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HQ do dia | A Ascensão de Thanos

A Ascensão de Thanos é uma mini-série em cinco partes lançada no final de 2013 que mostra bastante da infância e adolescência do Titã Louco e tenta explicar sua natureza psicótica e sua obsessão pelo genocídio. A editora Panini recentemente anunciou a publicação da história em formato de um encardernado com 120 páginas reunindo todo o material escrito por Jason Aaron e desenhado por Simone Bianchi.

O roteiro de Aaron explora bastante a infância e pré-adolescência do vilão. Durante o curso da história o autor faz um ótimo trabalho mostrando uma parte da históriaA Ascensão de Thanos do personagem que realmente nunca foi muito bem explorada na mitologia cósmica da Marvel. Aaron trata o jovem Thanos como um ser normal e até bem humano. A relação Thanos / Morte é construída lentamente através do curso do encadernado e sem a percepção do leitor que acaba embarcando na paranoia do personagem. O problema é que a descaracterização do maquiavélico Titã é inegável por boa parte desta HQ. Aaron inicialmente tenta justificar as ações e a personalidade de Thanos usando psicologia barata e se valendo de distúrbios mentais como artifício para as atrocidades que sabemos que o protagonista cometeu em sua carreira. Meu entendimento de Thanos é de que o cara é ruim porque simplesmente nasceu ruim e pronto. Ele curte matar, fazer o mal e machucar pessoas porque é a sua natureza inexorável. O que o roteirista faz aqui é te enrolar por 120 páginas por vezes ridicularizando o passado do protagonista e no final reafirma o que todos nós já sabíamos sobre Thanos. Por mais que eu concorde com a conclusão a qual Thanos chega ao fim desta saga não vejo propósito na jornada em si. Tudo isso aqui poderia ser contado em 50 ou 60 páginas e o resultado final seria exatamente o mesmo.

A arte de Simone Bianchi nas primeiras 3 partes da história é lindíssima. A caracterização do elenco é ótima. O visual do jovem Thanos é estranho e assustador. O enquadramento é de fácil compreensão e o ilustrador consegue entreter o leitor apesar da lentidão no ritmo do roteiro. Do meio para frente senti que Bianchi deu uma relaxada ou meio que correu com os desenhos para atender prazos. O traço começa a ficar irregular e algumas cenas não são tão caprichadas quanto no início da HQ. De qualquer maneira não é uma arte ruim do meio para o fim, mas em comparação com o início há uma queda na qualidade do material.

A Ascensão de Thanos é uma leitura razoável. Apesar de parecer meio óbvio eu curto quando um personagem cria culhões e assume que é o que é e foda-se (eu achava que Thanos nunca teve esse momento, mas ele é mostrado). Só não precisava de 120 páginas pra isso. Essa mini poderia ter umas 50 páginas e atenderia suficientemente seu propósito. O mérito da HQ é explorar um passado do Thanos que é somente mencionado e nunca foi de fato mostrado em uma HQ. Mas acho que o trabalho poderia ter sido melhor realizado se fosse escrito por outro autor como Dan Abnett ou Greg Rucka. Tem muita psicologia barata enfiada na mini e isso deixa a parada bem entediante em algumas passagens. A arte sofre uma degradadação ao curso da HQ. Parece que Simone Bianchi começou cheio de gás e foi perdendo a vontade de desenhar conforme foi lendo o roteiro. Espero que isso não aconteça com todos os leitores que pegarem este material pra ler.

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Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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