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HQ do dia | Annihilator #1

Annihilator é uma mini série em seis edições escrita pelo superstar dos quadrinhos Grant Morrison e desenhada magistralmente por Frazer Irving. A projeto que já vem sendo anunciado desde 2012 pelo autor, finalmente foi lançado agora em Setembro pela editora Legendary.

Annihilator #1Annihilator conta a história do escritor de Hollywood, Ray Spass (se pronuncia como “space”) e sua tentativa de escrever um novo roteiro de um thriller sci-fi sobre um personagem chamado Max Nomax. Spass, que recentemente sofreu uma decepção amorosa e se afundou em orgias e drogas, descobre que tem poucos dias de vida e que Max Nomax é tão real quanto o tumor que carrega em seu cérebro.

Nesta primeira edição temos todos aqueles conceitos universais típicos de Grant Morrison. Então, para o bem ou para o mal, se você já sabe do que se trata, isto já é um aviso para se preparar para pegar ou não este material. O início introduz a ideia de que todo tipo de arte e todas as idéias criativas giram em torno de um enorme buraco negro. Em seguida partimos para um retrato decadente de Hollywood na forma de Ray Spass. O argumento não é difícil de acompanhar e, tirando a parte das viagens alucinógenas, que são intencionalmente epiléticas e desorientantes, a HQ segue um fluxo narrativo bem linear. Os diálogos são bons, mas não tem nada de genial. Tanto Ray quanto Max são personagens detestáveis. Mérito para o autor que consegue entreter sem glorificar seus protagonistas, muito pelo contrário. Um pequeno, mas notável problema nesta primeira edição é que Morrison não consegue evitar de cair no clichê do “roteirista decadente”, o que é uma pequena decepção para mim. Mesmo misturando o tema da escassez criativa e dos prazeres de Hollywood com o gênero sci-fi, fica faltando um pouco de originalidade neste início de arco. Nada que prejudique a leitura no entanto.

A arte de Frazer Irving é o destaque desta estréia. Grandiosa, estranha e misteriosa nas partes “cósmicas” da história. Decadente, alucinada e visceral nas partes em Los Angeles. Irving exercita todos os seus músculos criativos nas cenas que misturam drogas com orgia. O uso de sombras e espaço negativo nos quadros é perfeito e a caracterização dos personagens é icônica logo de cara. A HQ toda tem um visual de altíssimo nível e este é o caso em que a arte carrega a história nas costas. Belo trabalho.

Annihilator #1 é um bom início para uma mini série. O conceito de Grant Morrison sobre a criatividade e sua relação com o  cosmo é interessante, porém o protagonista principal é um mostrado como um estereótipo hollywoodiano e isso me incomoda um pouco. De qualquer maneira a história entretém e não complica tanto o leitor quanto eu esperava. A arte  de Frazer Irving (que já trabalhou com Morrison em Sete Soldados da vitória) é magnífica e recompensa a falta de originalidade do roteiro em algumas partes. Uma boa leitura, mas por enquanto nada genial.

LEIA MINHA ÚLTIMA RESENHA: HQ do dia | Action Comics #1: Futures End

Escrito por Igor Tavares

Carioca do Penhão. HQ e Videogames desde 1988. Bateria desde 1996. Figuras de ação desde 1997. Impropérios aleatórios desde 1983.

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