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Jessica Jones – 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

Jessica Jones é a segunda de 4 séries que a Marvel está produzindo junto com a Netflix. Precedida por Demolidor, a série sobre a ex-heroína é aguardada com grande expectativa. Nós, do PL, tivemos acesso exclusivo aos 7 primeiros episódios da série e vamos lhe contar o que achamos.

O primeiro ponto que eu quero esclarecer com você, leitor, é que você não deve esperar por uma série igual a Demolidor. Jessica Jones não é uma série sobre “fazer de sua cidade um lugar melhor”, cenas de luta em cada um dos episódios ou ser algo durante o dia, e vigilante durante a noite. Você pode se perguntar logo neste início “então a Louise está dizendo que Jessica Jones é ruim?” e eu lhe respondo: muito pelo contrário, é sensacional.

Jessica Jones - 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

Se você não é um leitor de quadrinhos e não conhece a história da protagonista, aconselho que leia “Origens e Evoluções | Jessica Jones“, matéria especial que criei para ajudar todo o pessoal que não tem o hábito de ler revistas em quadrinhos. Conhecer pelo menos uma parte da história de Jessica Jones é um ponto importante para desfrutar da série, que não passa os primeiros episódios explicando as origens da protagonista ou criando o ambiente adequado para o espectador entender os acontecimentos. Sabe aquela cena de séries como Law and Order, onde os atores sentam em uma mesa para explicar cada detalhe do que está acontecendo para o espectador não ficar perdido? Pois é. Isso não acontece aqui.

Jessica Jones é um suspense psicológico com algumas cenas de ação aqui e ali. Os assuntos tratados são sérios, a violência é constante (lembre-se que violência não é apenas quebra-pau), a atmosfera é assustadora e os acontecimentos são pesados. As ruas sombrias de Hell’s Kitchen se tornam ainda piores quando vistas por alguém que já mergulhou na escuridão e não consegue escapar.

Krysten Ritter foi a escolha perfeita para a personagem. O anúncio de seu nome no papel principal gerou algumas dúvidas devido à maior experiência de Ritter em comédia. No entanto, qualquer dúvida sobre seu trabalho é esquecida no momento em que ela aparece na tela. Ela se entregou ao papel de forma sensacional. Já não consigo imaginar mais ninguém interpretando a personagem.

Jessica Jones - 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

A principal diferença em comparação à série do Homem sem Medo é a motivação da personagem principal. Matt Murdock QUER fazer a diferença, quer tomar uma atitude para salvar sua cidade, quer enfrentar os criminosos e esconder sua identidade das pessoas ao seu redor pela segurança das mesmas. E Jessica? Pfff… Jessica só quer ser deixada em paz.

Jessica já tentou ser uma super-heroína – prepare-se para as referências – mas sofreu um trauma profundo. Quando ela decidiu que seria bom usar suas habilidades para fazer a diferença, acabou chamando a atenção de um homem muito perigoso. Zebediah Kilgrave é um espectro em sua vida, uma assombração, uma presença sinistra. A série apresenta tão bem esse trauma que muitas vezes o espectador confunde realidade com sonho, sem saber se Kilgrave está, de fato, perseguindo a detetive ou se o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) está fazendo com que ela enlouqueça.

Jessica Jones - 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

Durante uma investigação corriqueira, Jessica descobre que o seu pior medo está acontecendo: Kilgrave está de volta. Testemunhamos a vida da protagonista se transformar em um inferno. A sensação de ser observada o tempo todo, de não saber o que a espera na próxima esquina, de não saber quando deve abrir a porta para alguém e o medo de passar por tudo outra vez fazem com que Jess fique à beira da loucura e, consequentemente, o espectador também. Mesmo traumatizada, assombrada e amedrontada, a caça decide caçar o caçador.

Jessica Jones - 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

Como já esperado, há referências aos Vingadores por todos os lados, cenas e falas tiradas diretamente dos quadrinhos (ela usa as mesmas roupas da HQ, for god’s sake!), e easter eggs brotando a cada cena. Além disso, Jessica Jones prepara o terreno para Capitão América: Guerra Civil, mostrando que o ambiente está cada vez mais hostil em relação a pessoas com poderes.

A fotografia da série é exuberante, os tons escuros envolvem o espectador de forma que o mesmo se perca na trama e os tons de violeta, tão presentes na série em quadrinhos, são o anúncio sinistro de que o mal está por perto. A trilha sonora não poderia ser melhor, a abertura é uma obra de arte e a fidelidade ao material original é impressionante. Jessica Jones vai te envolver em um mar de escuridão e você, ao lado da protagonista, tentará chegar à superfície cheia de luz, mas será empurrado para baixo.

Jessica Jones - 1ª temporada | A produção mais obscura da Marvel até agora

Uma história diferente, porém à altura das produções da Netflix. Separe sua garrafa de whisky e prepare-se psicologicamente para o que está por vir no dia 20 de novembro.

Leia também: Jessica Jones | Review do episódio 1×01 – “AKA Ladies Night”


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Escrito por Louise

Amo, respiro e me alimento de quadrinhos, acho completamente normal se envolver emocionalmente com personagens de séries e filmes, e já vou avisando: NÃO MEXA COM MEUS HERÓIS!

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