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The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

The Last Kingdom, mini-série de oito partes baseada nas Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, mais precisamente no primeiro livro, O Último Reino, chegou pela BBC no dia. E posso dizer que chegou de forma épica e marcante.The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Para nos situar, vamos começar falando sobre o autor e o material original. Cornwell é um aficionado por história inglesa e a usa em seus livros de ficção. No caso das Crônicas Saxônicas, ele usa ficção e realidade para contar sobre Alfredo, O Grande (849-899) rei de Wessen, o último reino ainda não tomado pelos dinamarqueses Vikings. Ele conseguiu lutar contra a ameaça Viking e unificou a Inglaterra quando tudo estava perdido.

Tudo é contado por uma visão de fora, isto é, pelos olhos de Uhtred, personagem fictício baseado no senhor de Bebbanburg. Na obra, Uhtred se tornou escravo dos dinamarqueses quando criança e por isso toda a cultura Viking é também contada por ele, para então mais tarde o mesmo se tornar um aliado de Alfredo. Uhtred é o elo que liga os dois lados da moeda e por ter visto tanto, consegue dar à obra um conteúdo muitíssimo rico de estratégias, choques culturais, religiosos e fatos históricos. Tudo de forma bem detalhista.

Focando no piloto em si, a história começa com Osbert (Tom Taylor) – o protagonista que mais tarde se torna Uhtred –  uma criança inglesa, avistando navios dinamarqueses na costa. Ele está junto com seu pai, Ealdorman (Senhor de Bebbanburg), Uhtred (Matthew Macfadyen) e outros homens, que se assustam, pois sabem do que os Vikings são capazes.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Somos apresentados aos dinamarqueses, em foco temos Ragnar, o intrépido (Tobias Santelmann) – você pode conhecer mais sobre a lenda deste personagem aqui – Ravn (Rutger Hauer), seu pai cego e sábio (que ironicamente se torna os olhos de Uhtred, assim como o mesmo se torna seus olhos); Ubba (Rune Temte), líder selvagem dos Vikings junto com seu irmão Ivar.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Do lado de Bebbanburg, temos Uhtred um militar cuja mente é mais estratégica do que selvagem, e a personalidade é bastante ríspida, principalmente com Osbert.  Beocca (Ian Hart), padre de Bebbanburg que parece ser a figura mais paterna que Osbert possui e AElfric (Joseph Millson), o irmão do pai de Osbert. O nome “Uhtred” é passado de pai para primogênito como um tipo de herança que garante o posto de Ealdorman.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Uhtred manda seu primogênito espiar os dinamarqueses e estes voltam com a sua cabeça como presente. Ele, no entanto, não faz nada. Em vez disso, Osbert passa a ser o primogênito, sendo novamente batizado, desta vez como Uhtred.

Os dois povos batalham e Bebbanburg é derrotada com uma estratégia que deixa os soldados sem escapatória. O protagonista assiste a morte do pai em batalha e se mostra valente ao tentar lutar com Ragnar. Ele  luta como um dinamarquês feroz, sem medo, um selvagem – ao contrário do que se esperaria. É claro que como uma criança inexperiente, ele só pode latir, mas Ragnar simpatiza com o mesmo e lhe poupa a vida, o tornando escravo. AElfric usurpa seu trono.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Podemos ver aqui toda a realidade sangrenta pelos olhos de uma criança, que vai ganhando a simpatia de Ragnar (principalmente após um evento que terá peso por toda a série e principalmente ao fim do piloto) e passa a ser da família. Uhtred cresce e se torna um Viking de coração, sendo realmente feliz  com tudo o que lhe foi oferecido. Ele sempre foi um guerreiro em seu coração.

Entretanto, em apenas uma noite toda a sua família é destruída e novamente tudo lhe é tomado. Uhtred e sua namorada Brida (Emily Cox) – que aliás, no segundo episódio se mostra uma personagem incrível – perdem tudo. Agora, sem ter para onde ir, ele decide tomar de volta o que é seu por direito: Bebbanburg.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

Baseando-se de forma fiel e ao mesmo tempo tomando as liberdades necessárias para uma adaptação (como por exemplo, envelhecer o protagonista, pois certas cenas seriam complicadas de se fazer com uma criança, e cortar alguns personagens para manter o foco), o piloto mostra fatos realmente importantes alterando a linha temporal para assim aproveitar o que de melhor se poderia aproveitar em um piloto. Para mostrar que não está de brincadeira, há muito a ser contado e principalmente que sim, alterações serão feitas, não só para que certas coisas possam ser consumidas, mas para que a série mostre apenas o seu melhor.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

The Last Kingdom é provavelmente uma das melhores séries estreantes desta temporada, que sem usar de apelos o tempo todo consegue cumprir o que promete. Ao contrário da maioria dos pilotos, ela não tenta encaixar tudo o que for possível para ganhar a atenção do espectador – não estou dizendo que não há momentos marcantes no primeiro episódio, até porque como eu mesmo disse, trabalharam na linha temporal para entregar o melhor piloto possível – mas faz isso de forma natural, sem forçar a barra. E, afinal de contas, eles tem material para não precisar apelar.

The Last Kingdom | Review do episódio 1×01 – “Pilot”

The Last Kingdom é isso: naturalidade na carnificina. E a naturalidade de como tudo é tratado deixa as coisas mais plausíveis, tanto que você consegue entender toda a essência e tudo o que a série quer passar sem ter que ficar com os olhos grudados na tela. É exatamente isso que faz com que eles grudem sem esforço. Após o piloto, você vai sentir uma necessidade natural de acompanhar o próximo episódio.

Veja também: The Bastard Executioner | Review dos episódios 1×01/02 – “Pilot

Termino a resenha dizendo: assistam! Vocês não vão se arrepender. De todas as séries estreantes, eu aposto nessa de olhos fechados.

Obs: No segundo episódio confirmei a suspeita sobre a linha temporal, fatos que aconteceram anteriormente no primeiro livro foram encaixados e isso mostra que tudo pode acontecer, as coisas não serão perdidas, mas sim mostradas em outro momento. Para quem consome ou consumiu os livros, pode alimentar suas esperanças.


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Escrito por Jefferson Venancius

Escritor, redator, roteirista e músico. https://conde.carrd.co

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