Bruno Fonseca Kingsman – Serviço Secreto é mais uma das obras primas de Mark Millar, que saiu das páginas das histórias em quadrinhos e ganhou as telonas. A produções que envolvem o grande Millar sempre me deixam com muita expectativa. Foi assim com “O Procurado” e também com “Kick-Ass 1″ e “2“. Consequentemente não seria diferente agora, e este foi um dos filmes que eu mais aguardei, desde o seu anúncio. Dirigido e roteirizado por Matthew Vaughn, Kingsman conta a história de Eggsy, interpretado pelo estreante Taron Egerton, um jovem rebelde, órfão de pai e que mora com a mãe. Esta, tem o costume de se envolver com homens da vida do crime, opressores e que tratam a esposa como um animal. Uma típica receita que faz o garoto se enveredar pela vida do crime nas ruas de Londres. Certa vez Eggsy acaba preso, e quem paga a sua fiança é Harry, interpretado por Colin Firth, um integrante da agência secreta de espionagem chamada “Kingsman“. Harry enxerga no rapaz um futuro promissor, que, somado ao fato de ser filho de um ex-Kingsman, faz com que Eggsy seja um dos candidatos a ocupar uma das vagas no serviço secreto.
Entre o processo seletivo que vai escolher o novo agente Kingsman, surge o vilão Richamond Valentine, interpretado por Samuel L. Jackson, e sua assistente Gazelle, interpretada por Sofia Boutella. A intenção de Richamond é como a de qualquer vilão, dominar o mundo, mas dessa vez de uma forma um tanto estranha, ele pretende não derrubar uma gota de sangue por isso. A missão do novo agente Kingsman, juntamente com Harry, é acabar com os planos de Richamond e sua trupe.
O longa tem cenas de ação que lembram muito as HQs de Millar. Seu ritmo lembra como é ler cada quadrinho, e características como a violência, o humor e o sarcasmo são típicos de suas histórias – vide Kick-Ass por exemplo. Matthew Vaughn soube conduzir e adaptar com maestria o que tinha no papel, e construiu um live-action sem destoar do quadrinho, tanto em Kick-Ass, quanto em Kingsman. A fotografia é recheada de cores quentes, que deram um aspecto nostálgico ao filme, e lembram os longas de espionagem dos anos 70. Os figurinos, as armas e todos os objetos usados em cenas serviram como um belo tempero à ambientalização.
A narrativa de Kingsman – Serviço Secreto é, de certa forma, rápida em alguns momentos e, infelizmente, às vezes esbarra em algum clichê – como nas questões de sugerir um “escolhido” e fazê-lo passar por um processo seletivo (que apesar de muito engraçado, foi longo).
Samuel L. Jackson mais uma vez está muito bem, ele incorporou características no vilão que fogem um pouco do que estamos acostumados a ver em filmes comuns, mas são típicos em filmes de espionagem. Colin Firth está sensacional, o último belo trabalho que tinha visto com o ator, foi “O Discurso do Rei”, seguido por “O Espião que Sabia de Mais”.
Em Kingsman – Serviço Secreto ele também me surpreendeu. Por causa da sua atuação, Taron Egerton não faz tanta falta – mesmo que esteja estreando bem e siga aquela coisa clichê do “predestinado” – ele tem suas cenas bacanas e é um papel fundamental no longa. Sempre impera a lição de que o aprendiz jamais supera o mestre.
No caso de Sofia Boutella, sinto a necessidade de bater palmas para a sua atuação! Seu personagem na HQ é feito por um homem, mas na adaptação ter ali um homem ou uma mulher não faz a menor diferença. A essência do personagem é a mesma, e suas cenas de ação dão outro fôlego para o filme. O longa conta também com a participação de Mark Strong, Michael Caine, Mark Hamill e Sophie Cookson.
No geral, Kingsman – Serviço Secreto é um filme divertido e gostoso de assistir, suas cenas de ação são eletrizantes e deixam qualquer expectador satisfeito – seja ele fã de quadrinhos ou não. Além de voltar no tempo e visitar aquele ambiente cheio de glamour oriundo dos filmes de espionagem feitos antigamente.
Garanto que você sairá da sala do cinema com uma vontade estranha de comer um “Big Mac” acompanhado com um maravilhoso vinho. Não entendeu nada? Assista o filme e tudo ficará um pouco mais claro!
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