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HQ do Dia | Guerras Secretas – Velho Logan #1

Guerras Secretas, a mais recente super saga da Marvel que alterou todo seu universo e transformou o panorama da editora em uma colcha de retalhos nostálgicos, é o pano de fundo perfeito para expandir universos queridos e reverenciados por fãs e leitores casuais das suas publicações.

Por este motivo não é de se admirar que uma das versões mais populares de Wolverine da década passada tenha um espaço muito especial reservado neste Mundo de Batalha.

Com uma dupla de colaboradores de peso (Brian Michael Bendis no roteiro e Andrea Sorrentino na arte) no comando deste tie-in, estamos de volta ao violento mundo western pós-apocalíptico criado por Mark Millar e Steve McNiven em 2008. Velho Logan começa pouco depois dos eventos finais da série original, mas se você nunca leu este clássico não há problema algum em pegar esta edição e entender.

Bendis faz um ótimo trabalho contextualizando de forma simples a premissa de um sujeito focado em tornar o mundo que ajudou a destruir um lugar melhor. Em sua cruzada solitária por este universo Marvel com ares de Sergio Leone e Mad Max, Logan é surpreendido por um artefato inusitado mas recorrente em tramas escritas por Bendis (se você leu Cavaleiro da Lua do escritor, é o MESMO artefato inclusive). Este evento relaciona este universo sutilmente com o contexto geral da saga e põe a história em marcha.

HQ do Dia | Guerras Secretas - Velho Logan #1O tom do gibi é forte, violento, silencioso, melancólico e bruto, e reflete muito bem a realidade na qual os personagens ali vivem: este é um mundo sem heróis no qual a regra do “cada um por si” prevalece. Uma das regiões mais hostis do Mundo de Batalha, que até destoa um pouco do resto dos tie-ins pela estética decadente e as cenas de ação com violência excessiva.

Bendis faz um trabalho certinho caracterizando este elenco e resgatando o sentimento da série original. Os diálogos são sucintos e sem explanações muito alongadas. Logan é a epítome do samurai, o cavaleiro solitário como é sua natureza e este universo continua refletindo sua persona sequelada e nociva.

A arte de André Sorrentino é totalmente marcante e uma escolha mais que perfeita para este tie-in. As cenas de ação são brutais, a fotografia tanto em cenários fechados e decadentes quanto nas maravilhosas externas é divina e de um capricho notável.

O uso de espaços negativos nas cenas de ação é uma sacada de mestre e dá tensão ao roteiro e a caracterização do pequeno elenco é áspera e surrada como deve ser em um lugar duro e árido como o universo do Velho Logan. Um lindo trabalho de arte que já entra na lista de melhores apresentações em tie-ins de Guerras Secretas desde a primeira edição. Destaque para a colorização de Marcelo Maiolo nas tomadas desérticas. Incrível.

Velho Logan tinha tudo para agradar velhos fãs do carcaju solitário: um universo que ainda tem muito querosene pra queimar, um protagonista marcante, vulnerável e recheado de falhas e uma equipe criativa com um currículo de peso. Felizmente o tie-in atende as expectativas nesta primeira edição e vai além de fazer um simples serviço aos fãs: o tie-in sutilmente relaciona este universo com uma região misteriosa além das muralhas deste Mundo de Batalha. Com um roteiro adulto e sério e uma arte deslumbrante e grossa este é um tie in muito bem vindo na verdadeira confusão que é o Universo Marvel atualmente.


Veja as demais resenhas de tie-ins de Guerras Secretas:

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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