nave Von Braun, a primeira que levará uma missão tripulada à Jupiter. Locksmith está querendo que o pai de Hachimaki, Goro Hoshino, assuma o posto de engenheiro chefe da missão Jupiter. Na busca de encontrá-lo, Locksmith tromba o Hachimaki, e ele demonstra toda a sua vontade em ser um dos astronautas da missão. É aqui, que o destino de ambos se cruzam, mas em um primeiro momento, isso será o menos importante, pois um grave acidente ocorreu no centro de pesquisa do campo experimental de New Alamagordo totalizando 324 vítimas. É nesse momento que conhecemos os reais interesses por trás do cabeça dessa missão. E tudo vai mudar a partir daí, pois o pai de Hachimaki vai aceitar fazer parte da tripulação, enquanto o filho vai fazer de tudo para ser um dos escolhidos nos testes de astronautas para a nave Von Braun. (Isso inclui se tornar um grande babaca em boa parte desta edição)

Hachimaki esquece como foi o seu passado e como ele se tornou um lixeiro espacial, por causa dos testes para a missão Júpiter, ele tem que treinar um substituto e essa pessoa é Tanabe, uma nova personagem. Os dois vivem em um arranca rabo só, e ao que parece, ele tem que ser cada vez mais egoísta para chegar onde quer. Dane-se as emoções, dane-se a empatia, ele passará boa parte da história se punindo e se cobrando para ser cada vez melhor, enquanto ao mesmo tempo, ele desconta boa parte dessa frustração e arrogância em outras pessoas.

Esse é o grande barato de Planetes #2, a evolução e o desenvolvimento do personagem é extremamente impactante e importante para o desenrolar da história. A sutileza de Makoto Yukimura em demonstrar isso, é um dos pontos altos do volume, sem falar nas boas reviravoltas e nas lições que ele deixa na história que faz o leitor pensar por um momento em relação a sua existência na Terra.

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O mangá tem uma arte que me impressionou muito. Em dado momento você esquece que está lendo um mangá de tão limpa e detalhista que ele é. Cada enfoque da cena em alguns quadros, a captação das emoções dos personagens e até mesmo os “efeitos especiais” estão perfeitos. As onomatopeias funcionam, e finalmente eu tive a sorte de logo no segundo mangá que estou lendo este ano, encontrar personagens com expressões características da cultura pop oriental. Aquelas expressões espalhafatosas e exageradas que me lembram muito o jeitão do Kuwabara de YuYu-Hakusho.

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A leitura de Planetes #2 continua prazerosa e a cada capitulo você vai se identificando ainda mais com os personagens e imergindo no mundo proposto por Makoto. Não enxerguei qualquer furo de roteiro ou problemas que trouxessem algum incomodo. Tudo é muito bem dividido o que faz a narrativa ser harmoniosa.

Planetes é um mangá que foge de grandes lutas com monstros alienígenas no espaço, é um título que aborda muito mais o lado crítico e humano da evolução da nossa espécie e como nós lidamos com novos problemas, num novo mundo com novas fontes de energia, novas doenças, uma nova sociedade e etc. Do que a necessidade de transformar alguém em um guerreiro escolhido para salvar o planeta. Planetes mostra que não existe empecilhos para a evolução humana e nem limites para a vontade no espaço sideral.

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Escrito por Bruno Fonseca

Fundador e editor-chefe do PL. Jornalista apaixonado por quadrinhos, filmes, games e séries.

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