Juliane Rodrigues (Exuliane) Quem pensa que animação é coisa de criança, pode ir tirando o pônei maldito da chuva! Faz tempo que animação mudou a faixa etária do seu público, inclusive, a primeira indicação é a prova mais bem feita do cinema de que animação é feita pra todo mundo.
Essa lista aqui é ainda mais especial, porque não tem aquelas animações dos grandes estúdios. NÃO, EU NÃO ESTOU FALANDO MAL DE TOY STORY, MONSTROS S.A. ou FROZEN.
Só quero mostrar para você que existem obras maravilhosas que são tão boas quanto, senão melhores, que essas obras já conhecidas pelo público, mas que não ganharam seu devido lugar na grande mídia.
Confira:
1- Persépolis (2007)
Título original: “Persepolis”
Direção: Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
A iraniana Marjane Satrapi decidiu contar a história de sua vida de forma pouco convencional: através de quadrinhos. A publicação do quadrinho fez sucesso no mundo inteiro e acabou sendo adaptada para o cinema em 2007. A animação é em preto e branco, ficando colorida apenas em raras cenas. Persépolis é política e intimista; Política, porque fala de uma maneira diferente, mas nem por isso desinteressante. É repleta de ironia e humor, e conta como se deu a revolução no Irã. Intimista, porque retrata a vida de uma personagem de personalidade forte, em desajuste com sua pátria e com o resto do mundo, na condição de estrangeira, consigo mesma no papel de ser humano, assim como todos nós.
Aquela crise existencial e busca pelas respostas do mundo, sabe como é?
Não precisei recorrer ao google, aos livros, nem à Wikipédia para conhecer um pouco do Irã. Assistir Persépolis foi o suficiente para que eu soubesse o necessário.
Como era de se esperar, o Studio Ghibli está nessa lista. Curiosidade: ‘Ghibli’ era o nome de um avião italiano. Miyazaki é fascinado por aviação desde a infância, o que explica porque todos os filmes nos fazem decolar.
2- O Mundo dos Pequeninos (2010)
Título original: “Kari-gurashi no Arietti”
Direção: Hiromasa Yonebayashi
Este filme é uma releitura do premiado livro The Borrowers, de Mary Norton, que foi publicado em 1952 e apresentava um grupo de minúsculas pessoas que vivem “pegando emprestado” coisas dos humanos maiores. Na versão animada, há algumas mudanças. A história se passa na Tóquio dos dias atuais em vez da Inglaterra da década de 1950, e é centrada na garota Arrietty, de 14 anos, que vive com sua família debaixo do assoalho de uma velha casa. Eles são seres com cerca de 10 cm de altura, e vivem pegando coisas dos outros para sobreviver – tomando cuidado para não serem vistos pelos humanos e nem atacados por baratas e outros bichos do tipo.
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Hayao Miyazaki é um dos meus diretores de animação favoritos, não tendo um filme dele que eu não tenha amado. Eu podia falar de A Viagem de Chihiro que é mega conhecido e aclamado, mas escolhi Ponyo por ser uma releitura de A Pequena Sereia e até que é bem desconhecido entre as pessoas.
3- Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (2008)
Título original: “Gake no ue no Ponyo”
Direção: Hayao Miyazaki
Tem na Netflix!
Sosuke, um menino que vive com sua mãe numa cidade costeira do Japão, resgata do mar um peixe dourado, Ponyo. O que ele não sabe, é que esse peixe é, na verdade, uma princesa em fuga. No entanto, Ponyo deseja se tornar humano e esse desejo pode desequilibrar a própria mãe natureza. Será que Ponyo realizará o seu sonho? Embarque nessa viagem e descubra!
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Ainda pelo Studio Ghibli, a próxima animação é de cortar o coração de qualquer pessoa que tenha um. Se você não tiver um, talvez até pegue um emprestado. Um filme inesquecível, que irá reduzir a maioria dos espectadores às lágrimas. Inacreditável como em todos os filmes do Ghibli, as crianças são tratadas como pessoas, e não como projetos delas como se vê outras animações.
4 – O Túmulo dos Vaga-Lumes (1988)
Título original: “Hotaru no Haka”
Direção: Isao Takahata
A história de dois irmãos – Setsuko e Seita – que vivem no Japão durante a época da guerra, e por causa do conflito vão parar na casa de parentes. As coisas pioram quando acabam tendo que ir viver em um abrigo no meio do mato.
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Nem só de Studio Ghibli o japão é formado, nem só Takahata vai te fazer chorar, prepare o lenço para a próxima indicação:
5- Gen – Pés Descalços (1983)
Título original: “Hadashi no Gen”
Direção: Mori Masaki
A história se passa em 1945, na cidade de Hiroshima, e todos já sabemos o que vai acontecer. Gen é um anime baseado em um mangá da Shonen Jump, que mostra os efeitos dramáticos da guerra sobre uma família de Hiroshima, vistos pelos olhos de um menino e os desdobramentos funestos da bomba nuclear lançada pelos americanos. O caos pós-bomba é o ambiente em que Gen vai tentar sobreviver. Mas, mesmo com tanto sofrimento, Gen Pés Descalços ainda consegue te fazer sorrir, mesmo que isso seja entre lágrimas.
6- Paprikra (2006)
Título original: “Papurika”
Direção: Satoshi Kon
Num futuro próximo, o Dr. Tokita (Tôru Furuya) inventa um poderoso aparelho chamado DC-Mini, que torna possível o acesso aos sonhos das pessoas. Sua colega, a Dra. Atsuko Chiba (Megumi Hayashibara), psicoterapeuta e pesquisadora de ponta, desenvolve um tratamento psiquiátrico revolucionário a partir do aparelho. Mas, antes de seu uso ser sancionado pelo governo, o DC-Mini é roubado. Quando vários dos pesquisadores do laboratório começam a enlouquecer e a sonhar em estado de vigília, Atsuko assume seu alter-ego, Paprika, a bela “detetive de sonhos”, para mergulhar no mundo do inconsciente e descobrir quem está por trás da tragédia.
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Pra provar que não é só o Japão que sabe fazer animação, a frança chega pra arrebentar nas próximas duas indicações:
7- As Bicicletas de Belleville (2003)
Título original: “Les triplettes de Belleville”
Direção: Sylvain Chomet
O filme foi indicado ao Oscar em 2003 por Melhor Animação e conta a história de um garotinho que é adotado por uma senhora idosa chamada Madame Souza. Champion é um menino solitário, que só sente alegria quando está em cima de uma bicicleta com seu cachorro (Bruno).
Assim como muitos garotos e garotas da nossa geração, não é mesmo?
Percebendo a paixão e o jeito que o garoto leva com sua bicicleta, sua avó começa a incentivá-lo a pedalar, para fazê-lo um verdadeiro campeão e poder participar da Volta da França, principal competição ciclística do país. Porém, durante a disputa, Champion é sequestrado e sua vó e seu cachorro embarcam em uma grande aventura em busca do menino.
8 – A Pequena Loja de Suicídios (2012)
Título original: “Le magasin des suicides”
Direção: Patrice Leconte
Esse filme é um paradoxo incrível: fala de um tema delicado (o suicídio) em forma de musical. Num mundo imerso em depressão e desesperanças, uma família ganha a vida vendendo artigos para ajudar pessoas a cometerem suicídio. Entretanto, os negócios da família enfrentam problemas quando o filho caçula demonstra ser alegre e feliz, mesmo com os pais tentando frear essa felicidade, ensinando ao garoto que a vida é triste e não há motivos para sorrir. Ele cresce e segue sendo o mesmo, e sua felicidade, aos poucos, começa a contagiar as pessoas. Qual será o futuro dessa família, desse garoto e dessa cidade?
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E lá vem mais uma animação que derruba forninhos, um filme israelita:
9- Valsa com Bashir (2008)
Título original: “Vals Im Bashir”
Direção: Ari Folman
Numa noite num bar, um homem conta ao velho amigo, Ari sobre um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães alucinados. Toda noite é o mesmo número de bestas. Ambos concluem que o pesadelo tem a ver com a missão deles no exército israelense contra o Líbano, décadas atrás. Ari, no entanto, fica surpreso ao perceber que não consegue mais se lembrar de nada sobre aquele período da sua vida, e quanto mais ele tenta se aprofundar no mistério, mais suas lembranças se tornam aterrorizantes e surreais.
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E os Beatlemaníacos vão pirar nessa animação:
10- Submarino Amarelo (1968)
Título original: “Yellow Submarine”
Direção: George Dunning
Yellow Submarine conta a história de Pepperland, um paraíso quase terrestre que fica a 80 mil léguas no fundo do mar, terra quase sem inverno, onde a brisa leva a toda parte o som da música e das risadas, e onde ninguém sente-se só, pois a Banda do Sargento Pepper está sempre tocando a sua música. Num certo dia, um líder que detestava todo tipo de música, decide varrer Pepperland do mapa, deixando-o sem cor e sem som. Mas navegando num submarino amarelo depois de várias aventuras, como navegar pelo mar do Tempo, pelo mar dos Monstros, e o mar dos Buracos, os Beatles chegam para trazer a paz e a música de volta a Pepperland!
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E, DE BRINDE, a animação favorita para quem tem o condado no coração, ou melhor as animações, e que, por incrível que pareça, nem sempre são conhecidas pelos bolseiros:
O Hobbit (1977)
Título original: “The Hobbit”
Direção: Jules Bass, Arthur Rankin Jr.
A história sobre um Hobbit que vivia em uma toca no condado, que saiu para uma aventura em que ele mesmo nunca esperava fazer o que fez.
O senhor dos anéis (1978)
Título original: “The Lord of the Rings”
Direção: Ralph Bakshi
Todo mundo conhece bem essa história. Na terra pacífica do Condado, um Hobbit chamado Frodo Bolseiro recebe do seu tio um Anel mágico, capaz de decidir o futuro da Terra-Média.
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Não se pode afirmar quem era o público alvo dessas animações do condado, principalmente por terem sido lançadas nos anos 70. Para aqueles que não tem saco de assistir ao filme, e que não gostam muito de ler, ambas as opções são incríveis.
É gente, com tanto filme para assistir, vai ficar complicado ter tempo ocioso. Assim que assistirem, comentem aqui no PL, e escrevam quais animações vocês recomendam, que não entraram nessa lista!
