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Kengan Ashura (2019) | Uma porrada com bons personagens

Após longos anos sem assistir animes fui surpreendido por um vasto mundo de títulos na Netflix. E olha que eu pensava que esse gênero não podia trazer boas surpresas dentro do serviço. Estava com saudade de um clima “Yu Yu Hakusho” com boas piadas e pancadaria. A Netflix recomendou uma de suas produções originais chamada “Kengan Ashura” que funciona perfeitamente para os amantes do gênero Shounen.

Baseado no homônimo mangá criado por Yabako Sandrovich e com arte de Daromeon, “Kengan Ashura” traz o foco para um torneio cheio de lutadores que exploram um o lado sádico e sanguinário das lutas de rua em um ambiente fechado e sigiloso. A pancadaria rola solta, sem muitas firulas e com uma boa história de seus personagens.

Cena de “Kengan Ashura”

Desde dos tempos mais primórdios, grandes corporações de empresas decidem negócios bilionários por meio de lutas secretas. Pra que existir o diálogo se podemos resolver tudo um soco, né? O vencedor do torneio poderá fazer negócios aonde quiser e ter um lucro ainda maior. Cada presidente dessas organizações tem um lutador para representar sua empresa no Torneio Kengan de Aniquilação.

O velho pacato e atrapalhado Kazuo Yamashita que sempre foi um funcionário nada promissor, recebe uma oportunidade após ser promovido e deve representar a empresa como um novo presidente, ao seu lado está o lutador curioso, suspeito e cheio de marra Ohma Tokita. Ele ama lutar e tem um estilo de combate fantástico, a vontade de ganhar uma luta é escondida atrás de suas verdadeiras motivações.

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Cena de “Kengan Ashura”

Ao que possa parecer uma trama simples e nada complexa, esse Shounen (gênero voltado para o público masculino com foque em lutas). Porém, essa premissa funciona apenas para termos boas porradas,  sua narrativa crescer ao abordar desenvolvimento e no carisma de cada personagem, especialmente o background com estilos de lutas reais e suas motivações para participar do torneio.

A primeira parte tem 12 episódios e o único erro é um corte brusco e sem uma boa finalização. Enquanto os episódios se desenvolvem, podemos ter bons momentos de luta, narrativa e conteúdo. Essas lutas nunca demoram  para acontecer e servem para trazer o conteúdo da construção de cada lutador. Esse ritmo dinâmico e com boas explicações de cada estilo e de cada golpe executado, o desenrolar da narrativa fica menos cansativo e mais admirador.

Cena de “Kengan Ashura”

O protagonista Ohma Tokita não tem o estereótipo de herói, bobão e superpoderoso, ele tem habilidades mas não é o cara bonzinho como conhecemos em outros títulos. As motivações em suas falas demonstram uma pessoa louca, sádica, lunática e que está disposta a tudo para vencer. Seus olhares demonstram uma loucura interna que está disposta a despertar em cada luta.

A primeira vista, o design 3D do traço pode afastar algumas pessoas, por mais que o estilo não seja tão visto, aqui ele funciona perfeitamente para as lutas e golpes. A fluidez dos movimentos e os ossos quebrados impactam qualquer olhares, alinhado com muito sangue e brutalidade, impossível não se empolgar com o final de cada combate.

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Cena “Kengan Ashura”

A melhor experiência que tive foi assistir ao anime. A dublagem  tem vozes conhecidas, o estúdio responsável conseguiu perfeitamente conectar piadas com memes, gírias e palavrões. Não à toa que a faixa etária se mantém nos 18 anos, esse cuidado traz um brilho para o carisma que os personagens podem a oferecer.

“Kengan Ashura” não é um dos melhores animes atuais, mas seu carisma e entretenimento está nos seus personagens e construção. Foi bom sentir uma essência em torneios monumentais e atrativos como “Yu Yu Kakusho” sabia fazer em sua história. No decorrer toda essa primeira parte, você vai desejar por mais porrada e mais desafios.

“Kengan Ashura” está disponível no catálogo da Netflix. 

Escrito por Rafael Tanaka

Publicitário, amante de cinema, quadrinhos, filmes e séries. Sempre existe coisas para se descobrir nesse mundo da cultura pop.

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