Má Influência (2025) | Romance, suspense, intrigas e muito clichê

Vou começar esse texto já pedindo pra você imaginar uma situação hipotética, e talvez assim encurtar boa parte do que “Má Influência” pode te dar nas quase duas horas que você resolver separar pra assistí-lo.

Vamos lá! Sua filha está passando por um processo de stalking ou perseguição na escola, que inclusive no Brasil é crime atendido pela Lei nº 14.132/2021, que inseriu o artigo 147-A no Código Penal. Em vez de acionar a polícia e demais autoridades, você entende que o caminho mais viável é tirar um jovem da prisão, fazer dele um guarda-costa e deixá-lo 24h por dia ao lado da sua filha.

Esse jovem (Alberto Olmo) tem uma bela aparência de badboy, cabelos sempre por fazer, cara de delinquente, mas não muito, jaquetão de couro, calça jeans surrada, vans e muita cara de mau. Já a filha (Eléa Rochera), é uma patricinha de mão cheia, faz balé, estuda em escola da elite, convive com discípulas de Regina George (Meninas Malvadas), tem um ex-namorado cuzão e sempre que não concorda com algo faz birra e chora.

Com certeza a escolha do pai (Enrique Arce) foi a melhor, certo? Ao menos pra ele sim! “Má Influência” vai apresentar outras pérolas de problemas, mas que ao passar das cenas, o espectador se vê seduzido pela trama de novela barata e segue até o fim pra ver como vai acabar. Inspirado em uma popular webnovela publicada no Wattpad, o filme é dirigido por Chloe Wallace, também escrito por ela em parceria com Diana Muro.

“Má Influência” acompanha Reese e Eros, uma garota extremamente rica e seu mais novo guarda-costas. Recém solto da prisão, ele enxerga a oportunidade desse emprego como uma chance de mudar de vida, não podendo desperdiçá-la, muito menos ousar não executar a sua atribuição com excelência: proteger a jovem moça de um perseguidor ousado. No entanto, o papel de patroa e funcionário é deixado de lado quando se percebe uma forte química entre os dois. Cada vez mais conectados, eles precisam resolver problemas do passado para salvar essa paixão louca e inesquecível.

Como em qualquer outro filme do tipo, “Má Influência” te leva e traz pra momentos bons e outros estranhamente engraçados. Tudo bem que estamos falando aqui de um filme que nasceu de uma fanfic, mas se em vez de uma fanfic fosse um roteiro como qualquer outro não teria diferença. Há uma porção de filmes assim por aí, esse não vai ser o último e nem o pior deles. E quando eu falo pior é se comparado a outras produções que dentro do gênero de romance adolescente ou comédia romântica, não conseguem fazer nada muito diferente.

Em “Má Influência” isso tem um ganho por usar a linguagem de fanfic pra costurar as intrigas com mistérios e o romance do casal jovem adulto. Isso é um pouco estranho, pois quanto mais brega o filme parece em algumas cenas ou por mais enfadonhas que sejam outras, a vontade é de (infelizmente) continuar.

Sou do tipo de pessoa que ama comédias românticas, sempre foi um dos gêneros de filmes que eu consumi juntamente com os de drama, aventura e fantasia. Portanto, é mais fácil identificar os clichês e aqui eles estão aos montes deixando o filme ainda mais delicioso. Claro que se você for esperar uma produção e entrega dignas de elogios, é querer demais!

Digo tranquilamente que se você é do tipo que também curte filmes rasos, com histórias bestas, que não fazem nenhum sentido, com certeza “Má Influência” é pra você.

E no momento em que escrevo tudo isso pra você, “Má Influência” está na primeira posição de filmes mais assistidos na Netflix brasileira.