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Semana do Halloween – Noite 5 | Filmes amaldiçoados

Novembro chegou e a última noite da Semana do Halloween também, ou melhor, madrugada. Como o Halloween foi ontem, decidi deixar de lado as tripas e aproveitar para falar das maldições do cinema, que em muitos lugares, são exibidas, só que de forma incompleta.

Para a tristeza daqueles que amam ver litros de sangue jorrando pela tela, essa lista não é feita disso. Durante essa semana rolou muita coisa legal e sangrenta por aqui. Confira:

Sempre procuro inserir filmes “desconhecidos” nas listas, ao lado dos clássicos que merecem ser revistos, e que sempre vão ter um espaço reservado na nossa prateleira. Hoje vou fazer diferente, o Grand Finale vem com uma lista de filmes amaldiçoados e clássicos do cinema.

Muitas vezes o filme se torna menos conhecido do que sua história, o que é possível ver em alguns casos que vou citar agora. No primeiro lugar da lista está um dos filmes que faltaram na lista do Netflix (propositalmente), por ter uma das histórias mais surpreendentes do mundo do cinema:

Poltergeist – O Fênomeno (1982) – Steven Spielberg

Semana halloween - grand finale

Em 1982, Steven Spielberg, lançou o longa de terror que aborda a história de uma família americana sendo atormentada por espíritos malignos. Até aí tudo bem, nada que fuja do padrão. Não é?
Poltergeist não foi comentado apenas pela sua história nas telonas. Ele é conhecido pelo público como um filme que amaldiçoou seus atores. O longa é baseado no episódio Little Girl Lost, da série Além da imaginação dos anos 60 (que indiquei na primeira lista). Tal episódio conta a história de uma garota que desaparece dentro do seu quarto. Consegue notar a semelhança entre ele e o filme? Poltergeist marcou seu público pela forma como a história da casa assombrada foi conduzida, possuindo autênticos momentos de terror – inclusive aquela cena do palhaço que inseri na lista de bonecos macabros.

Eles estão aqui” – foi com essa frase que Heather O´Rouker, atriz de apenas 7 anos, mostrou ao mundo seu talento.

Mas a história foi além das telonas… A primeira história, é da atriz Dominique Dunne:

Semana halloween - grand finale

Uma das filhas de um casal da Califórnia que é perseguida por almas de outro mundo no filme. Na vida real, se apaixonou por John Sweeney, um ajudante de cozinha de West Hollywood. A carreira de atriz deslanchou e ela recebeu uma proposta para atuar em uma série, ao lado de Tom Selleck. O namorado que havia se mostrado ciumento em outras ocasiões, não gostou nadinha disso, e em 26 de agosto de 1982, durante uma briga, ele bateu a cabeça da atriz contra o chão e ela fugiu para a casa da mãe. Em 26 de setembro, ela foi agredida novamente e até dispensou maquiagem para fazer uma adolescente espancada num episódio de Hill Street Blues.

Semana halloween - grand finale

Depois dos ataques que abriram os olhos de Dominique. Ela tentou se esconder do rapaz, mas já era tarde demais. Após a separação – que John não aceitou – ele invadiu sua casa e estrangulou a jovem atriz, que morreu aos 23 anos, em 4 de novembro de 1982. E ficou conhecida como a primeira vítima da Maldição de Poltergeist. John Sweeney permaneceu na prisão por apenas 3 anos.

Como se não bastasse a morte violenta da jovem, cinco anos depois, durante as gravações de Poltergeist 3, Heather O´Rourke estava fazendo tratamento referente a uma inflamação no intestino. Como efeito colateral do tratamento, a bochecha da atriz estava inchada, o que ficou visível de forma absurda no longa. Observe:

Semana halloween - grand finale

No dia 1 de fevereiro de 1988 a atriz desmaiou, e foi levada as pressas para o hospital. Os médicos afirmaram que ela tinha uma inflamação intestinal crônica quando. na realidade. a pequena estava sofrendo de um bloqueio inerte no intestino, presente desde seu nascimento. Heather sofreu uma parada cardíaca e não resistiu na mesa de cirurgia às 14:43h daquele dia. Ela tinha apenas 12 anos, estava no auge de sua carreira e infância, sua morte foi um choque para o mundo inteiro. A própria MGM, cogitou a possibilidade de não lançar o terceiro filme, mas acabou mudando de ideia, tendo algumas cenas regravadas com uma dublê no papel de Carol Anne. O terceiro filme foi lançado em 10 de Junho de 1988, e foi dedicado à pequena atriz. A morte dela colocou um final na série iniciada em 1982. E por mais que falem sempre em supostas continuações, jamais teremos as duas irmãs que deram vida a família assombrada nas telonas.

CONFIRA O TRAILER OFICIAL DO REMAKE AQUI

Essa não a única maldição do cinema, como você poderá conferir no próximo filme da lista… Que possivelmente você já assistiu, conhece a trilha sonora, e deve se borrar de medo:

O Exorcista (1973) – William Friedkin

Semana halloween - grand finale

O longa estreou em dezembro de 1973, e logo de cara a Warner Bros. foi obrigada a retirar o trailer original dos cinemas, por ele ser considerado macabro demais. O vídeo mostrava trechos do filme com o próprio demônio que possui a garota durante a trama. Depois de anos, o estúdio liberou o vídeo. Outras coisas estranhas aconteceram muito antes dele estrear, tais como o ocorrido com a mãe de Regan no filme, a atriz Ellen Burstyn sofreu uma lesão grave na gravação onde é atirada para longe pela filha. Até aí, nada demais… Não é?
Mas não parou por aí. Durante as gravações, o set pegou fogo e o trabalho teve que ser interrompido por cinco semanas. O fogo consumiu todo o cenário, menos o quarto onde acontece o exorcismo. Estranho…

Semana halloween - grand finale

Poderia ser a única coisa que para falar sobre o quarto, mas não é. O homem que refrigerava o quarto para as cenas de possessão morreu misteriosamente no lugar. E não foi só ele que veio a falecer, várias mortes com a equipe técnica aconteceram. Um vigia noturno foi assassinado enquanto realizava patrulha no set de filmagens. Ocorreram também acidentes com dois carpinteiros: um cortou a metade da mão e outro serrou sem querer o dedão do pé. Mas a coisa ficou feia de verdade quando Jack MacGowran (Padre) faleceu por conta de uma pneumonia, o que não seria nada estranho se não fosse o fato de que, uma semana antes, ele havia gravado a cena do filme onde ele morre caindo da escadaria.

Após as gravações:

A atriz Linda Blair, que interpretou Regan, foi ameaçada de morte na vida real por fanáticos religiosos que a chamaram de adoradora do Diabo. O longa foi aclamado pela crítica, sendo o primeiro filme de terror indicado ao Oscar. Inclusive pelos efeitos sonoros, onde Willian Friedkin gravou porcos sendo levados para o abate e introduziu os terríveis gemidos de Regan. Isso explica porque o gemido dela é tão perturbador. A casa onde era filmada as externas do filme, próxima as escadas de Georgetown, permaneceu vazia por 30 anos, ninguém conseguia vender, ninguém se atrevia a comprar, até que a Warner comprou e fez dela um ponto turístico, após produção do filme que foi feita em um estúdio na Fifth Avenue, em Nova York. O número da casa? 666, é claro.

E por falar em 666… você já deve imaginar o que está por vir. Ele que também ficou fora da lista Netflix para estar aqui hoje:

A Profecia (1976) – Richard Donner

Semana halloween - grand finale

Quando se trata de azar nos bastidores, nenhum filme supera esse. A Profecia, que teve duas continuações e um remake em 2006. Nenhum deles tão amaldiçoado quanto o primeiro filme, que é realmente marcado pelo número da besta. Antes mesmo de começar as filmagens, o roteirista Bob Munger falou “Eu avisei o produtor: ‘Se você fizer este filme terá problemas’ Se a grande arma do Diabo é ser invisível, ele não vai deixar que você o torne visível para milhares de pessoas”, no documentário: A Maldição de A Profecia. Aos poucos, o produtor Harvey Bernhard começou a acreditar. No set, ele só andava com um crucifixo no pescoço. “O capeta estava à solta e não queria que o filme fosse feito”, afirmou, no mesmo documentário. “Estávamos lidando com elementos ocultos, que não conhecíamos, e as coisas foram ficando cada vez piores”.
Tudo começou antes mesmo das gravações. Pouco depois de o ator americano Gregory Peck aceitar o papel do pai do Anticristo, seu filho na vida real se matou com um tiro na cabeça. Você consegue imaginar a tortura de interpretar um pai depois disso? Ainda de luto, Peck pegou um voo para as filmagens na Inglaterra… E seu avião foi atingido por um raio. Incrivelmente, outro voo, o do produtor Mace Neufeld, também foi atingido por um raio. “Foram os cinco minutos mais assustadores que já passei numa aeronave”, diz Neufeld. Coincidência? Acho que não. Outro avião, que seria alugado para levar alguns técnicos, foi emprestado a outro cliente – e despencou minutos após a decolagem, matando todos que estavam a bordo. A coisa ficou muito mais séria, quando o hotel onde estava o diretor Richard Donner sofreu um atentado à bomba do IRA, um grupo terrorista Irlândes. O cineasta também escapou por pouco de um atropelamento. Houve ainda outro atentado do IRA a um restaurante onde a equipe iria jantar em 12 de Novembro de 1975. Por sorte, ninguém havia chegado ao local. Outros membros da equipe técnica sofreram um acidente de carro, mas sobreviveram sem grandes machucados. Um dublê teve de ser internado após ser atacado por um dos cães demoníacos do longa.

E o acontecimento mais bizarro: um membro da equipe morreu ao ser atacado por um tigre! ISSO MESMO, UM TIGRE!
O acidente de Richardson aconteceu em agosto de 1976.

Esqueça tudo que citei dos filmes anteriores, pois esse consegue superar as expectativas de maldições. E se você pensa que parou por aí, saiba que a história mais assustadora aconteceu após o lançamento. O designer de efeitos especiais John Richardson sofreu um grave acidente em uma estrada na Holanda. Sua acompanhante, Liz Moore, morreu na hora, decapitada de maneira similar a uma das mortes do filme. Quando saiu do carro, ele viu uma placa que indicava a cidade de Ommen… a 66,6 km.

Tudo isso pode ser visto no documentário, mas o filme é um prato cheio de terror, e até hoje é considerado um dos melhores filmes de terror de todos os tempos.

Agora a coincidência mais maldita do cinema:

O Bebê de Rosemary (1968) – Roman Polanski:

Semana halloween - grand finale clown

Por ter como tema a vinda do anticristo, é considerado por muitos a inspiração para os filmes O Exorcista e A profecia, que acabei de citar. O produtor do filme, William Castle, recebeu inúmeras ameaças de morte por abordar esse tema. Em abril de 1969, ele foi internado com falência renal, já no hospital, algumas pessoas afirmaram terem ouvido-o dizer enquanto delirava: “Rosemary, pelo amor de Deus, solte esta faca!”.  SERÁ QUE É VERDADE? No mesmo hospital, o compositor da trilha sonora do filme, Krysztof Komeda, morreu por causa de um coágulo no cérebro.
Outro boato que rola por aí, é que para tornar as cenas de rituais satânicos mais realistas, Polanski contou com a ajuda do fundador da Igreja de Satã, Anton Lavey, que também escreveu o livro “The Satanic Bibles”. A principal cogitada para interpretar Rosemary no filme, não era Mia Farow, e sim Sharon Tate, esposa de Polanski. Que depois de 14 meses do lançamento do longa, grávida de 8 meses, foi brutalmente assassinada, em um ritual, por membros da família Manson. Sharon foi esfaqueada 16 vezes e, na parede de sua casa foi escrito com seu próprio sangue a frase “Morte aos Porcos”. O crime ficou conhecido como Helter Skelter, mesmo nome da música dos Beatles, que significa caos – decadência.
Charles Manson, criador da seita e fundador da família Manson, era o maior fã dos Beatles. O que é mais bizarro nisso tudo, é a ligação e a coincidência maldita de cada uma das coisas. A última coincidência, ou não, aconteceu onze anos depois do lançamento do filme, quando John Lennon, membro da banda favorita de Manson foi assassinado, em Nova York, na porta do prédio onde morava, o nome do prédio? Edifício Dakota, o mesmo onde se passava a trama de O Bebê de Rosemary no filme.

 O Corvo (1994) – Alex Proyas

o corvo
A maldição de O Corvo, segundo as pessoas, está ligada a uma maldição direcionada a Brandon Lee. Muita gente tem medo desse filme, depois do que aconteceu. Uma das cenas rodadas para o filme requeria que uma arma fosse carregada, engatilhada e apontada para a câmera mas, por causa da curta distância do tiro, a munição carregada era de verdade, mas sem pólvora. Lee entrou no set carregando uma sacola de supermercado contendo um saco de sangue explosivo. No roteiro constava que Funboy deveria atirar em Eric Draven quando ele entrasse na sala, estourando o saco de sangue. O projétil que estava preso no cano foi disparado em Lee através da sacola que ele carregava, e acabou o matando. Os negativos com a filmagem de sua morte foram destruídos sem nunca terem sido revelados ao público.
Dizem que a maldição que persegue a família Lee vem de muito antes… Seu pai, Bruce Lee morreu por conta de uma reação adversa ao medicamento que tomava. Mas as pessoas acreditam que tudo é culpa da máfia, pois o homem trouxe a cultura das artes marciais para terras que não deveriam saber tanto sobre isso.

Como as histórias acima foram longas, e quase impossíveis de serem resumidas. Agora vou focar em alguns filmes de terror sem tanta polêmica, mas que são considerados verdadeiros clássicos do gênero.

Nosferatu (1922) – Friedrich Wilhelm Murnau

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Um clássico dos filmes de terror, um dos primeiros do gênero, ainda no cinema mudo. Produzido em 1922, com poucos recursos. F. W. Murnau conseguiu transmitir o suspense da obra através das imagens do perverso Conde Orlok assombrando a cidade onde se apaixona perdidamente por uma moradora. O Filme ganhou uma refilmagem em 1979, com som e cores, chamado Nosferatu – O Vampiro da Noite. E foi também a fonte de inspiração para Drácula.

It – Uma obra prima do medo (1990) – Tommy Lee Wallace

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O filme que me assombrou na infância, baseado no livro de Stephen King. Derry, no Maine, é uma pacata cidade que foi aterrorizada 30 anos atrás por um ser conhecido como “A Coisa”. Suas vítimas eram crianças, sendo que se apresentava na maioria das vezes como o palhaço Pennywise. Com esta forma ele reaparece, 30 anos depois. Todos os sete quando jovens o viram, juraram combatê-lo caso surgisse outra vez. Porém este juramento pode custar suas vidas.

O Iluminado (1980) – Stanley Kubrick

Outra adaptação de King, um filme é cercado por tantas histórias, que merecia ter um texto a parte por aqui… Durante as filmagens, Kubrick costumava ligar para King para questionar se ele acreditava em Deus. Coisa estranha não? Poucos sabem, mas Stephen King odiou o filme. Para ele, foi feito um filme frio, que não tinha nada a ver com a história original. O autor comparou os personagens na versão para as telas à formigas em uma fazenda, um pouco rude, mas quem conhece King, sabe que seu temperamento é assim mesmo. Mesmo sem uma boa avaliação do autor, o filme não deixou de ser considerado um ícone nas telonas, e é consagrado pelo público até hoje.

Espero que tenha gostado da lista, muitos filmes que não inclui nela estão nas listas das noites anteriores. Não se esqueça de comentar os filmes que gostaria de ver nas próximas listas e os clássicos que você acha que eu deveria ter incluído nessa.

Escrito por Juliane Rodrigues (Exuliane)

Serial killer não praticante, produtora audiovisual de formação e redatora por vocação. Falo sério mas tô brincando no twitter @exuliane

manda nudes: [email protected]

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