Igor Tavares Tudo que vocês estão lendo acaba aqui. Uma edição com Arnim Zola, Dimensão Z, Jet Black, Ian, Sharon Carter, os Vingadores (todos), Sam Wilson e Steve Rogers. Tudo que o autor Rick Remender construiu desde que assumiu o título do Sentinela da Liberdade leva ao fatídico (e meio óbvio) clímax da edição 24 na qual o sacrifício de um desses heróis nos leva ao final do arco.
Capitão América 25 não deixa pontas soltas. Você pode não gostar do destino de Jet Black e de Zola, pode não concordar com a situação atual de Steve Rogers (que
sem o soro do supersoldado desde o confronto com o “Prego de Ferro” está emulando Clint Eastwood em Grand Torino), pode achar o início da edição bem idiota e simplório, mas tem que aceitar que existe um novo Capitão América na Marvel daqui pra frente.
O roteiro de Remender se divide em duas partes: Na primeira ele resolve de maneira rápida e bem simplificada a situação Zola / Jet Black / Sam Wilson. É um daqueles típicos artifícios de HQ que geralmente decepcionam pela falta de originalidade. A segunda parte é a apresentação do novíssimo Capitão América ao imenso plantel dos Vingadores que vai desde Vampira, passando pelo Visão e Mulher-Hulk até membros mais novos como Nightmask e o próprio Demolidor. Divertidíssimas cenas na Mansão dos Vingadores nas quais o autor usa e abusa de piadas tanto sobre o encontro dos heróis quanto sobre a condição atual de Steve Rogers. Chega a parecer uma chacota com os Vingadores, mas particularmente me diverti muito com o tom leve e os diálogos cheios de piadas (até o Visão conta a sua) desta segunda parte. No final temos a apresentação do novo Capitão América de fato, que provavelmente você já sabem quem é, mas se não souberem não sou eu quem vai revelar. Temos também a explicação da nova função de Steve Rogers e uma pequena introdução ao novo arco que se iniciará em Capitão América #1 agora em Novembro envolvendo a Hydra e alguns velhos conhecidos.
A arte desta edição fica a cargo de Carlos Pacheco novamente e o ilustrador consegue um resultado excelente seja na primeira parte com expressões faciais lindas em Jet Black e no velho Steve Rogers, algumas cenas com bastante movimento e ação e boa caracterização, assim como nas cenas na mansão onde o desenhista não relaxa e consegue fazer aqueles quadros complicados com uma porrada de Vingadores fantasiados na mesma página falando e se sacaneando ao mesmo tempo. A apresentação do novo Capitão América se dá em uma full-page detalhada, épica e linda mostrando toda a importância do personagem para a Marvel. No epílogo já temos o trabalho sensacional do artista da nova HQ, Stuart Immonen. E o que posso falar sobre esse cara? Se você tem lido All-New X-Men de Brian Michael Bendis já sabe do tipo de arte que estou falando e a nova Capitão América promete ser uma das coisas mais bem desenhadas da editora neste fim de ano.
Capitão América #25 fecha o ciclo de eventos na Dimensão Z de maneira simplória. Temos sim uma resolução para as coisas, mas não espere um final muito empolgante. Quanto a aposentadoria de Steve Rogers e a passagem do bastão (escudo, na verdade) ela acaba sendo a parte mais divertida e legal deste final de arco, pois é feita como uma celebração e não como um lamento. Da metade para frente a HQ tem um tom muito leve e alegre e é muito bacana ver o desprendimento de Steve Rogers, que sempre foi uma característica marcante de sua personalidade, de maneira tão evidente. Rogers fica feliz em ceder o escudo e a seu substituto é dado o tratamento de um verdadeiro Capitão América, com toda reverência que o personagem merece. A próxima encarnação do personagem promete boas histórias e você vai ler a resenha da primeira edição aqui com certeza.
